capitulo 12

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- Primeiro vamos montar o carrinho. - Alice diz quando estacionamos o carro no shopping.

Abro o porta-malas e retiro o carrinho enquanto Alice retira a minha filha da cadeirinha. Depois de montado, colocamos a bebê e andamos pelo estacionamento até o elevador.

- Me desculpe, eu preciso de uma roupa antes de irmos até o fórum, não sei se percebeu que estou com essa desde ontem. - falo, mas percebo que não é preciso quando ela me olha com seus olhos e vejo que ela me entende.

- Não se preocupe, estou considerando isso um passeio. - ela fala sorrindo ao olhar para a minha filha.

As portas do elevador se abrem e Alice toma a iniciativa de empurrar o carrinho. Não preciso me demorar no shopping, caminho direto para a loja da Armani na qual já estou acostumado a comprar.

Atravessamos o shopping até às última saída e entramos na loja, não me demorou muito escolhendo, não posso abusar de Alice e esperar que ela fique olhando a minha filha. Já estou pedindo demais dela.

Como sei minhas medidas exatas, apenas pego uma calça e camiseta, não quero parecer muito formal, mas também não quero estar desleixado.

Realizo o pagamento da compra e aproveito o provador para me trocar. Finalmente estou vestido decentemente.

Saio do provador e não demora muito para que eu encontre Alice com o carrinho próximo ao balcão onde a vendedora que me atendeu se encontra.

- Pode jogar essas peças fora por favor? - pergunto a atendente e que concorda com a cabeça. - Muito obrigada pelo seu atendimento. - digo lhe entregando uma gorjeta.

A moça nos sorri feliz e se vai com a minha roupa velha. Não tenho o que fazer com ela no momento, seria incômodo ficar carregando essa roupa por aí.

- Podemos ir? - pergunto para Alice que ajeitava a touquinha na cabeça da minha filha.

Saímos da loja e andamos de volta em direção ao estacionamento. Com Alice empurrando o carrinho, posso perceber os olhares em volta. A maioria dessas pessoas podem achar que somos uma família, mas mal sabem elas que a mãe desse lindo bebê foi embora sem nem olhar para trás.

Respiro fundo e quando vejo estou parado em frente a uma loja infantil com produtos para bebês.

- Sabe, todas as roupas que ela tem não foram nem eu e nem a mãe dela que compramos. - começo dizendo. - A mãe dela só queria o cartão Black, mas eu conseguia ver que nenhum centavo seria gasto com a bebê. E eu? Eu não sabia e ainda não sei o que uma criança precisa, então apenas achei uma loja que tinha consultoria e pedi para a vendedora me mandar todas as roupas e qualquer coisa que uma criança precisaria. Não foi barato, mas é incrível que nenhum dos pais participou de qualquer decisão referente a ela até agora. - Me sinto culpado, achei que poderia ser o pai dela e comparecer com o dinheiro caso ela precisasse. É claro que eu faria parte da vida da minha filha, mas a maneira que eu imaginava eu não participaria de 10% da vida cotidiana dela. Tudo dependeria da mãe.

Eu seria pai em alguns fins de semana e pensar dessa maneira me mostra o quão despreparado eu estou. Não tenho maturidade e sei disso só de lembrar a maneira como agi até esse momento.

- Você está preocupado, não está? - Alice me pergunta, porém é algo nítido que não precisa de uma resposta e ela sabe disso. - Você vai aprender, para tudo tem uma primeira vez e demonstrar tamanha preocupação só mostra como você vai tentar dar o seu melhor.

- Mas tentar não é suficiente, é uma vida, eu não posso errar. - digo e isso só faz ficar mais desesperador, mas incrivelmente Alice começa a rir.

- ela é uma criança, não uma boneca de cristal. É normal errar Gabriel, mães cometem erros e aprendem com eles, o mesmo vale para os pais. Vai devagar, um passo de cada vez e quando você vê sua filha vai estar enorme e te apresentando seu neto, só aí você vai perceber que ela realmente cresceu.

