Enfiei um dedo na garganta.
Nada.
Dois dedos.
Nada.
Desisti por alguns segundos.
Nada.
Coloquei dois dedos de novo, por mais tempo.
Salivei.
Senti o estômago revirar.
Ânsia.
Tirei os dedos e respirei.
Precisei respirar, afogando-me em lágrimas.
Coloquei dois dedos mais uma vez.
E nesse voltou.
Tudo.
E nada ao mesmo tempo.
Foi culpa minha, mas não pelo vômito, pela insistência.
Eu sabia das consequências e ainda sim continuei.
Sabia que poderia me ferir.
Sentir dor.
Chorar.
Mas continuei.
Foi opção minha.
Porque eu queria sentir o pós de novo, aquele momento de estar bem.
De se sentir leve.
Sem dor.
Mas tive que passar por ela.
Mesmo sabendo que não queria.
E eu não estou falando de vômito.
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Por todos os caminhos tortuosos da vida
PoesiaTextos e poemas duros de se ler e que provavelmente você já sentiu em algum momento, seja em uma relação com o outro ou consigo mesmo. Uma abertura para se aventurar em pensamentos envoltos de sentimentos que estão guardados no fundo do nosso interi...