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Observei Zera colocar a vasilha de vidro sob a mesa. Em questão de segundos, ela varreu os olhos pelo local, como se estivesse procurando algo. Fiquei a olhando, até que seus olhos encontraram os meus. Dei um sorriso a ela, que rapidamente retribuiu o sorriso.
Ficamos nos olhando por alguns segundos, até Catherine desviar o olhar. A morena seguiu em direção a minha mãe e suas colegas.

Levei a garrafa de cerveja até minha boca, virando todo o líquido amargo de uma vez.
O líquido passou rapidamente por minha garganta, formando uma careta em meu rosto.
Deixei a garrafa de long neck no chão, me levantando rapidamente. Segui até a mesa de bebidas, que tinha no salão, precisava de algo mais forte. Peguei um copo pequeno, que tinha na mesa e coloquei uma dose de vodka.

- Desse jeito você vai acabar embriagada - ouvi a voz rouca de Catherine atrás de mim, me virei para olhá-la, seu rosto estava corado, creio que por conta do calor.
- Talvez essa seja a intenção. - respondi a ela e virei a dose na boca. Sai da frente da mesa, para que ela pegasse uma bebida.
Vi que a mulher pegou uma cerveja e se voltou para mim.
- Aquele menino está olhando pra você desde a hora que cheguei. - Catherine dizia, quebrando o silêncio. Sua mão abria a latinha de cerveja enquanto a outra estava na cintura, como ela conseguia abrir com a unha curta eu não sei.

- O Bruno? - sussurrei, me aproximando dela. - Ele é um porre. - revirei os olhos enquanto ela me olhava com atenção – E ainda por cima não faz meu tipo — decretei por fim vendo a mulher levar a latinha até a boca, dando um gole generoso na bebida.
— Você tem um tipo? - Zeta perguntou, ainda olhando em meus olhos. Agora nascendo um mini sorriso em seu rosto.
— Sim — respondi a ela. - Prefiro as de olhos escuros, cabelos pretos e braços fortes. - Desviei meu olhar de seus olhos para seus braços. Mordi o canto dos lábios e olhei pra ela.
Catherine não respondeu nada, apenas deu outro gole na cerveja e sorriu mais largo… aquela mulher deveria ser presa por ser linda demais.

Nossa atenção foi roubada por meu pai, que batia palma da mão no microfone, fazendo um barulho alto.

— Bora dançar meu povo, quero todo mundo na pista de dança!!- Meu pai dizia, no microfone, nos chamando.
—Vem — entrelacei meu braço no braço que estava em sua cintura e a puxei para o outro lado.

Meu pai colocou "não aprendi dizer adeus" no karaokê, e começou a cantar.
Observei minha mãe dançando com a esposa de Henrique, enquanto o mesmo estava do lado do meu pai. Marcos dançava com sua esposa e Jonas estava na churrasqueira cortando um pedaço de carne para Joana.

— Em, quer dançar? - estava prestando atenção nos outros dançando, que nem vi o Bruno se aproximar.
- Não quero, estou muito cansada. Mas obrigada pelo convite. - disse a ele, me escorando em Catherine que me olhou sem entender nada. Vi uma expressão triste no rosto dele, mas nem liguei.
O menino ia abrir a boca pra dizer algo, quando foi interrompido pela voz de mãe.

— Bruno, olha o Nicolas chamando ali! — apontou para o Nick do outro lado que só não tacou algo nela por já ser uma mulher de idade e lá se foi ele perturbar os dois irmãos.
— Cansada? Além de ser mimada você costuma mentir? — Zeta perguntou olhando para mim — Você estava literalmente sentada, sem fazer nada — ouvi sua voz rouca dizer — Por que não quis dançar com ele? — ela dizia, olhando para o meu rosto. Parecia indignada porque eu recusei dançar, vê se pode?

— Não quero dançar com ele porque essa noite quero dançar com você — Ignorei seus insultos. Tirei a latinha de cerveja da sua mão, colocando no chão. Peguei em suas mãos, a girei levemente e aproximei nossos corpos.

— Emma... — a ouvi dizer em um sussurro.
— Fica quieta.- Respondi a ela -Nós estamos dançando, igual todos que estão aqui, não é? — olhei em seus olhos. Em um movimento rápido, levei suas mãos que seguravam as minhas até minha cintura e ela começou a conduzir a dança.

A Dona da Fazenda ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora