Aqui estou mais um dia divagando com meus pensamentos confusos. Hoje era um dia que tinha tudo para ser bom, o que partindo de mim quer dizer que seria um dia excelente para outra pessoa, fiz meu trabalho, ri bastante, ouvi música, li dentre outras tantas atividades corriqueiras, mas surpreendendo um total de zero pessoas aconteceu alguma coisa para estragar.
Era para ser só mais uma consulta de rotina, apenas para verificar aquilo que já era dado como certo, que estava tudo bem. O problema é que não estava tudo bem. Minha cabeça sempre confusa e propensa a criar cenários catastróficos já imaginou o pior possível e para mim é tão real que sofro como se estivesse vivendo aquilo de fato.
No caminho do médico para casa tentei analisar racionalmente tudo, não consegui. Única coisa que consegui foi pensar que para mim seria impossível passar por uma despedida, eu não sobreviveria a isso e foi aí que constatei o porque de não deixar as pessoas se aproximarem, o porque de eu ter querido ter filhos. Eu não quero sofrer, não de novo. Não aquela dor que oprime, nos tira o fôlego e nos tira um pedaço insubstituível. É inimaginável um mundo onde ele não mais exista.
O pior de tudo é que sei no final pode não ser uma coisa tão séria, mas até lá sigo sofrendo, sentindo todas as dores como se fosse real, porque para mim é.
O inesperado está aí para jogar na minha cara que ele está aí e faz o que bem entende, não importa quanto eu me organize, quanto eu peça, chore, tenha esperanças. Ele pode destruir tudo por capricho.
O dia de hoje apenas me confirmou o porque de eu gostar tanto do poema Ressentimento do Mundo, de David Cohen..."Enquanto no mundo tem gente pensando
que sabe muito,
eu apenas sinto.
Muito."
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Tudo o que eu não digo
Cerita PendekPalavras que engasgam e nos esmagam. Relatos de uma ansiosa.