Capítulo 3

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Park Jimin

Tenho tantos arrependimentos, o maior deles é ter confiado tanto nos meus pais, se é que posso chamar eles assim depois de tudo o que fizeram comigo.

Sempre achei que tudo o que eles falavam e faziam era só para o meu bem, mas desde o começo foi tudo uma farsa, tudo o que diziam ser para o meu bem era mentira, só queriam me controlar, controlar minha vida.

Até a felicidade foi uma mentira? Fui apenas um fantoche na mão deles por todo esse tempo, acreditei em todas as mentiras deles como se fosse a absoluta verdade.

Não consegui enxergar as coisas que estavam na minha cara o tempo todo. Todos os sinais e as coisas estranhas que me pediam para fazer.

Fui acordando aos poucos ainda sentindo meu corpo pesado, mau conseguindo abrir os olhos direito. Senti meu corpo coberto por algo fofo e diferente doque eu estava antes, subi minhas mãos até o rosto esfregando devagar.

Aos poucos fui ficando mais desperto, abri um poucos os olhos, mas ainda sem conseguir enxergar nada, estou em um lugar totalmente escuro, me sentei começando a ficar nervoso e meu coração acelerar. Assim que coloquei o pé fora da cama a porta foi aberta, deixando a luz entrar iluminando meu quarto.

- Jimin? Já está acordado?- as luzes do quarto foram acesas, apertei os olhos que doeu com a claridade. - Eu trouxe seu café da manhã. - Olhei na direção da voz e vi a Maria se aproximar com uma bandeja nas mãos.

- Como eu vim parar aqui? - perguntei me levantando da cama e quase indo pro chão pelas minhas pernas ainda dormentes, me segurei no armário e andei até as janelas abrindo as cortinas e deixando o sol entrar.

- Seus pais...

- Eles não são meus pais - voltei e me sentei na cama. - Nunca mais diga que eles são os meus pais.

- Tudo bem. Eu fiz seu café favorito, coma, você está tão magrinho e pálido, tem que se alimentar melhor. - ela deixou a bandeja do meu lado.

- Você sabia? - Não ousei olhar para ela, ela é como uma avó para mim, se ela disser que sabia de tudo vai partir ainda mais meu coração.

- Eu não sabia, mas achava muito estranho algumas coisas que eles faziam, principalmente invadindo sua privacidade, achei que só estavam te protegendo demais - Maria se sentou ao meu lado e começou a alisar meu cabelo - Sinto muito por não ter percebido antes meu menino. Sinto muito mesmo. - meus olhos lacrimejando com a vontade de chorar, mas não vou chorar por causa daqueles dois, não vou deixar que eles me abalem mais doque já fizeram.

- Eu preciso ir embora daqui, me ajuda a...

- Você não vai a lugar nenhum - meu corpo ficou tenso ao ouvir a voz do homem que deveria ser meu pai e escutar os saltos insuportáveis da mulher que me deu a vida, mas agora implora para que eu atire.

- Eu sou maior de idade, vocês não podem me prender aqui! - levantei da cama ficando de frente para eles.

- Ah sim, nos podemos sim - Hae-won, disse ao se aproximar ainda mais, ela tentou tocar no meu rosto mas virei antes, ela então segurou minha bochechas apertando - Eu não perdi anos da minha vida criando você, para agora decidir ir embora. Já temos planos para você, garoto.

- Maria, saia - Jun-seo mandou e ela me olhou antes de sair pela porta. - Escuta, assim que você estiver melhor irá para a Alemanha.

- O que? Eu não vou para a Alemanha - puxei minha cadeira e me sentei perto da janela aproveitando o sol quente.

- Você não tem escolha, você vai e pronto - o velho idiota andou até parar na minha frente e se sentou na minha cama - Já que você é um vi...gosta de homens, e não vai se casar com a pessoa que eu queria, escolhi outra, na verdade outro - Arregalei os olhos ao ouvir que ele arrumou um noivo pra mim. - Na verdade esse casamento vai sair melhor doque se você tivesse se casado com aquela garota.

Garoto ProblemaOnde histórias criam vida. Descubra agora