𝐕𝐨𝐮 𝐟𝐢𝐜𝐚𝐫 𝐛𝐞𝐦

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~𝑬𝒎𝒊𝒍𝒍𝒚 𝒑𝒐𝒗~

Minha cabeça doía, e meu peito apertava, minha garganta estava seca, e meus dedos ardiam de um jeito agoniante, e tudo que eu conseguia ouvir, era as vozes bem longe, soando como um zumbido inexplicável.
Me senti presa, meus braços e pernas não se mexiam, como se meu corpo estivesse paralisado por completo, e tudo que eu conseguia mexer eram meus olhos, que abriram lentamente, porém com muita dificuldade por conta da forte luz no meu rosto, me deixando um pouco zonza ao abrir meus olhos.
Assim que meus olhos se abriram, pude notar a silhueta de Nayara, e bem ao seu lado, estavam mais duas pessoas, que pela voz, acredito ser meus pais, pois consigo ouvir um pouco a voz da minha mãe meio chorosa ao meu lado, enquanto meu pai apenas gesticulava em sinal de desconforto, uma curiosidade, meu pai odeia hospitais, pois ele diz que isso o faz lembrar do acidente do meu tio Genya, e entre outras coisas que aconteceram em sua vida. Olho para minha mão, e vejo que está enfaixada, e na outra mão, estou recebendo soro na veia, e admito que está me incomodando um pouco.

-O que aconteceu?- pergunto me sentando lentamente na cama- por que estou aqui?.

-Emilly!- Nayara grita sorrindo.

-FILHA!- minha mãe corre em minha direção, parecendo bem preocupada- como você está se sentindo meu amor?, Me deixou preocupada!.

-Eu não tô entendendo nada, o que aconteceu?- pergunto.

-Você perdeu uma grande quantidade de sangue senhorita- diz uma enfermeira- você não havia se alimentado antes de sair de casa não é?- apenas assinto- pois bem, isso fez você ficar fraca, e por isso, você desmaiou.

-Agora eu entendo- digo colocando a mão sobre minha cabeça- minha cabeça dói.

-Eu sei, isso é normal quando se desmaia- a enfermeira ajeita seus óculos- no momento é bom você ficar aqui essa noite, e poderá voltar pra casa amanhã, já que você terá que ficar em observação por um tempinho.

-....- fico parada, tentando encontrar palavras para descrever o que eu sentia naquele momento, pois, eu senti várias coisas, lembrei de várias coisas, não dá pra explicar, é bizarro.

-Emilly, sei que esse não é o melhor momento pra lhe dizer isso- meu pai diz- mais...

-Senhor Shinazugawa, sua filha precisa descansar um pouco, ela está muito fraca, e não pode ficar nervosa, ou ansiosa, então sugiro que espere até ela melhorar, e aí poderão conversar normalmente- a enfermeira diz- no momento, e melhor você descansar querida.

-Tudo bem- digo me deitando na cama novamente- odeio esse lugar...- sussurrei, e logo me virei, assim ficando de bruços sobre a cama, que era tão desconfortável quanto ficar deitada no chão duro e frio numa manhã de inverno.

-Você vai ficar bem- Nayara diz depositando um beijo em minha testa, enquanto se sentava numa cadeira ao meu lado- eu vou ficar aqui com você até você melhorar.

-Amanhã você tem aula- digo.

-Idai?, Você é mais importante do que um simples dia de aula- ela diz sorrindo- agora descanse um pouco, você vai precisar.

-Vou tentar- digo sorrindo para ela.

꧁ 𝐴𝑙𝑔𝑢𝑚𝑎𝑠 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠*꧂

~𝑲𝒂𝒏𝒂𝒆 𝒑𝒐𝒗 ~

Eu estava na cozinha, Emilly e Noah já haviam ido pra escola há algum tempo, então eu estava sozinha em casa, até que o Sanemi chegou. Novamente ele estava com um cheiro diferente, um perfume feminino um pouco mais doce que o anterior, e sendo bem sincera, esse embrulhou até a boca do meu estômago, me fazendo sentir um leve arrepio.
Ele estava diferente, tava mais animado, mais leve, um pouco mais tranquilo eu diria, e ele nunca fica assim, a única vez que vi ele calmo de verdade foi no dia que Noah deu sua primeira palavra, e só porque a primeira palavra do Noah foi "𝐩𝐚𝐩𝐚𝐢".

𝐌𝐞𝐮 𝐏𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐀𝐦𝐨𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora