Capítulo 9

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Ayla

   Parei de falar assim que batidas na porta soaram pela casa, nos entreolhamos e eu fui até lá atendê-la. Assim que abri, senti uma corrente de ansiedade passar por todo o meu corpo, junto á uma de irritação. 

—O que faz aqui?

(Christopher): Eu tive uma ideia, pode levar um tempo, mas quanto antes eu começar mais cedo eu posso conseguir. 

—Que ideia?

(Christopher): Eu quero tentar revogar o encanto. 

—Você disse que não era possível, que ela tinha que fazer isso sozinha. 

(Christopher): Eu sei o que eu disse, mas eu não tenho certeza se realmente não posso. Pode haver uma forma. Pode dar certo. Eu preciso tentar. 

—Mesmo que ela se lembre. O que acontece depois? Como vamos protegê-la do fim inevitável?

(Christopher): Você sabe que não deixaríamos que ninguém fizesse mal à ela. 

—Mas não sabemos do que eles são capazes. Ela quer voltar pra casa. Se ela se lembrar, vai ser mais difícil. E tudo que ela sofreu, vai ter sido em vão. 

(Christopher): Se ela se lembrar, pode recuperar seu amor por Asfhymor, podemos fazer com que ela possa ficar...

—Por que não fez isso da primeira vez?

(Christopher): Por que eu não sabia o que estava fazendo ok?! Eu não sabia que isso ia trazer tantos outros problemas. 

—Te dissemos que ia machucá-la. Você sentiu Chris. 

(Christopher): Mas pensei que essa dor passaria, pensei que ela voltaria sem se lembrar de nada disso aqui, e poderia viver uma vida feliz lá. Eu não pensei que isso ia deixá-la ainda pior. 

—Não machuque ela. 

(Christopher): Obrigado Ay. 

—Não me agradeça. Se algo acontecer com ela, você morre. 

(Christopher): Fechado. —Sorri.

   Dei espaço pra ele entrasse e assim que o fez, a tensão se fez presente na casa. 

(Hyunjin): Ayla?

—Explico depois. 

S/N

   A Ayla voltou pra sala, dessa vez acompanhada. Ele era alto, as asas grandes e negras, tatuagens subiam pelos braços, seus olhos eram azuis tão escuros e brilhantes como o céu noturno. E estavam me analisando. Sentia algo ainda mais familiar do que qualquer coisa que vi nesse mundo até agora, algo parecia me puxar pra ele, eu me sentia tonta. Quanto mais olhava pra ele, sentia uma dor sutil aumentando. 

(Jeongin): S/N?

—Sim?

(Jeongin): Está bem?

—Um pouco tonta. 

(Jeongin): Dor?

—Suportável. 

—O-olá.

   Aquela voz... Eu me lembrava dela... Ela estava na maioria dos lapsos, principalmente naqueles em que dizia que eu não podia ficar, ou quando dizia que me amava... A dor começou a latejar pela minha cabeça, cada vez mais forte. E então se aliviou de uma só vez. 

Locked Memories (Sob Alterações)Onde histórias criam vida. Descubra agora