[04] A deity tumtha sa dorchadas

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[04] Uma divindade imersa nas trevas

"Eu e o Demônio
Caminhando lado a lado
E eu vou ver o meu homem
Até ficar satisfeita"
Me and the Devil — Soap&Skin

🕷

Melinoe: Preciso de você aqui, agora.

Presenciando o céu se firmar na escuridão carregada pela noite e as nuvens cobrirem cada estrela a brilhar, permitindo que apenas a lua levantasse seu cintilar ofuscante por todos os cantos, os dedos da única mão presa ao seu corpo digita a mensagem em seu Cristalphone todo tomado pelo preto vagando nas trevas, a enviando, voltando a se escorar na grade fria da sacada daquela sala.

Seus dentes continuavam a cerrar uns nos outros, irradiando sua irritação que podia ser notada a quilômetros de distância conforme seu corpo ficava cada vez mais tenso pelo sentimento de impotência a dominar cada parte de si.

A cada aperto forte pelo aparelho entre seus dedos, arranhando levemente a parte de trás cristalizada com uma das únicas unhas que fora manipulada para se tornar uma garra, resmungos foram proferidos pelo homem a ficar inquieto pela demora a ser respondido, passando a vagar de um lado para o outro naquele pequeno lugar que lhe dá visão para o melancólico céu nublado.

Donzela Sangrenta: O que acha de ir tomar nesse seu cu arrombado?

Tá achando que está falando com quem, irmãozinho?

PEDE DIREITO PORRA!

Independente de eu ser sua irmã ou não, ainda posso te quebrar inteirinho Melinoe, ME TRATE COM RESPEITO SEU MERDINHA!

Lendo a mensagem de sua gêmea, o contrair de sua mandíbula se torna mais constante, voltando a se encostar na grade onde esteve a poucos segundos de tacar o aparelho longe, sentindo seu estômago se revirar por aquela cólera tomando cada parte do seu corpo. E tudo piorava quando sabia que suas roupas estavam estragadas, dado a camisa rasgada ao perder o braço.

Melinoe: Quero ver tentar!

Donzela Sangrenta: Você sabe que eu tento e te desmonto facinho.

Anda, desmancha essa casca grossa e se dirija com respeito.

Melinoe se força a respirar, mesmo que seu corpo não precise daquele ato, tirando risadas contidas de Iran e Heiler que se divertiam com a irritação do vampiro sendo exaltada por todo o ambiente.

Melinoe: Falou a casca mole.

Donzela Sangrenta: Ok, não vou te ajudar no quer que precise.

Boa sorte, Mel!

Melinoe: Por favor, Macária!

Do outro lado da tela daquele Cristalphone, a mulher levanta seu sorriso exaltando a crueldade em cada moldar de seus lábios ao achar hilário o irmão implorando por ajuda, alguém que sequer cogitava a ideia de se curvar para um ser grandioso cujo a força é superior.

Deslizando a própria língua pelas presas afiadas após beber do seu alimento posto na taça cristalina, seus lábios pressionam ao digitar a próxima mensagem enviada.

Donzela Sanguinária: Chego em cinco minutos.

Acho bom providenciar Scartian, ou voltarei embora no mesmo segundo.

Macária jamais cumpria algum favor sem obter algo em troca com que pudesse saciar seus desejos, e aquele momento, era o perfeito para obter o vinho mais raro a circular por esse planeta; uma bebida feita especialmente para vampiros com o líquido avermelhado dos humanos nascidos nos primórdios deste mundo — em alguns cantos, outros acreditam serem feitos de sangue puro feérico —, algo que jamais conseguira em toda sua vida imortal. Já Melinoe, ele havia conseguido três garrafas daquela, o que atualmente restava apenas a última que vive guardado em um lugar que apenas ele conseguia acessar.

Unholy HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora