Notas da autora Ꮺ Não tem mais continuação da fanfic do Zhongli porque não faço mais de uma continuação, mas já que estou doidinha por temas mais pesados, fiz outro no mesmo estilo. Inclusive, os que estão marcados com essa estrelinha no título, vão ser conteúdos especificamente desse tipo, só para deixar avisado mesmo.
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Dizer que o senhor Iudex da Corte de Fontaine era superprotetor seria um eufemismo. Se não fosse por sua elegância e classe, poderia-se dizer que ele é, na verdade, obsessivo e possessivo; traços nada saudáveis ou admiráveis.
Você, mesmo sendo o alvo de tais comportamentos, demorou a percebê-los e reconhecê-los. Mesmo quando Furina "brincava" perguntando se você não se sentia sufocada por ele, você ria e dizia que não. E então, segundos depois, seu encontro com ela acabaria, porque Neuvillette era incapaz de passar mais de dez minutos sem você no campo de visão dele.
Sua "proteção" não a incomodava, até que, com uma onda de assassinatos acontecendo, o comportamento obsessivo de Neuvillette piorou. Talvez tenha sido a razão de sua primeira briga, afinal, você se recusava a ficar trancada dentro da casa ou do escritório dele o dia inteiro.
"Estou falando sério", ele disse firme, nunca lhe dedicando uma expressão tão irritada e fria antes daquele momento. "O caso ainda está em investigação, e é perigoso que você fique sozinha."
"Eu sei me defender, e além do mais, quais seriam as chances de eu ser uma vítima?" Você retrucou, virando-se.
"Todas", respondeu o Iudex, quase gritando. "Analisando as vítimas, todas tiveram algum contato com você antes de serem mortas. É possível que você se torne um alvo, ou que já seja o alvo em questão."
De início, tudo aquilo parecia bobagem. Você se estressou com a forma como ele falou, e ainda mais com a indelicadeza ao tratar de um assunto tão sério.
Você nunca havia passado tanto tempo sem falar com ele do que após tal discussão. Seu ombro frio, no entanto, só durou até que você visse com os próprios olhos um velho amigo morrendo.
O dia estava calmo, céu azul, pessoas sorrindo e conversando, crianças correndo. Só mais um dia tranquilo em Fontaine. Você e sua companhia estavam tomando um café juntos quando, do nada, sem sequer ter qualquer reação estranha, ela caiu da cadeira. As pessoas se reuniram ao redor de sua mesa, enquanto você tentava acordar a pessoa, acreditando ser um desmaio.
O destino, sempre tão generoso, presenteou você com a sorte de Wriothesley estar passando próximo do lugar na hora exata. Ele logo se aproximou também e, se espremendo entre a multidão, agachou-se para checar como seu amigo estava. Sem dizer uma palavra direta a você, o Duque puxou seu braço, ordenando que as pessoas se afastassem.
Sua mente mal processou o que aconteceu, e enquanto você se debatia, tentando correr de volta para o que Wriothesley anunciou ser um cadáver, ele apenas continuava a te levar para longe da cena sem muito esforço.
Assim que as portas do Palais Mermonia se abriram, Neuvillette já estava na entrada, seus olhos se arregalaram em surpresa quando você o abraçou, lágrimas molhando a roupa – nem de longe barata – dele. Ele tentou te confortar, acariciando seu cabelo enquanto Wriothesley explicava o que havia acontecido.
"Oh. Que pena. Quero dizer, sinto muito pela sua perda e pelo ocorrido, querida", o Iudex disse, sua voz estava pacífica, diferente da última vez que você a ouviu.
O Duque limpou a garganta. "É, que perigo", ele disse e se virou para sair, girando a algema no dedo. "Bem, eu vou indo, não posso passar muito tempo fora da Fortaleza, afinal de contas."
"A investigação! Você não vai investigar?!" Você perguntou, lágrimas ainda escorriam por suas bochechas. O homem abriu a boca para falar e então encarou Neuvillette, como se perguntando o que deveria fazer.
Em segundos, ele assentiu. "Ah! Certo. A investigação? Bem, provavelmente o caso será arquivado junto aos dos recentes assassinatos, até que haja um rastro para seguirmos."
"Como pode ser arquivada? Alguém morreu, Wriothesley!"
"Mas infelizmente, não cabe a mim decidir ou não o que acontece com o caso, já que trata-se de algo mais complexo, eu não posso tomar as rédeas." E com essa resposta desagradável, ele deixou o lugar.
Antes que você pudesse brigar com seu namorado para que o assassinato fosse estudado, ele apenas negou com a cabeça. "Você vê que perigo você correu? E se o veneno estivesse na sua xícara? E se você fosse o alvo?"
"Seria melhor, Neuvillette! Seria bem melhor!" Você disse, e por um milissegundo, poderia jurar que viu ele fazer uma expressão de desdém.
"... Poderia ter sido evitado, não?" Ele te abraçou novamente, falando baixo e próximo ao seu ouvido. "Se apenas tivesses atentado às minhas palavras... quem sabe... quem sabe seu amigo ainda estaria entre nós."
Você queria gritar com ele em frustração, porém, no fundo, a culpa consumiu seus pensamentos, e você não conseguiu falar, apenas chorar mais do que já estava. "P-Por que... por que comigo...?"
"Eu não sei... Quem seria capaz de tamanha crueldade?" Os dedos dele deslizaram suavemente pelos seus cabelos. Ele recuou levemente, depositando um beijo em sua testa. "Seja quem for o responsável por esse infortúnio, tenha certeza de que empreenderei todos os esforços para identificá-lo... Por ora, confie em minha proteção para garantir sua segurança."
