Capitulo 2: Pressão Parental

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Providence, Rhode Island 16 de fevereiro, 2024

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Providence, Rhode Island
16 de fevereiro, 2024

Geralmente, em circunstâncias de sonolência, as pessoas se envolviam ao torpor agradável para descansar, absorviam a inércia de tão bom grado porque conheciam a pura satisfação do que se seguia após deitar a cabeça em um travesseiro, acoplar as pálpebras uma à outra e esquecer do dia cansativo.

Eu não; eu dormia para lembrar.

Era quase como um ritual: um sono tranquilo de pelo menos meia hora, um estado de consciência obrigatória nas próximas três horas e, então, após vencer a insônia, um sono profundo que me arremetia a circunstâncias aprazíveis ou pejorativas dependendo da minha sorte.

Era divergente, mas nem tudo, porque podia até variar entre sonhos e pesadelos, contudo, não mudava, nunca, o facto de esses flashbacks se arremeterem a minha infância com Jeremy.

Normalmente, eram esses momentos que deliberavam o próximo estado da minha condição emocional durante o dia inteiro; hoje, por exemplo, a expectativa de um humor   agradável corria por minhas veias enquanto sentia os últimos resquícios do que seria um sonho entorpecente de tão aprazível se esvaírem.

Por vezes, as imagens sumiam tão rápido do meu consciente que não  reconhecia o cenário do sonho da vez, mas a sensação nunca falhava, o sentimento que se seguia ao tormento era o que determinava o que tanto me assolara durante o sono, se eram lembranças boas ou más.

Mesmo diante da sensação um pouco desconfortável da pequena violência que meus poros sofriam, ainda conseguia sentir que nada me abalaria naquele dia, nem a missão que tinha com Madeline. O feixe de luz penetrava através das minhas pálpebras de forma intensa, incomodava um pouco, por isso, eu acordei.

Por isso e pelo meu alarme, que tocara três vezes antes de eu realmente me abdicar completamente do meu sonho maravilhoso.
Me sentei em um bocejo e me espreguicei; esse meio segundo sempre fora estranho para mim, verossímil a um sentimento ambíguo entre o inferno e o céu, quase como um limbo que, mesclado a minha momentânea queda de pressão sempre que me erguia, parecia um declínio interminável que me arremetia a nada.

Era bom, muito bom, tão bom que eu ignorava o quanto essa analogia depreciativa devia me assustar. Esse era o ponto mais alto dos meus dias, não sentir absolutamente nada, por mais perecedoiro que fosse.

Pisquei, em busca de alguma direção, mas meus movimentos me levaram até o meu celular antes mesmo que eu recobrasse o controle do meu corpo.

Nem uma mensagem, nada!

Eu deveria estar feliz, meu peito devia regozijar de tanta alegria, mas...

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