❁ Capitulo Um ❁

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Eu estava sentada na carteira do colégio prestando atenção na aula quando o sinal toca, recolho meus materiais sem pressa e tipicamente sou a ultima a sair da sala, corro até a saída principal, mas antes de eu colocar o pé para fora do colégio o meu advogado, melhor amigo e protetor me para.

"Mia? Preciso falar com você, vamos ao meu escritório?" Entro em sua BMW e o caminho segue silencioso.

"E então? Por que esta tão quieta hoje?" Ele me pergunta sorrindo, ainda de olho na estrada.

"Eu não estou quieta! Só não tive um bom dia." Falo encerrando logo o assunto e tiro minha franja do meu rosto irritadamente, não sei por que geralmente tenho esses ataques mas sei que não consigo controlar.

Assim que descemos do carro suas mãos entrelaçam minha cintura e eu continuo andando.

Atravesso os corredores grandes e gelados até chegar em sua sala, me sento na cadeira e jogo minha bolsa em um lugar qualquer enquanto Tyler se senta tranquilamente com um sorriso na cara.

"Temos notícias agora sobre sua tia, ela está disposta a cuidar de você." Eu gelo com aquela informação, eu não sabia o que pensar, aquilo era verdade? Não, não podia ser. Cubro minha boca com as mãos e sinto uma falta de ar repentina, meu corpo todo tremia.

"Mia? Mia está tudo bem? Mia?" Ele se aproxima de mim e eu o abraço forte chorando.

"Isso... Isso é incrível, você sabe o quanto isso é importante para mim, Tyler!" Falo e ele envolve seus braços em minha cintura me puxando para mais perto dele.

Eu estava esperando o dia em que eu acharia algum parente meu para conhecer, conhecer minha família, ver gente do meu sangue.

"Ela já deixou tudo certo, amanhã mesmo você já vai pra casa dela." Ele fala ainda sem romper o nosso abraço. "Ah, ela se chama Johannah e é sua tia de 2º grau."

"Isso é incrível." Falo olhando para sua face feliz, ele estava feliz por mim, Tyler era como meu pai, ele cuidava de mim e me ajudava quando eu estava caindo.

Assim que saímos de lá, Tyler me deixou em casa e eu comecei a arrumar minhas coisas.

Passei a noite inteira pensando em como iria agir diante dela, será que ela era atenciosa? O que fazia da vida? Será que gostaria de mim? Será que a gente iria se dar bem?

Eram tantas perguntas que quando fui dar conta, já eram nove da manhã e eu só havia dormido alguns minutos, caminhei até o banheiro e vi meu reflexo, eu estava acabada. Soltei meu cabelo e o penteei como de costume, vesti uma calça jeans preta e uma moletom grande verde, me olhei no espelho e respirei fundo, eu queria parecer alguém normal, eu estava aceitável.

Poucos minutos depois Tyler chega em minha casa e cada vez mais eu fico inquieta, a partir deste momento eu sei que minha vida vai mudar, mas eu preciso e espero que seja para melhor, eu estou pronta para recomeçar do zero, mas dessa vez, tentar fazer tudo certo, a vida me deu uma segunda chance e eu pretendo não desperdiça-lá.

(...)

O caminho não foi como eu queria, Tyler estava calado e eu presa em meus pensamentos enquanto esfregava minhas mãos umas nas outras, eu não poderia estar mais nervosa.

Paramos em frente ao aeroporto e eu olho para ele confusa. Por que estamos no aeroporto?! Pensei que eles morassem aqui.

"Aqui o seu passaporte, terá um carro te esperando assim que você chegar em Londres."

"Londres?!" Eu não sei o que pensar, Londres é muito longe de Portland, outro país! Como eu veria Tyler? Não, eu não quero deixá-lo. O abraço forte, eu não sabia que aquela seria última vez que eu o veria, em tese.

"Desculpa não ter te falado isso mas eu não conseguiria se quisesse." Ele diz retribuindo meu abraço e lágrimas saem sem permissão, ele era minha única família.

"Eu não quero te deixar assim." Falo e ele acaricia meu cabelo e beija minha testa me entregando minhas malas.

"Mantenha contato, tudo que você precisar fale comigo entendeu? Qualquer coisa, não importa, tudo bem?" Concordo com a cabeça e suspiro, eu temia cair em lágrimas novamente.

"Se cuida." Falo andando até o portão de embarque. Uma parte de mim não queria entrar, eu queria ficar lá com Tyler, ele era minha única família, ele foi o único que já se importou comigo.

A esse ponto já haviam novas lágrimas nos meus olhos e eu não queria admitir que eu precisava superar.

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