Viagem

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A amizade de Satoru e Suguru evoluiu mais rápido do que eles podiam imaginar. Em um momento, eram melhores amigos que apenas sonhavam em ultrapassar os limites de uma simples amizade, no outro instante, estavam trocando beijos e caricias repletas de desejo.

O problema é que Suguru sempre foi apaixonado por Satoru, desde a adolescência ele almejava beijar esse homem, esses sentimentos aumentaram durante a faculdade e ficaram fora de controle na fase adulta, quando ambos se tornaram professores na mesma escola. 

No fim da aula, Satoru ia para a casa de Suguru e sempre tinha um momento quente com ele. Por sua vez, com frequência Suguru se encontrava gemendo o nome daquele homem, o corpo transpirando e sempre pedindo por mais.

Satoru disse a ele que se ficassem nisso durante um ano e continuassem a se amar, certos de que essa relação era a melhor escolha para ambos, então ele iria pedir Suguru em namoro e tornaria isso oficial. A partir disso, um ano inteiro se passou e Suguru se lembrava muito bem daquela promessa, mas aparentemente só ele se recordou disso, pois Satoru não comentou nada a respeito, não houve nem mesmo uma simples comemoração.

Suguru queria falar sobre isso, ele queria mais do que qualquer coisa no mundo perguntar para Satoru o que ele era no coração dele. Se Suguru era somente uma distração para os seus dias solitários, ou se havia amor envolvido. A verdade é que o moreno tinha medo da resposta e também não queria cobrar o seu melhor amigo. Suguru não queria parecer desesperado por um relacionamento e nem que tivesse que lembrar Satoru de algo tão importante para ele.

Portanto, com esses pensamentos em mente, Suguru acabou ficando aborrecido, o humor dele estava péssimo, mas se esforçava para ficar melhor nos momentos em que estava em sala de aula para agradar os seus alunos, que tanto o amavam e admiravam, ele apenas se tornava amargo quando trombava com Satoru nos corredores da escola. 

Isso quer dizer que, durante duas semanas, ele não deixou que o albino encostasse um único dedo nele, nem mesmo aceitava os seus beijos e virava o rosto sempre que aqueles lábios se aproximavam dos seus. De qualquer forma, desde o início ele pediu para que Satoru fosse profissional quando estavam na escola, ele não queria que os alunos soubessem que os seus dois professores estavam em um relacionamento assim.

Por outro lado, Satoru estava inquieto como uma criança que foi proibida de fazer o que mais gostava, ele sempre tentava se aproximar de Suguru, mesmo que fosse somente para abraçá-lo, porém, era rejeitado imediatamente. 

O fato era que, por causa disso, Satoru começou a pensar que Suguru tinha se apaixonado por outro alguém, talvez o professor de matemática, chamado Nanami, ou talvez ele gostasse de um tipo mais passivo e adorável como um cachorrinho, como o professor de Educação Física, Haibara. Seja o que for, na percepção de Satoru o seu melhor amigo tinha muitas opções e com certeza um novo interesse, caso o contrário, não iria deixá-lo abandonado dessa forma, sofrendo com o coração partido, enquanto tentava reconquistá-lo diariamente. 

Um dia, Suguru e ele conseguiram a permissão da escola para levarem os alunos para uma viagem em outra cidade, esse seria o momento perfeito para Satoru ter mais contato com o moreno. Por isso, agora ele estava ao lado do ônibus, enquanto Suguru conferia os alunos e listava algumas regras de obediência. 

Satoru pensava que esse homem ficava lindo até mesmo assim, concentrado no trabalho. Desse modo, Satoru não se conteve quando se aproximou de Suguru, ficando atrás de seu corpo, e o apertou na bunda.

— Então, professor, você já acabou de dizer essas regras chatas? — Satoru perguntou, entediado.

Os alunos o encararam com olhares de julgamento diante daquela atitude, comentando o quanto Satoru gostava de irritar o professor Geto. Por sua vez, Suguru imediatamente o empurrou, aborrecido.

A sua promessaOnde histórias criam vida. Descubra agora