Capítulo 4

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Acordo com o quarto já escuro, me levanto da cama e saio do quarto sem saber se ainda estou de castigo. Desço as escadas e a casa parece vazia, a festa já deve ter acabado.

Vou em direção a sala de jantar, onde ouço vozes, e assim que entro, vejo meu pai colocando a mesa e imediatamente percebendo que estou ali.

- Oh querida, já acordou? - ele me pergunta sorrindo. - sente-se, vamos jantar, Celina me disse que você estava cansada e foi para o quarto dormir durante a festa, coma um pouco. - ele fala.

Não desminto ela, sei que ele não vai acreditar em mim e se acreditar só vai fazer com que gritem comigo. Me sento a mesa e não demora muito para os gêmeos aparecerem e Jaqueline olhar para a minha cara com um sorrisinho. Celina vem logo atrás deles com o semblante fechado em minha direção.

Assim que ela me olha eu viro a cara, não preciso falar com ela. Só quero voltar para casa bem rápido.

Logo a comida está servida na mesa, papai e Celina servem os gêmeos, mas ninguém coloca a minha comida, então fico de joelhos na cadeira e começo a colocar a minha comida, mas acabo deixando cair um pouquinho na mesa.

- olha só essa lambança, de um jeito nessa sua filha Fabrício! -  Celina grita segurando meus braços fazendo cair ainda mais comida na mesa. - Menina porca, certeza que sua mãe está feliz por estar sozinha em casa e não estar limpando sua bagunça.

- Minha mãe não está sozinha, ela está jantando com o tio André e eu só derrubei um pouquinho. - falo tentando segurar as lágrimas.

- Quem é tio André? - meu pai pergunta e dessa vez é ele quem segura meu braço.

- tá doendo papai! - falo tentando soltar o meu braço, mas ele parece não me ouvir.

- Fabrício... - Celina tenta chama-lo.

- vou te levar embora, não acredito que a sua mãe está levando homem para casa. - ele diz me puxando e me levando para fora.

Não demora muito para que ele esteja com a chave do carro me levando para casa, choro sem fazer barulho, pois sei que papai esta bravo pelo jeito em que aperta o volante.  Celina nem mesmo tentou para-lo pois ficou muito surpresa com o quão bravo ele ficou.

Chegamos tão rapído em casa que quando papai estaciona, mamãe esta saindo com tio André e papai sai do carro e nem mesmo me espera sair do carro, me fazendo descer sozinha.

- É por isso que enfiou a sua filha em mim hoje? Mesmo eu falando que era aniversário dos gêmeos e que não a queriamos lá? Só queria ficar livre dela para sair com esse homem, você é uma vagabunda. - Papai grita, mamãe e tio André estão surpresos, mas ela olha para mim e acho que percebe que eu estava chorando.

- Acho bom você abaixar o tom de voz e falar direito comigo. - minha mae fala o encarando. - Alice, vem aqui querida. - ela me estende a mão e eu vou correndo para perto dela.

- Eu não vou aceitar você trazendo homens enquanto minha filha estiver com você, ou ficar me mandando ela para ficar na servegonhice. - papai diz bravo e cheio de ódio.

vejo Tio André dar um passo em sua direção, mas mamãe o para.

- Então quer dizer que só por que nos separamos eu não posso conhecer mais ninguem? - ela pergunta o encarando. - Mesmo que tenha conhecido a sua esposa enquanto ainda estava casado comigo?! 

- olha o que você fala perto dos outros! - ele diz se aproximando da mamãe enquanto olha para o tio André e a mim.

- so disse a verdade, voce é o sem vergonha aqui e não tem direto nenhum de vir na minha casa exigir algo. Agora saia da minha casa. - mamae diz brava.

- não teste a minha paciência... - papai diz ao tentar segurar o braço de mamãe mas tio andré entra no meio.

- Se afaste, ela já te mandou ir embora. - Tio André diz e papai não discute, pois tio André parece muito, muito bravo.

- foda-se. - papai xinga e vai embora com o carro, apenas me deixando ali.

- Alice querida. - minha mãe me chama e eu volto a chorar.

- me desculpa, eu estraguei tudo. - digo enquanto abraço a minha mãe.

- não chora meu amor, a culpa não foi sua. Ei, olha para mim pequena. - ela diz se abaixando e acariciando o meu rosto.

- não fique assim, por que não vamos comer todos uma pizza? - tio André pergunta sorrindo para mim.

- eu tô com fome. - digo e mamãe suspira.

- tem certeza? Não quer remarcar para outra hora? - ela pergunta.

- Vamos levar a sua filha conosco, uma hora ou outra eu ia ter que me divertir com as duas.- ele diz e mamãe da um sorriso fraco.

Não entramos em casa, vamos direto para o carro do tio André que é lindo, diferente da caminhonete do papai, tio André tem um carrão.

- Que sabor de pizza voce mais gosta no mundo, Alice? - ele me pergunta após todos entrarmos no carro e e ter começado a ganhar as ruas.

- calabresa. - respondo.

- Então comeremos pizza de calabresa e sorvete, o que acha? 

- Acho gostoso. - digo e os dois riem, o que faz eles parecerem melhores.

vejo tio André olhar para a mamãe e ela lhe sorrir, nunca a vi olhar assim para o papai. Acho que ela goste dele, espero que ela fique feliz, assim eu também fico.

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