oi, eu to sumida né... foi mal galera.
eu trabalho e fica uma bagunça,
mas to aqui agora pra vocês.Estranho ainda era para a tailandesa toda aquela ideia de que Engfa logo estaria novamente perto de si. Conforme os dias passavam e elas conversavam, a expectativa aumentava e várias coisas vinham à sua mente - mesmo que, na grande maioria das vezes, não explanasse nada para a mais velha. Grande parte de seus devaneios eram compartilhados com as amigas, que surtavam e riam junto a si, sem saber se alimentavam aquilo ou faziam o oposto. No fundo, era meio confuso para todas elas.
Ainda não recebera uma resposta sobre a entrevista de emprego, mas todos a sua volta pareciam lhe apoiar e dizer que tudo daria certo. E apesar de querer acreditar, aquela pequenina parte de si mesma era oposta.
De qualquer forma, ali estava ela: no aeroporto, procurando em meio a tantas pessoas a garota mais baixa. Não conhecia a mãe de Engfa e nem seu irmão, por isso procuraria apenas por ela. E talvez fosse ainda mais estranho estar indo vê-la ali, mas uma coincidência ocorreu: folga do trabalho. Na verdade nem havia se dado conta de que cairia justo naquele dia, até chegar bem perto do mesmo e notar que não havia nada planejado para ele. Então quando contou isso à tailandesa, a primeira coisa que recebeu em resposta foi uma frase simples:
| Musa do Café [10:28 PM]
| quer ir me buscar no aeroporto???
| podemos ir em algum lugar depois que eu, minha mãe e meu irmão fizermos o check-in
Além de terem se visto pessoalmente apenas uma vez, numa situação inusitada que não deixava de surpreender a ambas, não via porquê negar. Sendo assim, lá estava. Não vestira nada muito elaborado, porém foi arrumada para qualquer situação. Esperava estar apresentável, afinal, era a família alheia que iria ver pela primeira vez. Por que as coisas ocorriam de maneira tão incomum com elas?
— Char? — ouviu a voz familiar chamar, atraindo a atenção da morena para um ponto à sua esquerda.
Engfa lhe olhava dali com um lindo sorriso. Era normal estar nervosa daquela maneira? Charlotte esperava sinceramente que fosse, porque do contrário estaria bem encrencada.
Sem precisar responder, Engfa se aproximou e logo tinha os braços da tailandesa em volta de si, enquanto tentava não sufocá-la com o casaco que segurava. Sorrisos sinceros e de algum jeito carregados de saudades, porque sentiam sim a falta de ver uma a outra com olhares tão belos e puros. Risos pequenos e fracos saíam sem razão aparente, talvez fosse a alegria destilada que banhava seus corpos.
— Ah, não precisam se fundir. — Kiran zombou, ele e a mãe se aproximavam das duas mais jovens, que agora partiam o abraço. — Você deve ser Charlotte Austin, não? Engfa falou bastante de você.
— Eu que o diga, minha filha! — Nittaya declarou, fazendo uma careta dramática. — Essa última semana foi resumida em Engfa dizendo o tempo todo como iríamos gostar de você.
— Mãe! — a atendente a repreendeu baixinho, o rosto enrusbecendo um pouco conforme olhava para qualquer canto que não fosse a tailandesa morena ao seu lado.
Nittaya ainda não sabia de tudo, apesar de desconfiar de toda essa animação da filha para com a morena. Kiran, entretando, sabia bem da maioria das coisas, havia coisas que Engfa não gostaria de compartilhar, fosse por se tratar de assuntos particulares e alheios, fosse porque ele simplesmente não precisava saber dos detalhes de coisas mais... íntimas. Então fez questão de agir com naturalidade para que não despertasse na mãe qualquer desconfiança maior.
— É um prazer conhecê-la, senhora Waraha. — a de olhos negros e mais arredondados se curvou num cumprimento formal que a mais velha julgava desnecessário.

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Coffee Time
FanfictionQuando precisa voltar para Bangkok mais cedo, Charlotte acaba conhecendo Engfa, a funcionária de um café 24h no aeroporto que lhe ajuda num momento difícil. autora original: @Kordeisnglrty