Enquanto caminhava pelo corredor, a sensação de exaustão pesava sobre mim, cada passo parecia um esforço extra após o treinamento extenuante do dia. Os hematomas em meu corpo eram uma lembrança dolorosa da luta com Ghost, mas eu não poderia me permitir descansar até chegar ao quarto de König.Ao entrar, seu olhar concentrado indicava que sua mente estava em outro lugar, talvez relembrando os detalhes da missão que não saíra como planejado.
— Se machucou? — ele perguntou, sua voz carregada de preocupação enquanto seus olhos se fixavam nos hematomas que adornavam minha pele.
— Não, não, tá tudo bem... — murmurei, desviando o olhar para os hematomas, tentando minimizar sua gravidade.
König se levantou imediatamente, pegando a caixa de primeiros socorros e iniciando os cuidados necessários. Sua expressão concentrada contrastava com sua tentativa desajeitada de ser gentil, sua força natural se traduzindo em movimentos bruscos que, apesar de sua intenção, não conseguiam ocultar seu carinho e preocupação.
— Tá tudo bem, maninho! — sorri, tentando aliviar a tensão do momento, enquanto brincava ao tentar puxar minha mão de volta, divertindo-me com a cena inusitada de um homem tão imponente cuidando de uma mulher tão menor em estatura.
— Fica quieta! Sua mão está cheia de hematomas! Você não pegou leve com o tenente, né? — seu sorriso por baixo da máscara revelava um olhar preocupado, mas também uma pitada de bom humor diante da situação.
— Meh, ele estava se segurando... — desviei o olhar para a janela, observando a chuva escorrer, enquanto minha mente divagava para além dos muros da base.
— Será que Anne agasalhou eles? — minha preocupação com as crianças emergiu, interrompendo meus devaneios, e antes que König pudesse responder, eu continuei. — Às vezes nem ela se aquece direito, tenho que me preocupar com as 3 crianças.
Um sorriso leve brotou em seus lábios, revelando uma cumplicidade silenciosa entre nós enquanto ele finalizava os curativos em meu braço e se virava para guardar a caixa de primeiros socorros.
— Leva esse dinheiro e compra uma presente pra eles. Se não me engano, Catharina queria um microfone e o Liam uma arma de brinquedo, acho que era a Nerf. E an Anne queria um batom de patricinha, sei lá, eu esqueci o nome, e aquele customizado — expliquei, entregando-lhe um valor e esperando que ele aceitasse.
König pegou o dinheiro com um aceno de cabeça, seu semblante revelando uma mistura de determinação e leveza diante da perspectiva de mimar os sobrinhos e a irmã.
— Não se preocupe, eu compro. Vou mimar meus sobrinhos um pouco. E minha irmã, depois te recompenso também, daqui uma semana vai implorar pra comer minha comida novamente — sua promessa era carregada de sinceridade e um toque de humor, revelando um lado mais suave e atencioso por trás de sua fachada austera ele devolveu meu dinheiro e saiu apresado para que eu não insistisse em entregar.
A generosidade de König não passava despercebida por mim, e um sentimento de gratidão e admiração tomou conta de mim naquele momento. Enquanto ele saio s do quarto, uma sensação momentânea de desamparo me invadiu, mas logo retomei o controle das minhas emoções, preparando-me para enfrentar mais um dia na base.
No refeitório, o ambiente estava repleto de vozes e movimento, mas entre a agitação, eu e Soap nos sentamos juntos, buscando um momento de pausa nas partes agitadas da base.
— Oi, _____. Como vai? — Soap me cumprimentou, seu olhar carregado de curiosidade, como se escondesse uma pergunta por trás das palavras.
Já antecipando o assunto que ele queria abordar, respondi com um sorriso sereno:
— Oi, Soap. Vou bem, e você? — Mantive minha expressão tranquila, embora estivesse preparada para a conversa que se seguiria.
— Vou bem... Vai comer? — Sua voz era casual, mas seu olhar carregava um certo peso, indicando que algo mais estava por vir ele sabe que sim estou com a bandeja na mão.
— Vou... — Respondi, observando-o atentamente.
Ele tentou manter uma expressão neutra, mas sua ansiedade transparecia.
— Legal, né? — Ele tentou soar despreocupado, mas era evidente que havia algo que ele queria dizer.
— Fala logo o que você quer... — Suspirei, percebendo que era hora de abordar o assunto de uma vez por todas.
— Você vai tirar a máscara? — Sua pergunta foi direta, sem rodeios, revelando sua curiosidade genuína.
Encarei-o por um momento antes de responder, mantendo minha postura firme:
— Não. — Minha resposta foi simples e direta, deixando claro meu posicionamento.
