Cap 1 -O passado-

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POV Simon Riley (passado)

O quarto jazia em desordem, como de costume.

era um caos absoluto, refletindo a turbulência que assolava a vida de Simon. Roupas espalhadas pelo chão, como soldados derrotados em uma batalha perdida, misturavam-se com livros e papéis amassados, e sangue seco...formando montes caóticos de desordem.

A cama, outrora um refúgio de paz, agora estava desfeita, os lençóis amarrotados e jogados de qualquer maneira, como se tivessem sido arrancados em um acesso de raiva. Os móveis, antes dispostos com ordem e cuidado, agora estavam virados de cabeça para baixo, seus conteúdos espalhados pelo chão em um emaranhado confuso de objetos pessoais.

Estilhaços de vidro pontiagudos jaziam pelo chão, testemunhas silenciosas de uma explosão de emoções que sacudiu as paredes do quarto. No ar, pairava um aroma acre de tensão e desespero, envolvendo tudo em uma névoa opressiva de melancolia e desesperança.

Os estilhaços de vidro ecoavam, testemunhas mudas da violência que assolava aquele espaço. O sangue fluía entre a porta entreaberta, enquanto minha alma se afogava em um silêncio sombrio, acompanhado apenas pelo sussurro agitado de minha respiração no quarto escurecido.

Era assim que deveria ser...

Dia após dia, a mesma tristeza, a mesma angústia, a mesma dor dilacerante. O sofrimento, o susto, tudo feria, tudo machucava profundamente. O silêncio se tornara meu único confidente, enquanto minha respiração vacilava e meus olhos permaneciam fixos, alarmados.

Um breve vislumbre pela janela revelava meu irmão, saltando para fora em busca de suas escapadas noturnas. Sempre em busca de aventuras efêmeras, ele parecia encontrar prazer em importunar as jovens da vizinhança. Para ele, todas eram meras diversões descartáveis. Antes de partir, lançou-me um olhar, exibindo sua máscara de caveira, um gesto que arrepiou até os ossos.

Deveria ter permanecido em silêncio.

Mais tarde, quando a noite caiu, e a madrugada enfim se instalou, o tumulto cessou. Eu me encolhi na cama, imerso em um silêncio carregado de melancolia.

Meu pai adentrou o quarto sem aviso prévio, e no silêncio pesado que se instalou, eu já pressentia o que estava por vir...

—SIMON! SEU MENINO DE MERDA! - Ele gritava quebrando o silêncio.

—Pai eu....-Um som de estralar me interrompe um tapa na minha cara.

Caindo no chão vejo minha mãe chorando muito em um canto retraída.

A noite começaria...

— NÃO ME CHAME ASSIM SEU LIXO!-Ele chuta minha barriga...sinto os pontos se abrindo novamente.

— O QUE ACONTECEU CADÊ SEU IRMÃO?!-Ele me puxa pra cima.

— Ele saiu pela janela...-Outro estralo ecoa....mais um tapa me fazendo ficar tonto, meu corpo era magro e fraco todo marcado...pela dor.

—VOCÊ NÃO ME AVISOU?!-ele cospe em ódio enquanto fala.

—desculpe senhor ele me ameaç-Um soco foi deferido na minha boca.

—Escória...-Ele me larga no chão, a porta se fechando com um estrondo ensurdecedor.

Vou para o banheiro, o eco dos meus passos reverberando nas paredes vazias. Diante do espelho, encaro meu reflexo, um espectro de mim mesmo. Sou um garoto grande, mas meu corpo está marcado por cicatrizes que contam histórias de dor e violência. Olheiras profundas sob meus olhos revelam noites mal dormidas, testemunhas mudas das batalhas que travo em minha mente.

𝗥𝗚 ● 𝗥𝗘𝗦𝗖𝗨𝗜𝗡𝗚 GΗӨSTS ⁺ᵍʰᵒˢᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora