Prometida ao Senhor das Trevas

Capítulo 5

Nesses tumultuados e agitados dois semanas desde que me tornei rainha, mergulhei em um mundo que nunca imaginei que conheceria. As responsabilidades que a corte real apresenta me envolveram de uma forma que, às vezes, sinto como se estivesse perdendo a conexão com a vida que eu costumava conhecer.

Na manhã de um dia ensolarado, abri meus olhos com a luz suave do sol infiltrando-se pelas cortinas pesadas do meu quarto. Era um contraste tão grande com a quietude que costumava reinar na minha vida anterior. Apenas o canto dos pássaros fora do meu quarto quebrava o silêncio.

Enquanto eu estava começando a me levantar, minha empregada, Lilia, entrou com uma expressão intrigada no rosto e um envelope decorado na mão.

- Milady, uma carta acaba de chegar. - Disse ela com um sorriso.

Curiosa, estendi a mão para pegar a carta, notando o selo de cera vermelha com as iniciais elegantes da remetente, Condessa Isabella.

- Um convite da Condessa? - Murmurei, surpresa. - Isso é inesperado.

Que tipo de motivo a Condessa teria para me convidar? Não tive muitas interações com ela desde que me tornei rainha, embora soubesse que ela era uma das figuras influentes da corte.

Abri o envelope com cuidado e li o convite que estava escrito com elegância.

"À Ilustre Rainha Elysia,

É com grande prazer que estendo a você um convite para um evento em minha residência, marcado para daqui a três dias. Será uma noite de música, dança e conversa, e seria uma honra contar com a sua presença.

Atenciosamente, Condessa Isabella"

Meus pensamentos começaram a girar. O convite da Condessa era uma oportunidade de interagir com outros membros da nobreza e, talvez, ganhar aliados. No entanto, também carregava o peso das expectativas.

- O que você acha, Lilia? - Perguntei, olhando para minha empregada.

Ela ponderou por um momento antes de responder. - Parece uma oportunidade valiosa para conhecer melhor a Condessa e outros nobres, milady. Mas também é um território desconhecido.

Ela estava certa.

- Então, vou aceitar o convite. - Decidi, guardando a carta com cuidado.

Lilia assentiu, satisfeita com minha decisão. - Vou cuidar dos preparativos, milady.

[...] 

Lilia, já estava ao meu lado, pronta para começar minha rotina matinal. Ela trouxe um grande jarro de água perfumada com pétalas de rosa para lavar o rosto e acordar meus sentidos. Enquanto ela derramava a água em uma bacia, eu mergulhei meu rosto na água fria e respirei profundamente o aroma delicado das rosas.

Depois do banho, Lilia me ajudou a escolher um vestido para o dia. Optei por um modelo simples, mas elegante, em tons de verde e prata, adornado com bordados delicados. Meus cabelos ruivos foram penteados em deixados livres de qualquer amarração, e Lilia adicionou uma tiara de pérolas como toque final.

Desço para o café da manhã com a expectativa de encontrar Moros, mas, como tem sido frequente nas últimas semanas, ele não estava presente na mesa. Isso começava a se tornar um padrão desconcertante. A sensação de solidão se instaurava sempre que eu olhava para o assento vazio ao lado do meu.

Não pude deixar de pensar no motivo pelo qual me importava tanto se Moros se sentava à mesa do café da manhã ou não. Na verdade, era mais do que apenas a presença física dele naquelas manhãs. Era a sensação de proximidade, de compartilhar um momento íntimo com meu marido, algo que eu esperava, talvez ingenuamente, que pudesse nos aproximar.