Antevasin | Jikook

13. Lua Cheia

🌕🌕🌕

Kim Namjoon se encontra na beirada da cama, fazendo um grande esforço para se levantar com dificuldade, quando o cheiro de jasmin invade o ambiente.

Ele fecha os olhos, incomodado.

Só queria que Jung Hoseok o tivesse deixado morrer.

Se antes já partira com a dignidade ferida, agora já não tinha nenhuma.

Tinha retornado ferido e humilhado, depois de ter virado as costas para todos eles e ainda por cima nas vésperas do casamento do qual tinha fugido anos atrás para não ter que presenciar.

E de todas as pessoas que deixou para trás, a que mais o fazia se sentir envergonhado, tinha acabado de entrar no cômodo.

— Filho, não deverias estar se esforçando! Esse tipo de ferida demora até mesmo para um alfa se curar! – O antigo rei ômega que ainda o tratava como seu próprio filhote corre até onde ele estava para ampará-lo.

— Tudo bem... Não precisa... Por favor, está tudo bem – o alfa resmunga incomodado.

Aquela atenção o enchia de culpa e vergonha.

— Minha presença o incomoda de alguma forma, não é verdade? Posso sentir o cheiro de seu alfa agitado – o ômega diz cabisbaixo e Namjoon pode sentir o amargo odor da tristeza.

— Majestade... por favor. Se alguém deveria estar incomodado aqui, é a Vossa Majestade. Não precisavas ver isto... – Namjoon aponta para si mesmo. — O mago não deveria ter me trazido até aqui. Ainda mais... partirei o quanto antes –  o mais novo diz sem encontrar o olhar do ômega mais velho.

— Me entristeces falando desta forma. Como podes achar que és um incômodo para tua própria família? Meu coração pesa ao saber que não pude protegê-lo melhor. Changwook não fala sobre o assunto, mas sinto em meu âmago como ele se sente culpado também. – Yoon Jaesuk confessa.

Ao ouvir o nome de seu herói de infância, o alfa fecha os olhos mais uma vez, o nó na garganta ainda mais presente.

— Por favor, Majestade. Minha presença aqui só machuca ainda mais a todos, deixe-me ir. Se estivesse eu, em vosso lugar, provavelmente não gostaria nem de olhar para meu rosto, não sou uma pessoa egoísta a esse ponto de submetê-los a esse desgosto – o alfa esclarece. — A todos – ele acrescenta num sussurro.

— "Majestade". Lembro-me de quando também me chamavas de tio. Se estivesses em nosso lugar, Kim Namjoom, saberias que ao partir, não causastes desgosto e sim, feristes nosso orgulho. Tens uma percepção tão desfocada de si mesmo. Mas tenho pedido à Mãe Lua e um dia entenderás. De que forma feristes nosso orgulho - O ômega grisalho diz e se levanta soltando um suspiro.

— Changwook parte com os dois para o conselho hoje, então podes tomar seu tempo para se recuperares e então há um lugar que não tive tempo de mostrar-te antes que partisses, era uma espécie de surpresa, e temo que ter guardado segredo foi uma péssima decisão – o mais velho revela com um sorriso triste.

– Lugar? – Namjoon questiona ignorando a pontada que à menção dos dois causa ao seu peito já ferido.

— Achas que vossa mãe o deixaria sem nada para que dependestes da boa vontade da corte ou daquele verme? Nenhuma herança? A filha e então a irmã do rei, a mulher que te amaste mais que a própria vida? Seu pequeno alfinha de cheiro forte, achas que ela o deixaria desamparado? – o mais velho questiona choroso.

Falar dela também, termina de destrocar o alfa que fugira da presença e da memória de todos que amava.

— Nós os criamos junto a nós porquê o amamos e não por obrigação, Kim Namjoon. Sinto que tudo isto é culpa minha. O motivo pelos meus dois filhotes sempre cheirarem à tristeza e aquele ômega de alma tão pura cheirar a tristeza e culpa o tempo todo. Por favor, não parta quando não precisas, não fira nossa orgulho novamente – o mais velho diz antes de deixar o aposento e o alfa para trás com lágrimas nos olhos.