2° sem ela

175 23 0
                                    

Na praia encontrava – se Athena, Romena e Aruna, alguns professores e alunos de Euphora. Os pais de Melissa foram no lugar da filha, a mesma não saia nem do quarto e o Dexter também se fez presente. Todos foram prestar homenagem a Ártemis.

Alister estava em seu quarto quando a campainha tocou. Ele estranhou, mas desceu para abrir.

- Oi... Se procura minhas mães, elas estão no Mar Ondina. – Alister diz ao abrir a porta.

- Han... Certo... Mas você poderia me dizer o que exatamente aconteceu com a Ártemis? – Emma pergunta.

-Eu matei minha irmã, fim. Agora tchau.- Alister ia fechar a porta, mas Emma segurou.

- Calma rapazinho, eu não vim te acusar, muito pelo contrário. Posso entrar?- Alister pondera, mas acaba deixando.

- Eu fiz besteira e isso custou a vida dela.

- Você sabia o que estava fazendo? Sabia que era errado?

- Sim... Ela me avisou, ela tentou me impedir.

- Isso não te torna um assassino, claro que eu não o que aconteceu, mas você não ouvi-la te torna apenas um idiota. Mas que aprendeu a lição.

- E o preço por isso é minha irmã?

Respiro fundo e decido contar-lhe algo sobre mim, que não compartilho com ninguém.

- Em partes, ela tentou te ajudar, porém no fim isso custou a vida dela. Quando eu era mais nova, algumas décadas atrás, eu tinha uma irmã gêmea, ela nasceu uma comum. Um dia, saímos com alguns amigos e bebemos, insistir pra voltarmos de carro e eu estava dirigindo, capotei o carro e uma descida. Eu matei todos que estavam no carro, que não eram vampiros e a minha irmã foi um deles. Ao todo, levei três vidas... Eu levei  metade de um século pra superar e até não consumo álcool e muito menos pego em um carro. – Deixo algumas lágrimas caírem.-

- Eu sinto muito.

- Tudo bem, eu to melhor e você também vai. Sabe por que? Por que você não a matou!

- Matei sim! Foi culpa minha, ela disse pra eu não entrar no Mar Ondina e eu entrei!

Escuto ele desabafar.

- Ela disse: “Não entre" e eu entrei. Ia ficar só no raso, mas quando eu vi o mar estava agitado e o céu escuro, ela pulou na água e  me puxou ate eu consegui voltar sozinho.

- Alister, você não matou ela! Você desobedeceu? Sim, mas ela ia viver. Escuta, durante a Grande Guerra, alguém lançou uma maldição no mar para que ninguém pudesse fugir por ele e nem as fadas usarem contra lobos. Eu ainda não era nem nascida, mas meu pai disse que quem entra, não sai. Quando duas pessoas entram, apenas uma tem chance de escapar...  Ela só não sabia disso e se sabia, ela entrou lá por você.

Puxo ele para um abraço.

- Sinta o luto, sinta a dor, mas de perder sua irmã  e não a culpa de um assassinado que você não cometeu, foi um acidente. Mas vai levar tempo pra você entender, se precisar conversar, me procure. Ártemis era minha amiga e muito importante pra mim, se eu puder fazer algo por ela, então farei.

- A morte daquelas pessoas, não foi sua culpa.

- Foi! Eu sabia que beber e dirigir era errado e podia ter algum acidente, eu sabia que tinham pessoas incapazes de se proteger e eu coloquei a vida deles em risco e paguei por isso.

- Qual era o nome dela?

- Eleonor.

Sentamos no sofá  e ficamos conversando.

- Você já comeu? – Pergunto.

- Não como desde ontem.

- Vou pedir algo. – Pego meu celular no bolso  e ele segura minha mão.

- Não precisa, eu estou sem fome.

- Não faça isso! Não deixe de se alimentar, você precisa comer.

Insisto por mais um tempo e ele aceita, peço uma sopa de verduras, não sei quantas horas ele está sem comer e precisa de vitaminas.

O entregador levou pouco tempo pra chegar, faço ele tomar toda a sopa e depois ele deita no sofá. Ele lembrava eu nessa fase, eu era uma completa rebelde sem causa.

Sento e coloco a cabeça dele nas minhas pernas e tento distrai-lo um pouco, hora ou outra ele chorava se culpando. Em algum momento ele dormiu e eu fiquei ali esperando as mães dele.

Elas apareceram do nada na sala, foi surpresa pra mim e pra elas.

- O que faz aqui?

- Estava procurando Athena, mas encontrei o Alister. Conversei com ele e o fiz comer, depois dormiu. – Explico.

- Obrigada por cuidar dele, ele não comia e só sabia repetir que era um assassino e que não merecia viver. – Athena fala.

- Imagino, mas acho que vai até amanhã. Já vou indo, eu sinto muito pela Ártemis... – Digo um triste.

- Eu soube o que você fez ontem... obrigado por defende-la.

- Não por isso... faria de tudo por ela...

- Vocês eram muito próximas? Não sei muito das amizades dela.

- O suficiente. – Me limito a dizer e me despeço.

Vou para casa pensando em como as coisas acontecem...

Athena POV

Depois que a Emma saiu olho para Romena e ela entende.

- A Ártemis já era de maior, se ela estava com a Emma Walters era problema dela. – Romena diz.

- Minha garotinha... – Faço drama.

- Sua garotinha namorava um lobo por 2 anos, acho que mocinha não era mais.

- Romena! Eu vou viver a imagem pura da minha filha, que não namora e não sai de casa.

- Você sabe por que... prefiro crer que no mínimo ela tinha algo com essa professora.

Falar da Ártemis sem ela aqui era muito ruim. Fomos fazer a janta e quando Aruna foi arrumar a mesa e pôs um prato a mais...

Foi um momento muito ruim, mas estamos tentando.

Alister acordou e se sentou com a gente.

- O que a Emma queria?- Pergunto como quem não quer nada.

- Falar com você, mas acabou que ela ficou e conversou comigo. Sabia que ela tinha uma irmã gêmea?

- Não. – Respondo surpresa.

- Ela perdeu a irmã também, tem 50 anos. Ela disse que um dia eu ia melhorar e que um de nós iria morrer, por causa da Maldição.

- Sabemos. – Digo e mudo o assunto.

Mas o ar estava muito pesado...

A Transmorfa e A VampiraOnde histórias criam vida. Descubra agora