Essa situação concerteza foi esquisita mas não pude perder a oportunidade de dar umas boas risadas com meu amigo.
Varias horas antes, quando ainda era de manhã eu acordei, algo parecia diferente do normal, meu dispertador não tinha tocado ainda, ele foi desligado por alguém e a casa estava em silêncio, isso era bastante estranho, normalmente minha mãe me chamava para o café da manhã ou fazia uma limpa na casa logo de manhã.
Fui até a cozinha à procura de minha mãe, aproveitei e fiz meu café da manhã, tentei fazer algo para quando ela chegasse, ela faz tanto por mim então seria bom fazer algo para ela também. Ouvi o som da porta de casa se abrindo e fechando rapidamente, passos vindo para a cozinha, era minha mãe chegando, ela veio até mim, tinha um olhar preocupado, não parecia ela mesmo, algo estava errado.- Filho, não vá para escola hoje
- O que? O que tá acontecendo mãe, onde você estava.
- Isso não importa... Você não está pronto para ouvir isso, só por favor, não vai para escola hoje.
- Porque não? algo ruim vai acontecer?Ela suspirou e olhou para mim em silêncio por alguns segundos.
- O seu pai.
- O que tem com ele? ele já vai voltar para casa, não é?
- Não por agora, ele se envolveu com algumas coisas, eu tenho medo que essas coisas prejudiquem você, que quando você estiver na escola e eu não estiver lá com você o pior acontecer.
- O pior? Eu vou morrer? Eu não quero. morrer, mãe você está me dando medo
- Você não vai morrer, só fique aqui por hoje até eu ter certeza que vai ficar tudo bem.
- Ta bom mamãe...
- Eu vou fazer alguns bolinhos para melhorar tudo, ok?Ela se afastou e foi fazer alguns bolinhos, fui para sala, todas as cortinas estavam fechadas e o local meio escura embora estivesse de manhã, era tudo tão estranho, tive certo medo até de olhar pela janela e alguém me ver e tentar me matar, sentei no tapete e olhei para o chão, eu só queria que meu pai voltasse logo, eu sei que ele vai voltar independente do que aconteça já que ele é um grande guerreiro, ele sempre me contou histórias incríveis do passado de como ele triunfou na história e derrotou todos os grandes inimigos com bravura! Mas sabe, eu queria que isso fosse mais rápido. Meu pai sempre foi alguém tão incrível, ele sempre se mostrou alguém forte, quero um dia ser igual a ele, não sei se sou capaz de um dia me torna um guerreiro como ele, mas quero pelo menos chegar a ser alguém grande de valor que nem ele, penso em um dia ir até o espaço e ver toda a galáxia que ninguém nunca viu, ser alguém relevante no mundo, não ser igual ele mas ser grande como ele foi mas talvez eu possa até lutar contra alguns alienígenas, quem sabe.
O dia de hoje foi entediante, acho que a única coisa realmente legal foi os bolinhos, tirando isso foi tão quieto e silencioso ficar aqui dentro, minha mãe estava triste demais para conversar ou brincar comigo, ainda sinto que ela esconde algo de mim, independente do que for se ela está escondendo é para o meu bem não é? Fiquei olhando para a janela do meu quarto, apesar de minhas asas finalmente começarem a crescer iguais a de meu pai, eu não podia voar igual a ele, não podia aproveitar a minha liberdade agora igual ele aproveitava, sinto nostalgia disso, das memorias dele, mesmo nunca tendo acontecido comigo, não sei muito bem o que estou pensando sobre isso.
O céu era tão bonito, já estava começando a escurecer, acho que minha mãe não perceberia se eu saísse de casa um pouquinho, só para me divertir um pouco, tomar um ar e logo voltaria.E aqui estou, na casa do meu amigo, os parentes dele parecem ser bem assustadores, nao pela aparência já que eu não os vi, mas sim pelo ar dessa casa, não sei se faz sentido, mas para mim esse lugar me trás um ar bastante ruim.
