O Fim - Simoraya (Adaptação)

Capítulo 31

Simone Tebet Pov

- Você me traiu?- Sussurrei engolindo o choro, mas demorando apenas segundos, não conseguindo mais me aguentar e deixando as lágrimas caírem.- VOCÊ ME TRAIU SORAYA?- Ela não respondeu nada, me inclinei e comecei a dar tapas em seu braço, enquanto sentia as lágrimas me sufocarem.-RESPONDE IDIOTA.

- Srta Tebet, peço que se acalme, pode não lhe fazer bem.- Ouvi o doutor dizer, mas eu não parei, fiquei apenas encarando Soraya que ficava parada deixando com que meus tapas lhe marcassem, por ser muito branca.

- Simone... Para Simone, se acalma.- Janja disse, sentindo logo em seguida seus braços fortes segurar minhas mãos, me parando.-Calma... - Deitei minha cabeça em seu peito e chorei sentindo ela me abraçar.

- Por que ela fez isso Janja? Pensei que ela me amasse.- Falei fungando.- Sei que tudo que aconteceu naquela festa, nos afetou muito, mas ela precisava me fazer de idiota? Jogar 10 anos de casamento, por causa de uma vagabunda... E ainda é covarde, tem nem coragem de me enfrentar.

- Simone, eu... - Soraya falou, ia deixar que ela continuasse, mas foi interrompida pelo médico.

- Srta Tebet, acho melhor vocês conversarem depois, Simone ainda tem que receber alguns medicamentos. - O médico disse diretamente para Soraya.

- 'Srta Tebet', não doutor... deixará de ser assim que eu assinar o divórcio, e pode ter certeza Soraya Thronicke, eu irei assinar esse cont..-Falei, mas antes que terminasse, senti os lábios de Soraya nos meus, me calando, arrancando forças não sei de onde, acabei lhe empurrando pelos ombros, lhe afastando de mim.- Não toca em mim de novo Soraya, tenho nojo de você.

- Doutor... Janja, será que podem nos deixar sozinhas? Eu e Simone precisamos ter uma conversa definitiva.- Soraya disse encarando o médico e Janja, que apenas assentiram devagar, queria mandar ela ir embora, mas fiquei calada esperando ela falar, assim que ficamos sozinhas no quarto.

Abaixei a cabeça respirando fundo, coloquei as mãos no rosto e deixei que mais lágrimas caíssem, sentindo uma dor no peito e minhas pernas ficando fracas.

- Por que Soraya?- Sussurrei limpando as lagrimas e erguendo a cabeça, lhe encarando.

Soraya tinha os olhos marejados e magoados, senti vontade de desabar em lágrimas novamente, mas tinha que ser forte.

- Eu não trai você. - Soraya falou se aproximando enquanto negava com a cabeça, imprensando seus lábios um no outro.- Quando você pediu divórcio, eu quase me matei, mas não fiz isso, por causa dos nossos filhos, ainda me sinto uma tremenda idiota por não ter acreditado em você no dia daquela festa, sei que você sabe como é se sentir, quando a pessoa que você ama não acredita em você e é por isso que eu te imploro, que acredite me mim, por que se você não acreditar, não tenho nem noção do que será de mim depois daqui... Eu me apaixonei por você,desde que te vi pela primeira vez e não me arrependo de nada, desde que começamos a sair juntas, até hoje, não sei se o que eu to dizendo vai fazer a gente dar um fim em tudo isso que está acontecendo, mas eu só te peço isso Sisa, acredita em mim? Vamos por um fim nessa confusão toda e continuar com nossa vida juntas?

Fiquei alguns minutos calada, lhe encarando, vendo o quanto seus olhos estavam claros, talvez por chorar bastante.

- Eu preciso pensar. - Sussurrei,ela fechou os olhos negando com a cabeça, ela se virou e foi até sua bolsa em cima do sofá e vi tirar de lá dentro, uma pasta preta e uma caneta, vindo até mim e pondo em minhas mãos.

Não disse nada, apenas tirei os papéis de dentro da pasta e nem precisei ler mais do que a metade das coisas que tinham na primeira folha, pra saber do que se tratava o contrato de divórcio.

- Assina. - Soraya disse assim que lhe encarei, olhei para o contrato e para a caneta em minhas mãos, tornando a olhar pra Soraya, engolindo em seco, sem saber o que fazer.

- Não me pressione Soraya.- Sussurrei agoniada.

- Sabe por que não assina?- Ela perguntou, mas nada respondi.- Por que você me ama.

