Sinopse Ꮺ Você deveria ter corrido para outro lugar, não para o deserto. Conteúdo Ꮺ Gênero do leitor não especificado (acredito eu, mas posso ter me distraído enquanto escrevia).
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Se roubar um artefato da Akademiya é algo parcialmente estúpido, correr para o deserto enquanto o General Mahamatra está te perseguindo é o cúmulo da burrice. É como um rato pulando na ratoeira.
Você não somente estava sofrendo de exaustão com aquele clima semelhante aos confins do inferno, como também não havia se preparado nem um pouco quanto a mantimentos. Afinal, seu plano "perfeito" não tinha brechas para um bote de escape, você tinha a convicção de que ia sair com aquele artefato em mãos e sem ninguém ver.
E tudo realmente sairia conforme o planejado, se no meio da noite Cyno não tivesse aparecido como uma assombração. Vocês um dia já foram amigos de longa data, mas seguiram caminhos opostos. Ele não sabia o que você estava fazendo ali, e nem você sabia o que ele estava fazendo ali. Mas como esperado de alguém com uma dedução e intuição como a dele, ele foi rápido em descobrir.
E foi isso que levou vocês dois a iniciarem o joguinho de gato e rato. No início sua confiança não foi abalada, com exceção do frio e do vento, foi moleza despistar ele no deserto.
Você só se esqueceu de um ponto; de dia ia ser teste de resistência.
Depois de horas caminhando, você sequer sabia se localizar em meio a tanta areia. Por sorte, havia uma sombra em uma parte mais rochosa do lugar. O desgaste físico te impediu de pensar no perigo de parar para descansar em um momento como aquele, então você ignorou qualquer pensamento e se sentou, escorando-se contra uma pedra.
"Já se cansou?" Seu sangue parecia ter congelado dentro de suas veias, você não teve tempo de reagir antes dele entrar em seu campo de visão, braços cruzados e os lábios se curvando em um sorriso confiante.
Seus olhos reviraram em descontentamento, entregando a vitória a ele. "Ah, claro... que ideia a minha, vir para um beco sem saída como o deserto. É isso que queria ouvir?"
Os movimentos dele não escondiam que ele estava se divertindo naquela situação. "Eu gostaria de agradecer por facilitar meu trabalho."
Você não se deu ao trabalho de falar mais nada, apenas se deitando na areia e virando de costas para Cyno.
"Hidrate-se, temos um longo caminho até sua cela." Você sentiu algo bater contra sua cabeça e o encarou com indignação, mas seu olhar suavizou ao ver que era uma garrafa de água.
Apesar da gratidão por ele ter feito a bondade de ao menos te dar água, você se recusava a aumentar ainda mais aquela confiança dele. "Quanta gentileza, General Mahamatra."
Após se hidratar devidamente, Cyno não tardou a apressar para vocês partirem. "Você ainda joga o Chamado Sagrado dos Sete?" Ele perguntou, caminhando ao seu lado, o capuz dele havia sido jogado em sua cabeça.
"Quando eu tenho tempo, sim." Você respondeu.
"Ah, pelo menos você vai ter tempo de sobra agora." Seus olhos reviraram em desgosto, seu cérebro tentando compreender se ele estava sendo irônico, falando sério ou só fazendo uma piada para acalmar o clima. "Vou passar para te ver sempre que puder."
"Jura?" Ele assentiu, não entendendo seu sarcasmo. "Você está sendo tão amigável... tem certeza de que não pode me liberar e fingir que não viu nada?"
"Você me decepcionou, eu não esperava que você fosse fazer algo assim." Cyno disse com uma expressão neutra, porém você sentia a tristeza na voz dele. "Mas se você teve seus motivos tudo bem... não posso questionar."
Ele podia, contudo, se recusava a fazer tal coisa. "Então-"
"Não. Não espere que eu vá te deixar fugir de suas próprias responsabilidades." Você sorriu, apesar da chateação. Estava feliz que ele continuava sendo uma pessoa justa e responsável.
"Quanto tempo eu vou ficar lá?" Vocês já estavam vendo a coloração verde da cidade de Sumeru ficando próxima.
"Um ou dois meses, talvez. Depende puramente da escolha do Sábio que ficar responsável pelo seu julgamento. Mas você provavelmente não vai mais poder ter qualquer relação com a Academia."
Você deu de ombros, bocejando. Não que você tivesse qualquer vontade de voltar a trabalhar com aqueles estudiosos arrogantes ou velhos orgulhosos, você só teve a paciência de se formar porque felizmente Cyno e Tighnari eram companhias constantes.
Percebendo seu gesto, o matra se agachou de costas na sua frente, e por um momento você achou que ele tivesse vendo algo na areia. "Sobe, eu te levo até lá."
"O que?" Você deixou escapar uma risada singela. "Não se importa de verem o General Mahamatra carregando-"
Antes que você terminasse a frase, ele se levantou e pegou você nos braços sem avisos prévios.
"Vamos ter tempo para conversar durante e após a sua estadia numa cela." Ele murmurou e continuou caminhando, ignorando seus protestos.
