Capítulo 4 - Skyfall part. 1

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⚠️Aviso: o capítulo trata sobre temas de caráter sensível como violência sexual, ansiedade e problemas psicológicos. Se você é sensível a esses temas recomendo que não leia. ⚠️

4° CAPÍTULO – SKYFALL PART 1.

POV NARRADOR

9 anos atrás

 

Mel e Emma se conheceram no primeiro dia de aula na universidade eram colegas de quarto do pensionato próximo ao campos, uma espécie de republica somente para garotas e logo tornaram-se amigas inseparáveis. Emma sabia que ali começava um novo capítulo da sua vida e tudo que mais gostaria de fazer era esquecer o inferno dos últimos meses que passou em sua casa. Uma família disfuncional, como alguns segredos e tragédias pessoais.

De modo resumido, Emma era filha caçula de seu pai e filha única de sua mãe. Marcus, o pai de Emma era atencioso e amoroso com as filhas, mas ausente na maior parte do tempo seguindo seu ambicioso plano de se tornar associado de um renomado escritório de advocacia da cidade. Sua irmã mais velha fruto do primeiro casamento de seu pai já tinha se tornado uma jovem adulta e indo para a universidade quando Emma ainda era apenas uma menina. Logo, não tinham uma relação de proximidade ou vinculo de irmandade entre as duas, se tratavam com afeto distante e cordialidade.

Mas era com a mãe que Emma tinha uma profunda rivalidade e sentimento de abandono. Emma se sentia terrivelmente rejeitada, colocada de canto e abandonada emocionalmente por sua mãe. Dora era um exemplo palpável de que nem todas as mulheres nascem para ser mãe ou sonhavam com a maternidade.

Dora era uma advogada que se formou mais tarde por ter engravidado de Emma, isso a fez se ressentir profundamente com a filha. 

O papel de mãe e esposa, não alimentava sua alma. Nunca fora de fato seu maior sonho, desde criança Dora sonhava em ser mais do que sua mãe um dia pode ser. Ela odiava assistir a humilhação que uma mulher negra e pobre era submetida no subemprego como doméstica nas casas de madames. Dora queria mais, muito mais essa sua ambição que conquistou o pai de Emma. 

Dora precisou lutar duas vezes mais por longos anos para ser promovida e reconhecida como advogada e sonhava com sua aprovação na carreira de magistratura.

Não existia muito espaço em seu coração ou sua mente para filha. Ela acreditava que seu exemplo como mulher e profissional bastaria. Que Emma não poderia reclamar diante de tanto conforto e privilégios sociais que os pais conquistaram. Com passar dos anos, Emma entendeu a ambiguidade e traumas que cercavam sua mãe e seu jeito severo de ver a vida. 

Até aquele momento de sua vida, Emma não tinha vivido nenhum grande tormento, fora o abandono e negligencia de sua criação tinha uma vida confortável, oportunidades.

Foi a sua experiência na universidade que marcou Emma para sempre.

Em uma noite de verão quando andava despreocupada rindo e cambaleando pelo campos com Melanie após uma festa na fraternidade conheceu Henry, um amigo de James. E ambos foram apresentados um ao outro por Mel que estava naquela época começando a coloca em pratica seu plano mirabolante de conquista o seu monitor James.

Ninguém esperava que algo fosse acontecer a partir de um encontro regado álcool e diálogos bobos entre jovens e de fato nada aconteceu. A maior emoção sentida por eles naquele dia foi a incredulidade do rosto de Emma vendo Melanie vomitar toda cerveja que bebeu nos pés de James e a gargalha de Henry com a cena.

Foi aos 20 anos que Emma sofreu a maior reviravolta de sua vida. Algo que lhe tirou o chão e lhe quebrou em mil pedaços.

Emma tinha acordado desorientada em um quarto, de uma casa estranha, todos os outros detalhes desse dia parecem uma lembrança distorcida. Ela havia sido estuprada na festa no campos da universidade.

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