Amor Proibido

Capítulo 1

Narração de Damon

Mais um dia de folga. Acordo um tanto que agitado indo direto me arrumar. E como aproveitar? Isso mesmo, indo passear no mundo dos vivos, dar uma folga a mim mesmo com aqueles condenados que querem misericórdia, quando já é tarde de mais.

Acabo colocando a mesma roupa de sempre: blusa de manga curta, uma calça jeans, já meio surrada, e um All Star. Tudo da cor preta, pra ser o mais discreto possível. Termino de me arrumar e saio de casa, já tendo em vista o caminho para o portão. Minha casa fica em um lugar alto, tenho uma vista de boa parte da entrada do inferno.

Durante o caminho, fico pensando para onde poderei ir. Os benefícios de ser uma criatura mística é poder ir para qualquer lugar e falar qualquer idioma.

- Aonde vc pensa que vai? - Jason, meu amigo de décadas, apareceu derrepente enquanto caminhava, já segurando no meu braço. - Vai para o mundo dos vivos de novo? Você não se cansa?

- Eu gosto de ir lá pra cima. - falei em tom de ironia, me soltando de sua mão - E, da última vez, perdi minha folga pra sair com você e o pessoal, e ainda tive que ficar ouvindo vocês fazerem piadinhas sobre mim.

- Você levou muito a sério - continuei andando até o portão principal.

Jason é o oposto de mim, muito amigável e animado para fazer qualquer coisa, sempre posso contar tudo pra ele. Confio nele.

- Estava todo mundo bêbado - disse ele me acompanhando até o portão - Ah sim, você se lembra da Alice? Ela ficou super a fim de você, me pediu até seu "CDI" - CDI (Código De Identificação) todo mundo que vêm para o inferno ganha um código de identificação, serve tanto para coisas boas tanto para coisas ruins. Exemplo, meu código serve para saberem que sou uns dos "funcionários" que trabalha no setor de condenação, que um dos cargos mais disputados por aqui, nem todo mundo consegue. Logo, tenho o respeito que um general tem em um exército. Esses códigos ficam tatuados em nossa pele, no pulso para ser mais exato.

- E você, sendo você, deu? - perguntei um tanto incomodado.

- Não, da última vez que eu falei seu CDI para alguém, você quase me matou, de novo ha ha - disse ele rindo - Mas eu disse a ela que próxima festa, que esta prevista para a nossa próxima folga, e você vai querendo ou não, eu iria apresentar vocês.

Parei de andar, quase que chegando perto do portão, fechei meus olhos e respirei bem fundo.

- Eu posso até falar com ela - me virei para Jason, que parecia feliz pela situação - Mas não pretendo ter nada serio com ela - estendi minha mão para podermos nos despedir.

- Pelo menos tenta vai - disse ele, pegando na minha mão e me puxando para um abraço - aproveita sua folga que amanha tem mais trabalho.

Despedi-me de Jason e passei pelo portão principal.

Agora o caminho será mais curto. Depois que passei pelo portão, o caminho ficou mais rápido para o mundo dos vivos, só caminhar ate não haver mais luz, e imaginar ou pedir para onde quer ir.

O tempo no inferno e um tanto diferente, o que equivale à 1h no inferno, e um dia no mundo dos vivos. Logo, eu tenho 24 dias, quase q um mês, de folga no mundo dos vivos. Posso voltar antes, vai da minha preferência, mas não posso ficar mais dias além do previsto, pois eu seria punido de uma forma bem brutal, ou até mesmo ser rebaixado. Gosto das coisas como estão.

- Esta começando a ficar escuro - falo para o enorme vazio, já imaginado onde desejo estar: Roma.

Saio da escuridão de umas das ruas, ainda não tem nenhuma alma nas ruas. O sol ainda está nascendo, olho em volta e começo a caminhar pelas ruas. Observo as lojas abrirem suas portas, os garçons, dos restaurantes, estão armando as mesas e cadeiras nas calçadas. Com o tempo vai aparecendo mais pessoas e qualquer tipo de transporte pelas ruas.