Capítulo 5

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No caminho pra casa Changbin resmunga e faz cara feia e eu tento entender o porquê.

- Aish!

- Que é?

- Esse seu perfume! É muito forte!

- É francês, pra olfatos muito apurados. Não espero que você aprecie, afinal, tá acostumado com cheiro de bosta de vaca!

- É bom você ir se acostumando também.

- Hum! Eu?! Nunca!

- Ué, não foi você que disse que iria ficar até o final do mês?!

- E vou! Mas nunca que eu vou me acostumar com o cheiro desse... desse fim de mundo! - nesse momento, pela proximidade de nossos corpos, eu posso reparar um cordão com uma pequena chave pendurada no pescoço do meu primo, e isso me deixa intrigado.

- Ah mas você se acostuma, pode acreditar.

- Changbin.

- Hum?

- O que é isso? - faço menção ao objeto, mas ele rapidamente o coloca pra dentro da blusa antes que eu possa tocá-lo.

- É coisa minha.

- O que? Por acaso é a chave de algum tesouro? - brinco.

- Não é da sua conta! - ele responde seco.

- Affs! Ignorante! - depois desse fora seguimos em silêncio até em casa onde minha tia vem nos receber.

- O que houve?

- O donzelo caiu do cavalo. - Binnie responde ao descer.

- Valha-me Deus!

- Eu não caí! Fui derrubado!

- Ah, dá na mesma!

- Meu Deus! Você se machucou filho?!

- Não muito tia.

- Ah que drama! Ele só torceu o pé.
E que história é essa de "filho" agora?! Seu único filho sou eu!
Já não me bastava ter que dividir a fazenda, agora vou ter que dividir a mãe com esse daí?!

- Já te disse que não sou "esse daí"!
Eu tenho nome!

- Ah sim claro, perdão, Yongbok! - bufo de ódio ao ouvir ele me chamar assim.

- Por que você não para de gracinha e faz alguma coisa útil?! Tipo, me ajudar a descer daqui?!

- Ah claro, eu vou ajudar sim. - perco o fôlego e deixo cair no chão a bota que vinha carregando, quando Changbin me desce de uma vez de cima do cavalo e em seguida me pega no colo.

- O que você tá fazendo?!

- Como pretende entrar em casa com o pé torcido, ahn?! - fico sem resposta enquanto ele sobe os degraus da varanda, me carregando pra dentro de casa.
Ele me leva até o meu quarto e me coloca na cama e a luz que entra pela janela ilumina seu rosto quando por um instante nos encaramos.
Desvio o olhar tímido.

- O-obrigado.

- Tudo bem. - ele responde sem fazer contato visual virando-se para sair.

- Ah, Binnie!

- O quê?

- Minha bota.

- O quê que tem?

- Eu deixei cair lá fora quando...

- Tá, eu pego pra você, "Cinderela".
Só não levanta daí!

- Tá. Obrig... - ele fecha a porta antes que eu termine a frase.
Meu coração bate acelerado porque ainda sinto o cheiro dele nas minhas roupas. Acho que eu não tô bem.

Topline | Changlix (Colab)Onde histórias criam vida. Descubra agora