- Eu acabei de virar pai, não me assusta desse jeito. - Falo dando um sorriso de alívio.

Voltamos para o carro e eu desmonto o carrinho o colocando no porta-malas enquanto Alice coloca minha filha na cadeirinha que fica no banco de trás.

Vou passando todos os passos a passo do que tenho que fazer quando estiver sozinho com ela. Preciso primeiro a colocar na cadeirinha com segurança e depois desmontar o carrinho e guardar no porta malas, não vou conseguir fazer isso com ela no colo.

Termino de guardar e me junto a elas no carro, dirigindo direto ao cartório.

- Estou com os documentos do hospital que você me encaminhou e a ordem judicial para o registro solo dela. Só precisamos a registrar e depois tirar algumas cópias da certidão para anexarmos no processo. - Alice diz e só vou ouvindo as medidas que ela fala que irá tomar.

Não demora muito para que eu estacione em frente ao cartório, compro um ticket de estacionamento para que eu nao leve uma multa e entramos.

O lugar está cheio, mas Alice leva sua pasta com documentos até um dos balcões e logo somos levados até uma sala privada.

Sigo Alice que vai na frente, enquanto vou atrás com a minha filha no colo. Pensamos que era melhor deixar o carrinho no carro já que iria ser difícil andar com ele aqui dentro.

Entramos em uma sala vazia e ocupamos as duas cadeiras em frente a mesa de madeira maciça.

- Bom dia. - um senhor diz ao entrar na sala e ocupar a mesa a nossa frente. - Meu nome é Vincent, eu sou o responsável pelos tabeliões e os procedimentos de registros aqui no cartório. Já foi informada a situação do senhor, poderia me mostrar os documentos? - ele pergunta a Alice que lhe estende a pasta.

Ficamos alguns minutos em silêncio enquanto ele verificava os documentos, nesse meio tempo, minha filha começa a resmungar então me levanto com ela e a balanço um pouco para que se acalme.

- Ótimo, está tudo certo. O cartório reconhece os documentos que o juiz assinou. Vamos registrar a sua filha senhor Gabriel Hestings e colocá-lo como única filiação. Caso ocorra da mãe aparecer ou em caso de casamento e adoção, é necessário o registro e a impressão de uma nova guia. - ele vai explicando e eu apenas aceno em concordância. - Agora preciso que o senhor me informe o nome da pequena.

Sinto que minhas pernas falham, eu não tinha pensado em um nome, nem mesmo sei qual nome a mãe dela escolheu.

- Eu... - não consigo dizer, tento relembrar todas as minhas conversas e em nenhum momento foi citado algum nome.

- Vou dar um tempo ao senhor, sei que nomes são difíceis para escolher. - o homem, Vicent, sai da sala me nos deixando a sós e simplesmente fico paralisado, meu cérebro fica em branco e não consigo pensar em um nome adequado.

- Não pense demais, escolha um nome simples do qual você gosta e se por acaso desejar, pode estar mudando o nome. - Alice diz tentando me acalmar.

- Posso colocar seu nome? No momento é o único que eu lembro. - falo e ela começa a rir.

- pode colocar o nome que quiser nela, mas não acha que precise de um nome que combine com esse rostinho lindo dela. - Alice parece a encarar Minha filha com carinho. - Lisa. - ela diz e olha para a minha filha sorrindo. - Desculpa, quando eu era criança tinha uma bonequinha igualzinha a ela. Eu a chamava de lisa. - Alice parece se deliciar com a memória enquanto olha para a minha filham

- Lisa Hastings, é um lindo nome. - falo, nunca teria pensado em algo desse tipo, vejo o sorriso de surpresa de Alice.

- Sério?

- Sim, muito obrigada. Eu sinceramente ficaria horas aqui tentando escolher um nome para ela. Minha filha é linda e realmente parece uma boneca, então Lisa é perfeito.

Lisa, é um nome simples e delicado. Mas parece se encaixar perfeitamente na minha princesa, pois é assim que ela vai ser tratada, como uma princesa.

Lisa Hastings, minha filha.

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