6. Como o vento

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Os primeiros raios dourados da manhã infiltraram-se através das cortinas rendadas, acariciando suavemente o rosto de Ava e, contrariando sua vontade, a despertando de seu sono sereno. A mansão, estava silenciosa, à exceção dos leves murmúrios da aurora, trazendo-lhe um prazer que só a quietude da manhã era capaz.

No entanto, a sensação de calma se dissipou assim que seus olhos se entreabriram, e ela percebeu que Diego a encarava com o rosto irradiando e entusiasmo.

"Bom dia," disse ele, com um sorriso que parecia iluminar todo o quarto. "Quer ir ver os cavalos?"

Ava, ainda sonolenta, ofereceu um sorriso gentil em resposta. "Bom dia. Tudo bem?"

A ansiedade do garoto era evidente, seu corpo inquieto e mãos em constante movimento. "Vamos logo," pediu ele, mal conseguindo conter sua excitação.

A Capitã, gradualmente, começou a se desvencilhar das amarras do sono, seus pensamentos se reorganizando enquanto ela o observava. "Para onde?"

"Para os estábulos," ele respondeu, quase saltitando de emoção. "Você precisa escolher um nome para o seu cavalo."

"Que horas são?" ela perguntou, um pouco confusa.

"O sol já se ergueu há alguns minutos!" exclamou Diego, como se esses minutos pudessem ser comparados a horas inteiras de atividade.

Entre o desejo de se acomodar entre os lençóis e a crescente animação de Diego, a Tarask tomou a decisão de se levantar. "É?" murmurou ela, esfregando suavemente os olhos para afastar o sono.

"Sim!" confirmou Diego, sua vivacidade quase tangível no ar.

Um suspiro escapou dos lábios de Ava, enquanto ela esticou os braços acima da cabeça, alongando-se. "Eu já vou," assegurou, antes de soltar um bocejo que ecoou suavemente pelo quarto.

"Não demore muito!" exclamou o menino, quase dançando em direção à porta do quarto. "A General e eu estaremos te esperando lá!"

E assim, a Capitã se viu completamente desperta.

Alguns minutos depois, ela caminhou apressada em direção aos estábulos, seu hálito evidenciando o frio da manhã, se aproximando de Diego e Beatrice, que conversavam enquanto terminavam de encelar Faith.

"Você demorou," provocou Beatrice, sua voz carregada de leveza.

"Desculpe, não tenho muitas opções de roupa na prisão e não sabia exatamente o que vestir para isso," respondeu Ava, provocando um olhar atento da General que a percorreu dos pés à cabeça, uma expressão enigmática dançando em seus olhos.

"O que você está vestindo está ótimo!" interveio Diego com animação, enquanto manuseava as rédeas do cavalo ao seu lado.

"Ele tem razão," concordou Beatrice, sorrindo com serenidade.

"Bem, então, o que vamos fazer hoje?" indagou a Capitã, suas palavras trazendo consigo um traço inseguro ao encarar a imponente égua. "Não me diga que você quer que eu monte nessa besta. Ela é imensa," murmurou, ao que Faith pareceu relinchar em desacordo.

"Esse é exatamente o problema," observou a General, sua voz firme enquanto segurava as rédeas de Faith e se aproximava de Ava. "Você tem medo de cavalos. Como espera que eles confiem em você desse jeito?"

"Eles são animais. Eu comando e eles andam. É só o que preciso saber." Ava replicou, incomodada.

"Somente se quiser arriscar sua vida," acrescentou Diego, um sorriso travesso em seus lábios. "Que tipo de soldado não sabe montar?" questionou, dirigindo um olhar confuso à General.

A coroa de espinhos (A Warrior Nun fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora