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Espalmei minhas mãos sobre a mesa com força, eu precisava me manter no controle, estava indo bem, eu tinha que continuar com meus pontos ganhos.

Amélia bateu na porta minutos depois que Liam saiu.—Tem uma chamada em sua linha, um tal de Zayn.

Seus olhos se arregalaram ao me ver sair correndo em direção a minha mesa, Zayn havia voltado, não podia perde-lo de vista mais uma vez.

--Zayn? Sou eu, Louis.—sua respiração ainda estava descompassada ao ponto do garoto sofrer uma crise de pânico.

--Louis, o carro voltou a andar e de repente eu perdi o sinal, eu...eu não sei o que aconteceu.—olhei para tela e notei o carro alguns quilômetros mais a frente que do último contato.

--Está tudo bem, foi a rota que vocês pegaram, está tudo bem, eu já consegui sua localização de novo, permaneça calmo, as viaturas estão atrás de vocês .—eu precisava tentar de novo, mesmo que ele não soubesse de nada.—Este homem, o sequestrador, você não viu nada dele? Não reconheceu nada? Nem um perfume sequer?

--Não Louis, eu não vi seu rosto, nada, só em sentir, que eu sei que ele é maior que eu, e eu acho...—ele pensava, era bom, qualquer lembrança, mesmo que pequena, era importante. —Eu acho que ele tinha cabelo comprido, não longo sabe, mas comprido o suficiente para eu sentir em minhas mãos quando tentei escapar.

--Zayn, você acha que alguém em seu ciclo social poderia fazer isso com você?—era uma mistura de choro e gemido de dor que se juntavam causando uma sensação horrível a qualquer um que o ouvisse.

--Não.—era notável que lagrimas atingiam seu rosto.—Minha família é pequena e mesmo não sendo próxima, não é nesse nível, meu ciclo de amigos é quase inexistente e minha namorada.—sua voz se tornou mais dolorosa ao citar a jovem.—Nunca teve outro namorado antes de mim, ou sei lá, um maníaco perseguidor. Não há ninguém, Louis, ninguém.—seu choro se intensificava.

--Tudo bem, tudo bem, me desculpe, mas eu precisava saber, o perigo mora ao lado, já ouviu essa? as vezes os malucos psicopatas estão mais próximos de nós do que imaginamos, então me desculpe, eu precisava perguntar.

Enquanto mantinha Zayn na linha comigo, transmitia as imagens de segurança da faculdade para o meu computador. Infelizmente o homem estava coberto por roupas e mascara, Zayn estava certo, ele era mais alto e seu cabelo chegava quase em seu ombro. A cena era perturbadora, me atingindo como um gatilho direto no peito. O garoto caminhava despreocupado em direção ao ponto de ônibus do outro lado da rua, quando passado ao lado das arvores onde apenas uma Duster estava estacionada, o homem saiu como um vulto de trás de uma delas. Não havia como o jovem reagir, em segundos o pano estava em sua boca e ele começava a ser arrastado, suas mãos e pernas balançavam para todos os lados em busca de tentar escapar, me causou um enjoo na ponta do estômago. O porta-malas se abriu e como um nada, Zayn foi jogado para dentro dele, o homem olhou para os lados sem notar a câmera escondida logo a cima e saiu dirigindo normalmente pelas ruas como se não tivesse com o corpo de um jovem em seu carro.

A localização permanecia na longa A12, ultrapassando a Ongar – A128, na parte mais deserta da divisão com a rodovia Hall – Lean. Era preciso falar com James, um dos condados dito na última chamada já podíamos desconsiderar, eu precisava saber o que o agente estava pensando em fazer e seu percurso escolhido.

--Louis.—o garoto chamou minha atenção antes que eu pudesse ligar para central.—Minha namorada se chama Sabrina.

--Lindo nome, Zayn.

--Sim.—ele estava cansado de chorar, era nítido.—E não é só o nome, ela é linda, sorridente, mas muito estressada também, entra em cada uma por conta de sua busca por justiça—sua risada dolorosa ao lembrar da namorada, fazia aquele nó na minha na garganta se apertar mais.—Ela diz que sou sua calmaria, engraçado, ela já entrou em tantas brigas para me defender, não consigo imaginar o que ela deve estar querendo fazer agora.

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