Fiquei alguns segundos olhando para tela agora só com os pontos azuis dos agentes, deixando flashbacks de anos atrás tomarem conta dos meus sentimentos, me trazendo de volta momentos os quais eu gostaria de apagar da memoria.
--Louis!!—Niall me sacudia pelos braços.—Não me assuste desse jeito, não recaia.—seus azuis fitavam os meus cheio de preocupação.
Eu odiava deixa-lo daquela forma de novo, odiava ter qualquer um preocupado comigo. Niall foi o maior apoio que eu tive depois de tudo, com Liam trabalhando em dobro, era Horan quem passava suas noites de folgas em casa. Quando possivel, Liam passava algumas horas em casa, mas nada se comparava ao que Niall fez e foi para mim.
Liam teve trabalho em dobro quando não pude mais ser seu parceiro, o que em parte se tornou bom para ele, que cresceu o bastante para se tornar o Delegado que é hoje. Quanto mais os anos passavam, menos eu conseguia o ver fora do trabalho, eram apenas ligações e poucos encontros pelos corredor da central, mas pessoalmente se tornou quase impossível, neste último ano eu não vi um dia sequer fora do prédio. Mesmo que Liam trouxesse gatilhos do meu passado, eu sentia falta do meu amigo todos os dias.
--Vem comigo.—peguei o papel com o caminho traçado de forma bagunçada e me levantei.—Oliver, diz a Amélia que precisei sair mais cedo.
Sai em direção ao corredor sendo acompanhado por Niall, que tentava me parar a todo custo.
--Louis, você não pode.—apertei o botão para o térreo.—Você não quer voltar?
--É obvio que eu quero Niall.
--Então para essa merda.—sua mão se esticou para os botões, sendo parada pela minha.
--Não!—nossos olhares se cruzaram.—Eu não posso deixar pra lá, você sabe que eu não posso.—meus azuis em um tom mais forte que os seus, ameaçam soltar aquelas malditas lagrimas. Me desviei dos seus olhos, soltando sua mão.
Niall não disse mais nada até estarmos no estacionamento.—Onde está sua viatura?—apontou para três carros depois do meu.
Esperei com que ele a destrancasse e entrei no passageiro, abrindo o porta luvas e pegando sua arma reserva que eu sabia estar ali.
--Louis, eu não posso te deixar levar isso.—seu corpo parou em frente ao meu, impedindo minha passagem.
--Você não tem que deixar nada, eu sou o mais velho aqui, mesmo que eu tenha parado.—desviei do seu corpo caminhando de volta ao meu carro.
--Que droga Louis!!—exclamou pegando algo e vindo em minha direção.
--Você vem?—parei ao lado do motorista, esperando sua resposta.
Pensou alguns segundos, sabendo que eu não iria desistir, que ninguém era capaz de mudar minha mente, firmou sua postura dura a minha frente, franzindo as sobrancelhas e me encarando.
--Eu dirijo.—esticou a mão pedindo a chave.
--Não.—neguei com a cabeça.—Quem me garante que você realmente vai até eles?
--Ninguém, mas você não confia em mim?—assenti.—Então me da.—neguei ainda resistente.—Da última vez em que você dirigiu em um tempo assim, por algo desse tipo, você ganhou isso.—apontou para cicatriz em minha mão que continuava a segurar a bola azul.
--Não é a mesma coisa.—espalmei minha mão sobre a porta a fazendo se fechar com força.
havia momentos os quais eu mesmo acabava me irritando com os surtos de raiva que me atingiam sem eu ter controle. Isso piorou depois de tudo, seria impossível eu ter continuado nas rotas depois daquilo, bem lá no fundo, onde eu não gostava de admitir até pra mim mesmo, Evans fez certo em me afastar.
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911 - Qual é a sua emergência?
Mistero / ThrillerTrabalhando na central de atendimento para emergências em Londres, o ex-agente Tomlinson vê suas cicatrizes serem abertas enquanto lida com uma ligação de um jovem universitário que acaba de ser sequestrado.