- Tem certeza que não quer voar um pouco comigo? minhas asas são fortes, nao vou te derrubar.
- Prefiro ficar perto do chão.
- Seus pais nem vão notar, só uma voltinha.
- Ok, eu até vou, mas é só uma volta e nada mais...Assim que eu ouvi a aceitação de sua voz o puxei pelos braços, saindo pela janela e abrindo minhas asas para voar enquanto o levava comigo, indo alto e rápido, ele parecia meio desesperado, mas isso era só a adrenalina do momento, concerteza! Já que isso era tão legal.
Voamos pela cidade, dando uma longa volta, ele não me disse que a volta tinha que ser curta, só disse que era uma só então aproveitei ao máximo, voar pelo belo céu igual um passarinho, me sentia livre e feliz como eles! Nada solitário por estar levando alguém comigo, era tão legal poder dividir esse sentimento libertador com alguém mesmo que eu não saiba se ele está pensando o mesmo que eu.
Olhando levemente para baixo consigo ver um leve sorriso saindo de seu rosto seguido de um grito, não um grito de desespero mas sim um grito alegria, como se ele estivesse jogando algo para fora em um sentimento alegre cheio de adrenalina.Decidi descer um pouco para respirar, coloquei ele no chão e logo em seguida também coloquei meus pés no chão, ele foi correndo em uma lixeira próxima vomitar, eu sei que não devia mas achei engraçado e comecei a rir, se para mim isso era tão facil de lidar como que ele enjôo tão facil assim? Mesmo que fique com raiva de minhas gargalhadas, isso não tiraria o peso que foi a alegria desse momento.
- Para de rir, imbecil! Isso não tem graça alguma.
- Claro que tem graça, o mais engraçado disso tudo foi você desesperado mesmo sendo uma altura tão baixa!
- Baixa? Isso não foi uma altura baixa nem aqui nem em qualquer lugar.
- Deixa de ser fresco, isso foi baixo sim, o meu pai ele consegue voar bem mais alto, até entrar dentro das nuvens.
- Isso não muda que foi alto do mesmo jeito.
- Se você diz, não vou tentar te contrariar pois sei que você não vai mudar de ideia, mas isso não deixa isso menos engraçado!
- Eu poderia acabar com você sabia?
- E porquê não faz isso? Já que é tão habilidoso assim.
- Eu preciso de você pra voltar pra casa, não vou machucar o meu cavalo assim.
- Cavalos sabem voar?
- Não, isso foi só um jeito de dizer e você sabe disso, não se faça de idiota.
- Você é muito ignorante credo.
- Vai me levar de volta para casa não?
- Segura na minha mão.Voltamos para sua casa no mesmo caminho que tinhamos ido, tomar aquele ar no rosto era realmente muito bom, aqueles poucos minutos eram bem melhores do que ficar trancado em casa, nesse meio tempo ninguém veio atrás de mim me matar ou algo assim então talvez nem seja algo tão serio eu ta fora de casa.
Deixei ele em casa e logo fui no meu caminho para casa, andando dessa vez, para o caminho se alongar e eu aproveitar melhor esse ar fresco, afinal eu duvido que ache outra oportunidade para sair assim fácil, mas o importante é a diversão do dia de hoje eu acho.
Meus passos lentos vão acelerando um pouco quanto mais vou chegando em casa, de longe eu vejo como se fosse uma sombra, em um horário desse era difícil ver, provavelmente minha mãe reparou minha falta, mas acho que o máximo que vou receber é um castinho. Olho de não tão longe, essa sombra não parece minha mãe, pelo menos não ela sozinha, tem outra pessoa com ela ali, meus passos diminuem até o momento que paro no meio do caminho, apenas olhando de longe sem conseguir indentificar bem, dou alguns passos curtos um pouco mais pra perto, me aproximando lentamente, por alguma razão me sentia arrepiado...
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As cores do tempo (Countryhumans/Hunpol)
Historical FictionA fic contém temas pesados, violência, drogas, problemas mentais (não estou romantizando nada) Esteja avisado 🪼