Quando o Negro e o Solimões
Decidiram se juntar
Dado o intenso amor que um fluía para o outro
*Rio Negro jamais pensou que pouco a pouco veria sua cor ser roubada pelo Solimões
Suas águas invadidas e contaminadas
*Transformadas em algo tão distante das águas do Rio Negro
Solimões dominou e chamou aquilo de Rio Amazonas
Até o nome mudou
O rio que era tranquilo e puro
Foi sequestrado pelo perturbado
E turvo
Eles desaguaram no mar
Se livrando um do outro enfim
Suas primeiras cores mudaram completamente
Eles jamais seriam os mesmos
Os rios
Ambos arrependidos do acontecido
Prometeram em silêncio
Jamais repetirem tamanha desgraça
Confiar em outro, num encontro sem volta
Negro jamais faria
Matar alguém aos poucos
Com tanto veneno
Solimões não tentaria
Assim viveram
Rezando pra que suas águas evaporadas
Jamais se condenssassem
E se encontrassem
Num leito outra vez
Não suportariam viver aquilo de novo