𝐌𝐞𝐮 𝐏𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐀𝐦𝐨𝐫

𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐜𝐮𝐥𝐩𝐚

~𝑵𝒂𝒚𝒂𝒓𝒂 𝒑𝒐𝒗~

Quando percebo que realmente magoei Emilly, meu peito aperta, meu coração dói, uma tristeza inexplicável toma conta do meu ser, embora eu não ache que esteja cem porcento apaixonada, mais ainda sim, sinto algo por ela, só não sei explicar. Pela primeira vez na vida, meu coração e minha mente me mandam ir na mesma direção, tomar a mesma decisão que é: 𝐯𝐚𝐢 𝐚𝐭𝐫𝐚́𝐬 𝐝𝐞𝐥𝐚 𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞𝐣𝐚 𝐭𝐚𝐫𝐝𝐞. Quando ouço meu coração, sinto que ele começa a bater mais forte, minhas pernas quererem correr, e minha respiração já fica ofegante, e então, faço o que eu deveria ter feito a muito tempo, corro atrás dela. É estranho, nunca imaginei que me sentiria assim por alguém de novo, na verdade, nunca imaginei que sentiria isso por ela de novo. O mais bizarro nisso tudo, é que eu nunca achei que poderia ter um pouco de sentimentos por ela ainda, e pra mim isso é um choque, pois achei que tinha enterrado meus sentimentos por ela, há anos, mais pelo jeito, não foi isso que aconteceu.
Chego no estacionamento, e vejo que Emilly não está lá, o que me faz pensar que ela pode ter ido pra casa, mais algo me chamou atenção naquele momento, o celular da Emilly estava no chão, e não havia nenhum sinal dela em lugar algum, e isso me preocupa. Acho que é só paranóia da minha cabeça, acho que ela só deve ter deixado o celular cair no chão enquanto corria para longe de mim, na verdade, não é o que eu de fato ache, mais é o que eu espero, que ela apenas tenha esquecido o celular enquanto ia para casa. Respiro fundo, guardo o celular da Emilly no bolso, pensando seriamente se devo ou não ir na casa dela, e por mais que eu esteja com receio de ir, resolvo ter certeza se ela está ou não em casa, porém minha preocupação fala mais alto, então resolvi ir até a casa dela.

*

Chego na frente de seu portão, respirando profundamente, e engolindo seco logo em seguida. Minhas pernas travaram no lugar onde estavam, me proibindo de me mover, minhas mãos soavam descontroladamente, e minha respiração ficava fraca a cada segundo que se passava, minha visão ficava meio turva, meu coração pulava dentro o peito, minha cabeça doía, e um frio inexplicável tomou conta do meu estômago. Respiro fundo novamente, e finalmente consigo me mover, e ando até sua porta, a batendo ainda com as mãos trêmulas. Em menos de alguns minutos a porta é aberta, e logo Kanae surge, no começo ela parece assustada, mais depois ela parece confusa em me ver ali parada em sua frente, já que desde que eu voltei a ficar na minha casa quando minhas mães voltaram, eu nunca mais vim aqui, e pra dizer a verdade eu também ficaria confusa no lugar dela. Fico meio sem palavras por não saber exatamente o que eu quero perguntar, não sei se devo perguntar se Emilly está, ou se devo perguntar como Emilly está se sentindo, ou se devo perguntar se Emilly está com raiva de mim, ou se....

-Arara, olá Nayara Nakayama, o que faz aqui?- Kanae me tira de meus pensamentos.

-Olá, eu vim aqui pra ver meu celular!, quer dizer, vim aqui pra falar com o celular da Emilly!, quer dizer, eu quero saber se a Emilly tá aí!- digo depois de errar metade das minhas palavras.

-Emilly?, desculpe, mais a Emilly ainda não chegou, na verdade, achei que ela estava com você- ela diz mais confusa ainda.

-Não, ela não está- digo - a gente acabou brigando, e ela saiu correndo, e depois eu não a vi mais- explico.

-Que estranho, ela nunca não saí sem avisar, e ela não me mandou mensagem- ela diz.

-Sobre o celular dela...- tiro o celular da Emilly lentamente do meu bolso- eu encontrei o celular dela no chão do estacionamento da escola, mais não havia nenhum sinal dela em lugar algum- explico.

-Porque você está com o celular da minha filha Nayara?- Kanae pergunta desconfiada.

-Eu achei ele no chão do estacionamento, não quero tirar conclusões precipitadas, mais acho que aconteceu alguma coisa- digo- mais prometo que vou descobrir o que aconteceu, péra....descobrir?, É ISSO!- grito- Preciso voltar pro estacionamento da escola, daqui a pouco eu volto!.

-T-tá bom- Kanae diz ainda mais confusa.

*

Meu peito apertava, eu estava com medo do que poderia ter acontecido com a Emilly, eu estava preocupada, ela estava, na verdade, está com raiva de mim, e eu só queria encontrar ela, dizer que eu a amo, pedir desculpas por tudo, e prometerei sair da vida dela pra sempre, pois sei que é isso que ela deseja que eu faça. Sou uma idiota, não pensei na Emilly, não pensei em como ela se sentiria descobrindo que foi tudo uma aposta, eu não pensei que poderia me apaixonar por ela novamente. Por mais que eu sempre diga que nunca me apaixonei de verdade, eu menti, eu já me apaixonei, e acabo de magoar essa pessoa que eu ainda amo, por isso, o que eu puder fazer para me redimir com ela, eu farei.
Não sei se é por causa da culpa, ou se é por causa do nervosismo, mais fico com falta de ar, e não uma falta de ar comum, e sim uma falta de ar bem mais forte que as outras que eu já tive, meu peito dói de um jeito insuportável, minha cabeça fica girando indicando a minha tontura, meus membros corporais ficam cada vez mais fracos, como se eu fosse desmaiar a qualquer segundo. Percebo que vou cair, então me apoio num carro que está estacionado ao meu lado, na esperança de conseguir manter o equilíbrio do meu corpo. De repente sinto meu celular vibrando dentro do meu bolso, o que me deixou bem nervosa, pois era ligação de um número desconhecido, e agora que Emilly desapareceu, não sei o que pensar, ou o que esperar de uma ligação desconhecida. Depois de muita relutância finalmente resolvo pegar meu celular, e atendo a ligação, ainda com as mãos trêmulas.