Ele pareceu aceitar minha decisão, mas não desistiu tão facilmente.
— Você é feia? — Sua pergunta direta me pegou de surpresa, mas respondi prontamente com um gesto negativo.
— você deve ao agiota? — olhei indigitada.
— Ué, e o que eu estaria fazendo aqui no exército? — Dei uma risada leve, tentando aliviar a tensão do momento, enquanto observava sua expressão de confusão.
Soap resmungou algo incompreensível como um "A", e não pude conter uma gargalhada diante de sua reação.
Nos dias seguintes, nossa convivência no quartel nos aproximou ainda mais, e acabamos desenvolvendo uma amizade genuína. Durante os treinos e as refeições, nossa camaradagem cresceu, e eu comecei a confiar nele cada vez mais.
Na laje do quartel, a atmosfera era descontraída, com o som do vento ao fim de mais um dia ecoando suavemente ao redor enquanto eu e Soap nos acomodávamos no chão, compartilhando um pote de sorvete contrabandeado por König.
Entre colheradas de sorvete, Soap desabafava sobre suas desventuras amorosas, seus olhos marejados refletindo uma mistura de tristeza e humor.
— Olha aí, você não sabe... Ela me traiu, cara... Com o carteiro! E aí eu... olha... — Ele apontava dramaticamente para o sorvete, enquanto sua narrativa era pontuada por intervalos para mais uma colherada.
— Trágico... — Era tudo o que eu conseguia dizer, mas minha risada escapava involuntariamente diante da dramaticidade de sua história.
— E aí, eu falo isso pra aqueles bocós, eles me zoam... Você nem sabe, aí ela pegou e jogou minhas facas da Tramontina fora, sendo que eu... eu... — Ele mergulhava a colher no sorvete, seus olhos marejados revelando a profundidade de sua indignação.
— Suei pra comprar, tá ligado? — Ele acrescentava, com uma expressão mista de desespero e resignação.
— O Jonny não fica assim... — Tentei confortá-lo, fazendo um cafuné desajeitado em seus cabelos, enquanto ele chorava e comia sorvete, num ritual de consolo autoindulgente.
Então veio o clímax de sua história trágica:
— Tem mais! Aaaaaaa... Ela vendeu meu PS2! E vendeu meu hamster!! — Seus soluços misturavam-se ao sabor do sorvete, enquanto ele mergulhava mais uma vez a colher no pote.
Diante de seu desespero, senti uma pontada de compaixão, misturada com uma vontade incontrolável de rir da situação absurda em que ele se encontrava.
— Trágico... Se eeee... — Minha mente vagueava, tentando encontrar as palavras certas para expressar meu apoio, enquanto eu continuava a fazer cafuné em seus cabelos.
— Quer ver meu rosto? — Amaldiçoei minhas próprias palavras.
— SIM! — Sua resposta foi rápida e entusiasmada,
Ele tava triste ou tava fingindo?
Dei um sorriso, e eu, sem hesitar, tirei a máscara, revelando meu rosto diante de seus olhos surpresos.
— Você é uma top model, querida?! — Sua exclamação foi seguida de uma expressão de admiração, seus olhos brilhando com genuína surpresa e encantamento.
— Mas tem algo que me incomoda ainda!!-olhei confusa...
Makakakaka adoro o soap de sua estrelinha ✨⭐️
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𝗥𝗚 ● 𝗥𝗘𝗦𝗖𝗨𝗜𝗡𝗚 GΗӨSTS ⁺ᵍʰᵒˢᵗ
Fanfic↠ 𝗥𝗘𝗦𝗖𝗨𝗜𝗡𝗚 GΗӨSTS ⁺ᵍʰᵒˢᵗ ❝ ─ 𝗘𝗺 𝘂𝗺 𝗺𝘂𝗻𝗱𝗼 𝗱𝗲 𝗹𝗲𝗮𝗹𝗱𝗮𝗱𝗲 𝘁𝗲𝘀𝘁𝗮𝗱𝗮 𝗲 𝘀𝗮𝗰𝗿𝗶𝗳𝗶́𝗰𝗶𝗼𝘀 𝗶𝗻𝗶𝗺𝗮𝗴𝗶𝗻𝗮́𝘃𝗲𝗶𝘀, 𝗮𝗰𝗼𝗺𝗽𝗮𝗻𝗵𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗦𝗶𝗺𝗼𝗻 𝗥𝗶𝗹𝗲𝘆, 𝘁𝗮𝗺𝗯𝗲́𝗺 𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗶𝗱𝗼 𝗰𝗼𝗺𝗼 𝗚𝗵𝗼𝘀...