seis.

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É engraçado como as coisas podem mudar em uma fração de segundos. Como uma ação pode alterar todo o restante de sua vida, positivamente, ou negativamente.

Keisuke estava largado sobre sua cama, repensando sobre a conversa que tivera mais cedo com Summer.

Ele jamais imaginou que aqueles pensamentos rondavam a mente da garota. E muito menos imaginava que aquilo iria mexer tanto com os seus sentimentos.

Os olhos cansados e dispersos da garota o intrigavam, era como se ela tivesse vivido 80 anos de puro sofrimento e desgosto, e não pudesse mais apreciar os bons momentos da vida.

É como se ela não tivesse uma alma.

O toque do celular de Baji o despertou, de imediato ele encarou a tela, na qual discava o nome de Summer. Sem demora, Baji atendeu.

- Baji... – a voz da garota soava fraca e baixa.

- Summer? O que aconteceu meu bem? – não recebeu nenhuma resposta. – Summer?

- Eu acho que... meu pai... puta merda. – a voz da garota soou tensa, como se estivesse tentando segurar o choro em meio a um estado de choque. Keisuke não ouviu mais nada, a ligação foi encerrada por Summer.

Do outro lado da chamada já encerrada, a desconhecida estava parada em frente a porta da casa recém aberta, sendo recebida pela pior cena que já avistou em seus dezessete anos de idade.

O seu pai jogado sobre o chão, sem vida.

Inúmeros remédios e garrafas de bebidas estavam jogados ao lado do corpo sem vida. Indicando que o mesmo havia forçado a própria morte.

Os dedos da garota ligaram para a ambulância antes de ligar para Baji. E após ela encerrar a chamada com Keisuke a equipe chegou.

Uma mulher baixa pegou em sua mão, a puxando para fora da casa, murmurando palavras as quais ela não entendia o que eram, pois seu cérebro apenas processava a imagem do homem com os olhos vazios e a boca entreaberta com uma quantidade grande de espuma.

Boo latia para a equipe, nem sequer ele compreendia o que estava acontecendo, tão desesperado quando a desconhecida.

- Summer!? – a voz de Keisuke a fez virar o rosto para ele, avistando o garoto com o semblante assustado.

A desconhecida estava paralisada, sem saber onde olhar, o que dizer e o que fazer. Era como se seu corpo estivesse aos poucos se desligando do mundo real. Aquilo tudo era um pesadelo? Um pesadelo realista?

Um homem alto saiu da casa após longos minutos, com o semblante entristecido, a desconhecida já sabia o que ele iria dizer.

- Ele morreu. – ela murmurou afirmando, deixando o médico surpreso pela rapidez em que ela se pronunciou.

- Sim, tentando de tudo, mas ele já estava sem vida quando chegamos. Eu sinto muito pela sua perda.

Ela apenas assentiu com a cabeça, o que ela faria agora? Um funeral? Iria morar com sua mãe? Ou ficaria vagando na rua como uma órfão?

O que aconteceria agora?

- Qual sua idade?

- Faço dezoito daqui algumas horas... – a mulher suspirou, assentindo com a cabeça.

- Me diga quem é o outro responsável por você. – a mulher baixa se pronunciou.

- Eu não tenho. – a mulher a encarou confusa. – Minha mãe nos abandonou, eu não sei onde ela está e nem tenho o número dela.

- Ah... que porra... – a mulher bufou. – Você ainda é de menor, vamos ter que te levar para a delegacia para tentar achar sua mãe ou algum parente.

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⏰ Última atualização: Mar 30 ⏰

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Não falamos o seu nome. - Keisuke Baji Onde histórias criam vida. Descubra agora