༒︎𝐿𝑖𝑔𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑜𝑛༒︎

-𝑶𝒊? -𝑁𝑎𝑦𝑎𝑟𝑎.

-𝑶𝒊, 𝑵𝒂𝒚𝒂𝒓𝒂 𝒆́ 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒏𝒂̃𝒐 𝒆́?- ?.

-𝑺𝒊𝒎 - 𝑁𝑎𝑦𝑎𝑟𝑎 -𝑸𝒖𝒆𝒎 𝒆́?.

-𝑴𝒆𝒖 𝒏𝒐𝒎𝒆 𝒆́ 𝑴𝒂𝒚𝒓𝒂, 𝒔𝒐𝒖 𝒂 𝒈𝒂𝒓𝒐𝒕𝒂 𝒏𝒐𝒗𝒂 𝒅𝒂 𝒔𝒖𝒂 𝒆𝒔𝒄𝒐𝒍𝒂, 𝒊𝒓𝒎𝒂̃ 𝒅𝒂 𝑴𝒊𝒓𝒆𝒍𝒍𝒂 - 𝑀𝑎𝑦𝑟𝑎 - 𝑷𝒓𝒆𝒄𝒊𝒔𝒐 𝒇𝒂𝒍𝒂𝒓 𝒄𝒐𝒎 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒔𝒐𝒃𝒓𝒆 𝒂 𝑬𝒎𝒊𝒍𝒍𝒚.

-𝑽-𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒔𝒂𝒃𝒆 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝒂 𝑬𝒎𝒚 𝒆𝒔𝒕𝒂́? - 𝑁𝑎𝑦𝑎𝑟𝑎.

-𝑺𝒊𝒎, 𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒆𝒔𝒕𝒂́ 𝒃𝒆𝒎?- 𝑀𝑎𝑦𝑟𝑎 - 𝑷𝒂𝒓𝒆𝒄𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒔𝒕𝒂́ 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒂𝒏𝒅𝒐 𝒎𝒂𝒍.

-𝑬𝒔𝒕𝒐𝒖 𝒃𝒆𝒎, 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝒂 𝑬𝒎𝒊𝒍𝒍𝒚 𝒆𝒔𝒕𝒂́? - 𝑁𝑎𝑦𝑎𝑟𝑎.

-𝑯𝒂𝒚𝒂𝒕𝒐 𝒆 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒊𝒓𝒎𝒂̃ 𝑴𝒊𝒓𝒆𝒍𝒍𝒂 𝒔𝒆𝒒𝒖𝒆𝒔𝒕𝒓𝒂𝒓𝒂𝒎 𝒆𝒍𝒂, 𝒆 𝒆𝒖 𝒗𝒐𝒖 𝒕𝒆 𝒂𝒋𝒖𝒅𝒂𝒓 𝒂 𝒕𝒆̂-𝒍𝒂 𝒅𝒆 𝒗𝒐𝒍𝒕𝒂, 𝒆𝒎 𝒕𝒓𝒐𝒄𝒂, 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒏𝒂̃𝒐 𝒗𝒂𝒊 𝒆𝒔𝒑𝒂𝒍𝒉𝒂𝒓 𝒊𝒔𝒔𝒐 𝒑𝒓𝒂 𝒏𝒊𝒏𝒈𝒖𝒆́𝒎 - 𝑀𝑎𝑦𝑟𝑎.

-𝑶𝒌, 𝒏𝒂̃𝒐 𝒄𝒐𝒏𝒕𝒐 𝒑𝒓𝒂 𝒏𝒊𝒏𝒈𝒖𝒆́𝒎 - 𝑁𝑎𝑦𝑎𝑟𝑎.

-𝑩𝒆𝒍𝒆𝒛𝒂, 𝒇𝒊𝒒𝒖𝒆 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝒆𝒔𝒕𝒂́, 𝒔𝒐́ 𝒎𝒆 𝒑𝒂𝒔𝒔𝒆 𝒔𝒖𝒂 𝒍𝒐𝒄𝒂𝒍𝒊𝒛𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐 - 𝑀𝑎𝑦𝑟𝑎.

-𝑬𝒔𝒕𝒐𝒖 𝒏𝒐 𝒆𝒔𝒕𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒂 𝒆𝒔𝒄𝒐𝒍𝒂 - 𝑁𝑎𝑦𝑎𝑟𝑎.

-𝑶𝒌, 𝒋𝒂́ 𝒄𝒉𝒆𝒈𝒐 - 𝑀𝑎𝑦𝑟𝑎.

༒︎𝐿𝑖𝑔𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑜𝑓𝑓༒︎

Desligo a chamada me sentindo ainda mais fraca, porém aliviada pois iria ver a Emilly novamente, poderia ajudar ela, e nossa, vai ser o resgate mais rápido da minha vida, ainda bem, pois assim, eu e Emilly poderemos conversar sobre o que aconteceu com a gente, e enfim, poderemos resolver nossos problemas, e eu....me afastarei  dela pra sempre, já que sinto que vou partir em breve, e não quero que ela sofra com isso, não mais do que ela já sofreu, pois sei que tudo de ruim que ela tá sentindo, é minha culpa.