Seu cheiro delicioso, fazia aquela parte selvagem do 555, quase assumir o controle querendo rasgar a garganta dela com os dentes. Ele foi capaz de forçá-la para baixo, arrastando-a para o meio da sala.
-Por favor, não, eu imploro não me machuque.-Pede com a voz rouca.
-Cala boca, acha que irá sair impune, irá pagar por nós manter presos, Maldita, vou acabar com você fêmea, irei tomá-la do jeito que vocês tanto querem.-Cuspo as palavras para ela.
Seus olhos estão cheios de lágrimas, sua pele macia contra o meu corpo, o cheiro do sangue faz meus sentidos entrarem em frenezi.
-Eu não fiz nada, eu juro.
Ao ver a raiva de seu irmão mais velho, 557 entrou em pânico, a imaginou morta, não isso não, se aproximando lentamente, enquanto ouvia os rosnados furiosos.
☆
Os olhos castanhos escuros olhavam para a parede suja, sem seu brilho, toda a dor e humilhação tomou conta de cada célula do corpo dela, estava muito frio, seus lábios estavam tremendo, os dentes batendo um no outro, ela não falava, sua voz não saia, apenas gemidos doloridos e abafados quando mexiam com ela, as lágrimas ainda escorreriam, mas ela não pedia mais misericórdia.
Estava mais magra, apenas 557 a forçava comer algumas sobras enquanto os outros dois estavam desatentos. Eles a machucaram muito, quando a tiravam da cela, usavam uma mangueira com água quente para limpá-la, isso a fazia tremer mais ainda, odiava estar viva. 557 sempre a olha com angústia, mas mesmo assim não se atrevia a impedir os outros dois de machucá-la.
Ela não sabia quanto tempo que esteva ali, mas realmente irá morrer naquele lugar de uma forma ou de outra.
☆
Eles acordaram com o cheiro de fumaça, mas não o enjoativo cheiro do tranquilizante, então houve o som de tiros e passos, o clik da porta da cela se abrindo, os três pares de olhos felinos olhando em direção a pequena humana parada na porta, estava escuro mas eles conseguiram ver ela.
-Fêmea. -557 fala se aproximando lentamente.
Ela se mexe fazendo o fuzil escorregar por seu ombro nu, fazendo eles rosnarem em fúria ao ver a arma, então a mesma deu alguns passos para trás e olhou para o corredor agora escuro com apenas alguns sinais de orientação de segurança, se escorrando na parede ela dá passos curtos para longe da cela, os deixando para trás, eles deram passos largos até estarem fora, olhando para os dois lados do corredor com desconfiança, não havia guardas, esperando por eles, apenas o cheiro do sangue dela, sem muita escolha não demoraram a alcançá-la, foi 555 que a puxou com força, quase fazendo ela cair para trás.
-O que está fazendo?-Sua voz rispida cheia de acusação, apertando o braço fino dela.
-C...cas..casa.-Ela responde com a voz rouca é muito baixa.
555 ficou chocado, sua mão a soltou, ele rosnou frustrado antes de se virar para trás, um guarda vinha correndo em direção a eles, os tiros ecoou alto machucando a audição dos três, que rosnaram e tamparam as orelhas, quando voltaram seus olhos para a fêmea ela estava ainda com a arma apontada na direção da onde o guarda está agora morto no chão, abaixando lentamente o pesado fuzil, ela deu a costa a eles e continuou a caminhar.
Usando a escuridão e as chamas como disfarce caminharam até a saída daquele lugar, a primeira coisa que eles sentiram foi o cheiro, puro sem cheiro de medicamentos ou tranquilizantes, o vento contra a pele nua deles, a terra é folhas em seus pés enquanto corriam para dentro da mata, a enorme lua cheia os seguindo, o barulho dos animais, eles correram atrás dela, até chegarem em uma estrada de asfalto, após parar ela olhou alguns segundos para os dois sentidos da estrada como se decidisse qual seguir, antes de voltar a correr.
Ela viu de longe o posto de combustível, caminharam por mais alguns minutos, ela entrou na loja, a luz a deixou tonta ou talvez foi pela quantidade de sangue que estava perdendo, o olhar do rapaz que estava no caixa era de espanto
"-Desculpa, não tive tempo de me arrumar.-Pensou com ironia".
Bem não era só por causa dela, afinal ver três homens de quase dois metros, pelados e todos cheipados faria qualquer garoto magrelo tremer, eles caminharam atrás dela, tocando em tudo, derrubando e fazendo barulho, ela pegou algumas coisas antes de caminhar até o caixa.
-Carteira, chaves e sacola. -Falou com a voz ainda rouca.
O garoto entregou as chaves do carro e colocou as coisas em sacolas antes de se afastar com as mãos para o alto, ela pegou tudo e saiu, em direção do carro abriu a porta e entrou, os três também seguiram os movimentos dela entrando no carro.
☆
Eu dirigi para fora daquela cidade, olhando para a fumaça preta pelo espelho, aquele lugar ainda está queimando, quando meus olhos começaram a ficar pesado eu estacionei, encostei a cabeça contra o volante e finalmente eu chorei de alívio e dor.
-O que houve?- 556 pergunta apreensivo.
Apenas o ignoro, pegando a camiseta branca da sacola, um absorvente e a fita, retiro o avental hospitalar e observo o buraco do tiro, usando um pinsa de sobrancelhas, tento remover a bala, a dor é estruciante.
-Ela está sangrando, irmão?-557 fala apavorado.-O que devemos fazer.
-Humana, para com isso agora. -555 grita desesperado.
-Não é problema nosso, por que ainda estamos a seguindo.-A voz cheia de raiva de 556 faz ela se arrepiar, e sua cicatriz do pescoço arder.-Isso pode ser uma armadilha.
Estava fundo, com esforço e muitas lágrimas e alguns gritos finalmente ela removeu o projétil, o jogando pela janela, antes de colocar o absorvente contra o ferimento e passar a fita em volta de seu corpo, abriu a porta do carro e limpou as mãos com a água mineral, antes de vestir a camiseta branca longa, e o shorte surfista.
Jogando um pano para cada um deles, que imitaram ela, era ridiculamente apertado, mas melhor que nada, ela olhou a carteira com um suspiro frustrado, ligando o carro e acelerando pela estrada.
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Destroyer
RomanceEle é os irmãos finalmente conseguem a liberdade com a ajuda da humana que eles feriram durante muito tempo enquanto estavam presos, diferente deles a humana não deixou de cumprir nenhuma de suas promessas.