🔞ALERTA DE DARK ROMANCE🔞
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Depois de Jeremy, quem por toda sua infância fora considerado seu único amigo e eterno refúgio ao qual a morte levara diante de seus próprios olhos e em circunstâncias misteriosas, Alexis tem seus dias domados pela mon...
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Providence, Rhode Island 16 de fevereiro, 2024
Eu podia ser uma sedentária que fora obrigada a uma transmutação nômade, podia odiar com todas as minhas forças os exercícios físicos aos quais minha mãe me submetia, por mais resiliente que eu agora estivesse com a situação.
Mas sempre teve um quê na eficiência de caminhar para mim, claro, quando eram caminhadas curtas e aqui, em Providence, tinha tudo a um raio de no máximo um quilômetro, não levava mais de quinze minutos para ir ao bar da esquina, à universidade ou a algum posto policial, por isso, tinha me permitido caminhar de volta à minha casa com a intenção de espairecer.
E talvez aquecer os músculos um pouquinho porque estava voltando para casa para descansar, talvez comer alguma coisa e ir para a academia. E eu chorava por dentro só de imaginar o sorriso diabólico que a minha personal trainer ofereceria por finalmente me ver ali depois de semanas sumida.
Eu havia "fugido" para Providence assim que pude, logo no início de janeiro, com a desculpa fajuta — mas nem tanto — de que precisava resolver a parte burocrática o mais rápido possível. Mal sabia meu pai que eu estava correndo de todo aquele inferno disfarçado de família feliz a que era submetida há dezoito anos; por outro lado, tinha certeza de que Madeline estava ciente, mais do que nunca, da minha fuga e, por isso, eu me convencia cada vez mais que a presença de Stacy não fora somente para aproximação alguma, aquela mulher estava procurando um jeito de me vigiar melhor.
Tinha os AirPods ligados para mais uma das minhas playlist produzidas à base de remixes que eu retirava do TikTok — a única coisa que esse aplicativo servia para mim —, mas interrompi meus movimentos ao parar perto de uma rua repleta de lojas de conveniência, onde uma butique pequena chamou a minha atenção, ou melhor, o que tinha dentro dela.
Parei diante da vitrine de vidro que dispunha uma completa visão dos manequins desposados, cobertos por vestidos de gala distintos. Não era muito fã de vestidos, mas eu tinha um e outro no meu closet na mesma quantidade que tinha saltos altos na minha sapateira. Entretanto, lá estava eu, paralisada por uma peça delicada, comprida e com mais florzinhas que um campo de girassóis.
Tinha a certeza que Madeline se sentiria orgulhosa de mim por esse avanço, isso se ela não menosprezasse o vestido azul-claro, comparando-o com uma toalha de piquenique, o que, sejamos sinceros, ela o faria há dez metros de distância assim que me visse envolta dele.
Todavia, tinha algo naquela peça, no facto de ela, sem aquela característica sofisticada, naquele ar despojado que só emanava dela, parecer mais inocente e fora de órbita naquele ambiente onde só residia o mais puro glamour.