- O que quer de mim Soraya?-Perguntei deixando mais lágrimas caírem, com mais força, estava entrando em pânico.

- Eu não trai você Simone. - Soraya falou, respirei fundo.- Damares que sequestrou Theo e Isabela, me irritei um pouco por eles terem mentido pra mim, t entendi o medo deles, eu fui na casa de Damares, por que ela disse que se tratava de Theo e Isabela e por eles dois eu faço tudo.. Ela ameaçou eles pra mim, e jurou não fazer nada a eles, se eu ficasse com ela e pra isso, você e eu tínhamos que se separar e ai ela fez toda a cena, para que você nos visse juntas naquela cama, tudo para que você me odiasse.

- De onde surgiu todo esse interesse de Damares por você, Soraya?- Perguntei com raiva, imaginando o quanto Damares fez mal aos meus bebês.

- Eu não sei, perguntei o mesmo à ela, mas ela se negou a dizer. - Soraya disse.

- Por que você não foi na delegacia?- Perguntei.

- Eu não sei Simone, não duvidaria da capacidade de Damares, não tenho nem noção do que ela é capaz de fazer, não ia por a vida dos meus filhos em risco eu nem tenho forças para enfrentar alguém.- Soraya falou.

- Simoninha, vim lhe visitar, soube que estava aqui... - Ouvi a voz de Damares e logo vendo a porta se abrir e ela entrar com um maldito sorriso estampado no rosto.

Tirei alguns fios das maquinas, ja desligadas, de cima de mim e me levantei devagar, colocando o contrato e a caneta em cima da maca, assim que vi Damares fechar a porta dela atrás dela, começando a caminhar até mim, eu dei um sorriso debochado.

Antes que ela se aproximasse por completo, lhe empurrei pelos ombros até a parede mais próxima de nós, levei minhas mãos até seu queixo, jogando um pouco sua cabeça pra trás, fazendo a mesma bater com força na parede, ela gemeu baixo de dor logo me encarando com raiva.

- Se chegar perto dos meus filhos de novo, eu acabo com a sua vida, e nem ouse ameaçar novamente a MINHA mulher, grave isso que eu irei te falar Damares. Eu tenho dinheiro suficiente para acabar com você e nunca mais acharem seu corpo. -Falando, parei para encarar Soraya que estava nervosa e tornei a encarar Damares que tinha um olhar fulminante em cima de Soraya.- Você pode até ser perigosa, mas eu sou mais... bem mais... principalmente quando se trata da minha família, se tentar nos fazer mal, estará abrindo a porta para morte Damares, e eu faço questão de te ajudar a entrar nela é só isso, obrigada pela visita.

Damares soltou o ar que estava prendendo, assim que dei dois passos para trás, me afastando dela, ela encarou Soraya uma última vez e logo caminhou até a porta em passos largos e saiu do quarto, deixando eu e Soraya sozinhas, novamente.

Fechei meus olhos por alguns segundos, respirando fundo.

- O que você... - Ouvi a voz de Soraya, mas antes que ela continuasse, eu me virei rapidamente e me aproximei dela, lhe beijando carinhosamente, ela surpresa, acabou ficando paralisada, fazendo eu sorrir entre seus lábios, logo sentindo ela corresponder, colocando suas mãos em minha cintura.

Assim que afastamos nossas bocas ofegantes, encarei seus olhos que brilhavam, me virei um pouco sorrindo e peguei o contrato em cima da maca, o rasgando em seguida, e indo até o lixeiro, jogando-o fora.

- Eu acredito e confio em você Soraya.-Falei me deitando na maca de novo, fiz sinal para que ela se deitasse do meu lado e assim fez, colocando uma de suas pernas por cima das minhas, sua mão em minha cintura e enterrou seu rosto em meu pescoço chorando.

- Eu amo tanto você... - Ela disse baixo fundando enquanto dava leves beijos por meu pescoço.

- Eu amo você muito mais.- Falei beijando sua cabeça, sentindo seu maravilhoso cheiro.

- Mamãe... - Ouvi a porta se abrir, logo a voz de Theo acompanhando. Olhei para porta, vendo ele, Isabela, Janja e Regina, dei o maior sorriso que pude assim que vi meus pequenos.

- Soraya, eu vou matar você! por que deixou o cabelo do meu bebê crescer tanto? Estou nem vendo os olhinhos castanhos dele direito.- Falei me afastando dela e lhe encarando, vendo ela sorrir amarelo e enterrar seu rosto no travesseiro.

- É galera... Simonão Tebet Thronicke voltou mesmo..- Janja disse.