Draco L. Malfoy tem um segredo.
Um muito desordenado e vergonhoso segredo.
E, para seu azar -ou seria sorte?- Harry Potter o descobre.
Felizmente, a história vai muito além do que apenas com O Salvador dividindo sua cama com uma bola de pelos branca...
Meu peito doía levemente com o esforço físico sem preparo que eu estava fazendo.
Eu passei correndo pelos pisos lisos e soltei um suspiro surpreso ao quase ser vítima de uma queda.
No momento em que eu vi uma pequena bola de pelos em um borrão virar a direita, eu rapidamente me indireitei e corri atrás daquele animal.
Eu passei pelos alunos de outras casas pedindo perdão pelos diversos esbarrões que eu lhes dava sem intenção.
Eu avistei a doninha passar por baixo das pernas de um grupo de corvinais e lhes apontei o dedo.
-Peguem aquela doninha!
Eles, infelizmente, me ouviram tarde demais e, por conta da minha velocidade, não pude parar rápido o suficiente, tropeçando nos alunos e caindo junto deles no chão.
Eu rapidamente me desculpei antes mesmo de me levantar e, quando o fiz, corri novamente atrás daquele bichano.
Eu parei no meio do castelo em um corredor interligado entre diversos outros, perdido.
Tentei me virar para observar todas as opções, mas era tarde demais. Eu havia o perdido.
Suspirei e olhei para o lado, vendo como algo branco aparecia na virada do corredor e caminhava elegantemente.
Aquele era Malfoy.
...
𝙿𝚘𝚞𝚌𝚘𝚜 𝚖𝚒𝚗𝚞𝚝𝚘𝚜 𝚊𝚗𝚝𝚎𝚜:
Ronald suspirou cansado ao meu lado e se apoiou em meus ombros.
-Aí, cara....! Eu odeio escola. Odeio as aulas. Odeio tudo!
Eu o olho com as sobrancelhas levantadas. Eu poderia estar fazendo o mesmo que ele: reclamando.
Mas eu havia acordado de bom humor hoje, como se houvesse a impressão de que seria um bom dia. Então, por que não aproveitar?
-Eu espero que isso não inclua eu e Hermione.
Eu ameaço divertido, rindo ao ouvi-lo bufar.
-Bem, eu adoro as aulas de transfiguração. Ronald que é um dramático que não gosta estudar!
Hermione disse de queixo levantado, abrindo um livro ao virar o corredor.
-Você quem é louca de só fazer isso o dia todo!
Eu engoli em seco ao sentir o tom de decepção em sua voz. Eu sabia que mais uma briga estava por vir.
Faziam cerca de dois meses desde o começo do sétimo ano. Três meses desde que Hermione e Ronald começaram um relacionamento.
Três meses aguentando brigas sem pé nem cabeça.
Eu apressei meu passo e os deixei discutindo lado a lado. Agora Ronald falava de como ela não lhe dava devida atenção, e a mesma lhe respondia dizendo que, ao menos, havia alguém preocupada com o próprio futuro.
Suspirando, eu acenei para Neville em um corredor próximo, junto a Luna, e cantarolei uma música enquanto os meus amigos me seguiam.
-Meu Merlin, o que é isso?!
-O que esse bicho está fazendo em Hogwarts?
Eu ouvi alguns gritos e murmúrios vindo de alguns corredores a frente. Qual era a fofoca do dia?
-Cuidado, ele está virando o corredor!
Uma menina a alguns passos de mim gritou e imediatamente um borrão branco passou pela minha frente, me fazendo tropeçar ao tomar cuidado para não pisar no mesmo.
-Mas que merda?!
Eu exclamo me levantado do chão, passando as mãos pelo chão procurando meus óculos.
Ao não encontrá-lo, eu rapidamente lancei um feitiço temporário de visão e me coloquei de pé, buscando o causador disso tudo.
Os alunos apontavam e comentavam sobre aquela estranha sombra virando o corredor e, presa em si, o objeto que eu procurava.
-É uma doninha em Hogwarts!
Uma lufana gritou ao meu lado.
Uma doninha? Na escola? E por que demônios meus óculos foi parar em suas costas?!
Eu peguei minha bolsa e, ignorando as perguntas de meus amigos, corri em direção ao animal.
-Que merda. Que merda!
Eu sussurro enquanto corro atrás daquele borrão branco. Sinceramente, o que havia de errado com esse animal?
A doninha parecia saber exatamente para onde queria ir, virando os corredores com conhecimento e desviando das estátuas e alunos. Eu percebi que, pelo caminho que estávamos fazendo, o animal provavelmente estava indo para a biblioteca.
Uma garota gritou ao meu lado ao sentir o ser passar pelos seus tornozelos. Eu tossi com sede enquanto continuava correndo.
...
𝙰𝚐𝚘𝚛𝚊:
Eu parei no meio do castelo em um corredor interligado entre diversos outros, perdido.
Tentei me virar para observar todas as opções, mas era tarde demais. Eu havia o perdido.
Suspirei e olhei para o lado, vendo como algo branco aparecia na virada do corredor e caminhava elegantemente.
Aquele era Malfoy.
Eu esfreguei os meus olhos para ter certeza de que o feitiço de visão não estava acabando.
Eu havia visto certo, aquele era Malfoy passando ao meu lado despreocupadamente e entrando na biblioteca a minha esquerda.
Ele parecia estranhamente ofegante.
Eu franzi minhas sobrancelhas e procurei novamente pelo bichano, suspirando ao me dar por vencido e começando a andar em direção aos meus amigos quando ouço o som de lentes se quebrarem.
Meus óculos estavam debaixo da sola de meu tênis, reaparecidos como mágica.
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