Prólogo

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--Você ligou para o 911, qual sua emergência?

--Por favor, me ajude.—a voz masculina sussurrava de forma chorosa e desesperada do outro lado da linha.

--Está tudo bem, eu estou aqui, vou te ajudar.—começo a rastrear a chamada.—O que houve?

--Me ajude por favor, ele me pegou, eu...eu, por favor.—sua voz estava ruim, com alguns chiados, parecia estar em um local fechado, mas havia som de movimento.

--Quem te pegou senhor?—mantinha minha voz calma em busca de transmitir a calma a ele, enquanto o computador buscava sua localização.

--Eu não sei, por favor me ajude..--o choro o fazia se descontrolar mais, tornando sua respiração falha e preocupante.

--Ok, respira junto comigo.—iniciava uma técnica de respiração para tentar acalma-lo.—Vamos, isso, inspira e respira comigo.—aos poucos sentia sua respiração voltando ao normal.—Isso muito bem, continue assim.—continuava a rastrear a rota de seu celular, pegando seu nome.—Qual seu nome?

...............

Fixei meus olhos a silhueta masculina que apareceria sobre a cortina da varanda. Era alto, ombros largos e com cabelo na altura deles, exatamente como o jovem descreveu. Ele parecia estar vestindo sua camisa, aumentando minhas suspeitas sobre o banho tomado. Pegou algo ao seu lado antes de se distanciar da varanda e as luzes se apagarem, fazendo meus olhos se atentaram ainda mais procurando o ponto onde outra luz se acenderia. A janela do topo, em frente a fachada da casa, se acendeu, nos dando o sinal que ele havia se afastado.

...............

Quando criança, apaixonado em assistir filmes de terror ao lado do meu pai, houve uma certa noite, depois de algum filme o qual eu não me lembro, provavelmente por conta do medo alastrado em mim, eu acordei de madrugada, assustado com os barulhos da chuva forte que caia. Me sentei na cama, coçando meus olhos que ainda caiam de sono. Lembro-me de olhar para frente, em direção ao banheiro que sempre ficava com a porta aberta. Quando outro relâmpago iluminou meu quarto pela janela, a figura de um homem alto e magro surgiu diante dos meus olhos, como uma sombra em um canto escuro do meu quarto. Eu não gritei, não sabia ao certo se estava sonhando ou não, apenas senti meu corpo congelador diante aquela imagem perturbadora para uma criança de dez anos. O único movimento que consegui fazer, foi de me esticar até o abajur ao lado, o ligando e iluminando boa parte do cômodo. A figura desapareceu assim que a luz foi acessa, em seu lugar havia meu cabideiro com algumas roupas penduradas, nunca contei a ninguém, acreditei ser algo criado pela mente criativa e assustada de uma criança, mas agora...

911 - Qual é a sua emergência?Onde histórias criam vida. Descubra agora