Dark Sister

Canibal

Alyssane não tinha um dragão nascido no berço, como sua irmã.
Não, a história dela foi um pouco mais complicada.
Ela sentia que haveria um dragão para ela, em algum lugar, e que nenhum ovo o trará para si.
Ela ainda aguardava.
Tudo começou quando brigou com o pai.
–Você é um fraco manipulável pai! Eu não acredito que deixou o Otto de enganar assim!
–Alyssane, como você me fala isso? -Viserys diz, magoado.
–Olha para você e olhe para Alicent, você realmente acredita que ela sente atração pelo senhor? Fala sério!
Alyssane nunca mediu palavras, principalmente quando estava frustrada.
–Porque Rhaenyra e eu nunca podemos ser o suficiente para você, pai? Porque o senhor tem que afastar todo mundo que te ama para agradar esse bando de cobras que só querem te usar?
Ela não espera resposta e sai.
O dia do casamento de Viserys com Alicent chega.
Alyssane sai frustrada, correndo a toda velocidade com o cavalo.
Ela foi acompanhada de Sir Harrold, a quem tinha um carinho especial, pois o velho Guarda Real acompanhava e protegia as duas desde que nasceram.
Alyssane sentia algo muito forte a puxar.
Harrold ouviu o barulho e se assustou, sentindo o perigo e sacando sua espada da bainha.
–Ela é minha. -diz Alyssane, feliz.
A ligação a chamava.
–Princesa, não! É o Canibal!
Alyssane não o ouve e corre para o dragão.
–PRINCESA!
Ela salta em direção a Canibal.
Quando ela senta em sua costas e coloca a mão em sua cabeça, o mesmo sentimento é ecoado.
–Finalmente!
Harrold quase teve um ataque cardíaco.
–Sōves! -ela ordena, e Canibal voa.
–Eu não ganho o suficiente para passar por esse estresse! -reclama Harrold.
Quando ela finalmente desse, o Guarda Real está de muito mau humor.
–Primeiro é seu tio Daemon me deixando careca, agora é sua irmã e você me fazendo tomar esses sustos!
Alyssane ri.
–Sir Harrold, temos um casamento para ir.
O segundo casamento de Viserys teve um grande marco.
Alyssane chegar montada em Canibal.
Otto quase desmaiou quando viu a besta.
–Desculpe o péssimo jeito. É que o sangue da Canibal chamou por mim.
Rhaenyra sorri e olha para Alyssane com orgulho.
–Venha cá, irmã. Estou muito orgulhosa de você.
Alyssane ficou chocada com o mau gosto do vestido e do cabelo da garota Hightower e comentou baixinho com Rhaenyra.
–Sério, era o melhor que poderiam fazer?
–Ela é filha de um segundo filho. Não tem acesso ao que temos. Talvez se vista melhor depois do casamento.
–Bem, é no que dá um homem se casar com uma mulher tão abaixo da sua posição.
–Eu não quero nem ver o que ela vai inventar de querer nos vestir quando a gente se casar. Que gosto horrível.
Alyssane e Rhaenyra debocham, em cumplicidade.
É notável o desconforto de Alicent, principalmente quando poucas semanas depois do casamento a gravidez é anunciada.
–Ah, agora eu entendi porque meu pai se casou tão rápido.
–Eu me casei donzela! -protesta Alicent.
–Se fosse o contrário, se eu entrasse no quarto de um homem escondida, me casasse com ele tão rápido e anunciasse a gravidez, você acreditaria em mim se eu dissesse que casei donzela? Use seus próprios padrões e diga você mesma.
Alicent não responde.
–Vejo que até você não acredita nas próprias desculpas. Oh Alicent, como você se aprisionou dessa maneira?
A ruiva começa a chorar.
Apesar de tudo, Alyssane sente um pouco de pena dela. Ninguém deveria ser usada assim pelas ambições do pai.
–Espero de verdade que seus partos sejam fáceis, pelo seu próprio bem. Minha mãe era o amor do meu pai e ele foi capaz de mandar cortá-la. Imagine o que ele faria com você, que não passa de uma escrava sexual com um título chique.
Alicent ficou totalmente pálida, enquanto Alyssane vai até Rhaenyra.
–Vamos voar em nossos dragões, Lys?
–Vamos, Nyra.
Otto olha para as duas meninas nos dragões, preocupado.
–Tinha que ser justo o Canibal que essa menina doida pegou?