— EU ODEIO QUANDO TENTAM DECIDIR O QUE É MELHOR PRA MIM! EU ODEIO! — Amity repetia isso várias vezes gritando, e Lúcia aproxima a mão do rosto da garota na tentativa de acalmar ela e acaba sendo recebida com um tapa em sua mão.
— Não me encosta… Não agora. — Amity fala cabisbaixa mordendo seu lábio inferior com força. A Noceda não esperava uma reação violenta vinda da Blight, ela no máximo achou que magoaria um pouco os sentimentos da mais nova.
— Você acha que pode tomar todas as decisões acima do que os outros querem pra si mesmos? — Ela pergunta a latina que apenas permanece calada tentando achar palavras pra rebater a garota nessa situação. — Eu…— Lúcia começa uma frase mas não sabe como prosseguir.
— Você é do tipo que afasta as pessoas que te amam pra poder ficar se fazendo de coitada depois? — A garota pergunta com uma voz rouca e frustrada.
— Amity eu não… Provavelmente não tenho muito tempo de vida, e minha saúde tende a só piorar. — A Noceda fala esperando fazer a mais nova desistir dessa idéia de se relacionarem.
— E daí? Mesmo que você tivesse chance de continuar viva você se alimenta daquele jeito merda quando não tem gente perto! — Lúcia apenas respirou fundo e estremeceu, aquilo era verdade.
— Amyzinha… — Lúcia chama com uma voz doce fazendo com que Amity ficasse ainda mais brava por se sentir vulnerável a esse tom.
A mais nova então dá um soco forte na barriga da Noceda fazendo a mais velha gemer alto e se contorcer na cama pela dor. — Cala a boca! Por que você tem que me chamar assim agora? Você não quer que eu não te ame? Então facilita meu trabalho.
Lúcia fica em silêncio com a fala da Blight e sua boca se abre lentamente junto com seus olhos brilhantes refletindo a luz do luar no profundo castanho. — Você… me ama? — A mais velha perguntava sem saber como reagir a palavras tão diretas e sensíveis.
— Eu tenho saudades de quando eu estava no armário… tenho saudades do conforto da minha casa onde eu não precisava lavar uma colher! — Amity falou dando mais um soco no estômago da Noceda dessa vez não com mais tanta força por suas mãos trêmulas.
— Será que você é cabeça oca o suficiente pra não conseguir entender? Você não está nem nos dando a chance de dar errado. — Amity fala com sua voz se tornando mais trêmula e alterada, os socos cada vez mais fracos, como se fosse só uma pequena criança fazendo birra porque não conseguiu o que quer.
Lúcia estava se questionando, faz sentido dar a chance de algo dar errado, mas como adulta ela não gostava de perder tempo com coisas desnecessárias, e por que ela daria a chance a algo que está tão óbvio que dará errado?
Talvez ela devesse dar uma chance, mas como ela faria isso se só com um pouco diálogo foi o suficiente para deixar a Blight nesse estado? O cabelo de Amity caia sobre seu rosto, e Lúcia consegue sentir algumas gotas caírem sobre sua perna.
— Amity você está… — Lúcia pergunta começando a ficar preocupada por ter feito a mais nova chorar por sua aparentemente péssima decisão.
— Não… Pare de olhar pra mim… — Amity pede com a voz embargada de choro, e seu corpo começa a estremecer ainda mais quanto mais ela lembra do que tem passado desde que começou a morar com a latina.
Lúcia fechou os olhos a pedido de Amity sobre não olhar pra ela, e apenas ficou com os ouvidos atentos, realmente querendo deixar que a mais nova explodisse pondo pra fora todas suas frustrações.
Mesmo que a Noceda tivesse tomado cuidado com todas as palavras pra que não machucasse a outra garota, não adiantou. — Você sabe o quanto você me irrita? Você sempre fazendo piadinhas quando temos momentos sérios… — Amity fala com a voz cada vez mais ríspida.
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Mares Agitados
FanfictionApós se assumir lésbica pros seus pais com 17 anos de idade, Amity Blight é expulsa de casa, desabrigada e sem local pra ir na chuva, apenas sentada em frente ao mercado temendo o que poderia vir a acontecer, é resgatada por uma mulher mais velha...