𝗥𝗚 ● 𝗥𝗘𝗦𝗖𝗨𝗜𝗡𝗚 GΗӨSTS ⁺ᵍʰᵒˢᵗ

Cap 4 -Estadia-

Ainda olhava aqueles olhos profundos, de um brilho perigoso e enigmático. Eu, que já havia recebido olhares de muitos tipos, na base quando cheguei com Konig mais ele...fiquei paralisada por cinco minutos, esquecendo do mundo ao meu redor.

— König não me falou nada sobre ser uma mulher... não sei se teremos problemas com isso, já que as únicas mulheres são Laswell e Nyara na base no momento — disse Prince, me fazendo desviar o olhar do mascarado.

— Sem problemas, não me importo muito e também já estou acostumada — respondi, lançando um olhar a König, que parecia preocupado.

— Onde ela vai dormir, Prince? — perguntou Soap, animado.

Prince coçou a cabeça e olhou emburrado. — Provavelmente com o tenente. Se eu tiver que trocar com Gaz ou Soap, ele mataria os dois... fora que ele é o mais organizado — ele dizia, suspirando.

— AHHH, NÃO É JUSTO — exclamou Soap, frustrado.

Não consegui evitar uma risada baixa.

— Não me importo, capitão. Pode me colocar onde achar melhor. Eu posso ficar em casa, a casa é do lado da base, não tem problema por mim — olhei para Prince.

— Não, é melhor você ficar aqui... Ghost, mostre o quarto para ela. Vou pedir para colocarem uma beliche ou outra cama lá — ele olhava para o mascarado.

Ele apenas assentiu e se levantou.

— Bom, até Soap melhorar um pouco, fique à vontade na base. Tenho certeza que vai precisar de um tempo para se acostumar — Prince deu um breve aceno e todos foram saindo. Saí junto do mascarado, observando-o.

— Qual seu nome completo? — ele perguntou, colocando a chave na porta e abrindo o quarto.

— Meu nome é _____ Riley, por que? — Ele travou quando foi abrir a maçaneta da porta.

— Algo errado? — perguntei, curiosa.

— Nada. Bom, esse é o quarto. Não toque em nada e não mexa nas minhas armas. Pode usar o closet, tem uma parte vazia, e mantenha o banheiro organizado — ele ditava enquanto andava.

Sentei na cama, observando-o guardar alguns pertences pessoais em uma cômoda.

— Qual o seu nome, tenente? — olhava para ele, profundamente, procurando entender e decifrar aqueles olhos.

— Ghost. Apenas Ghost — ele me olhou da mesma forma por longos minutos.

Ficamos em silêncio por um tempo, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Eu tentava compreender quem era esse homem tão fechado, tão misterioso. Havia algo em seus olhos que me intrigava, uma dor profunda e uma determinação feroz.

Ele finalmente quebrou o silêncio, continuando a organizar suas coisas sem me olhar diretamente. — As regras são simples. Respeite meu espaço e não haverá problemas.

Assenti, sabendo que a convivência com Ghost seria um desafio, mas também uma oportunidade de mostrar meu valor à equipe. Eu estava pronta para isso, mesmo que significasse enfrentar olhares desconfiados e provar minha capacidade a cada passo.

Me levantei e comecei a guardar algumas roupas. Eram poucas, já que não pretendia dormir no quarto tantas vezes; tentaria escapar para casa quando pudesse.

Ouço Ghost me chamar:

— Seu uniforme está aqui. Venha treinar às 7:00. Não se atrase — ele saiu, batendo o pé.

Respirei fundo, vendo que já eram 6:00 da tarde. Coloquei a roupa e me senti incomodada... A roupa era colada e a blusa meio curta, mostrando a cicatriz da cesariana. Fiquei com medo que eles vissem, então passei uma fita por cima da cicatriz, escondendo-a. Ainda com a máscara no rosto, saí e fui até a área de treino. Os recrutas me olhavam com malícia e olhos arregalados; uns cochichavam, e todos da equipe me olharam.