oi amores, coffee time acabou. sei que foi um período curto de fanfic, mas estará aqui pra ser relido sempre que quiserem. ficarei com saudades também.
mas como eu disse anteriormente, estou com outra estória em mente já e espero poder trazer pra vocês logo mais. obrigada por todo o carinho de vocês aqui e nos meus restantes projetos 🤗
ps: capítulo com menção de violência física
Engfa não gostava daquele clima. Não gostava de como aquela roupa caía em si, de como estava vestida e maneira tão formal e contida, recatada, apenas para que as pessoas não se deixassem levar por preconceitos. Não gostava de como aquele gosto amargo em sua boca não ia embora, não gostava do suor em suas palmas. Seria natural estar nervosa numa situação como aquela? Provavelmente sim, mas parecia que quanto mais tentava se acalmar, menos funcionava.
Já estava há vinte minutos com seu irmão lá dentro, esperando o caso ser chamado para que dessem início àquilo. Kaden estava com seu advogado num banco do outro lado, vestido num terno cinza e gravata azul-marinho. Se fosse em ocasiões passadas, talvez no início do relacionamento, ela acharia ele charmoso e bonito, tão formal. Mas agora aquela visão lhe dava nojo e raiva, porque tinha noção de como ele conseguia se passar por uma boa pessoa com tanta facilidade a ponto de mascarar as situações mais óbvias. Ele conseguira o fazer com ela mesma.
Finalmente o juiz anunciou o número correspondente ao seu caso, fazendo-a se levantar e ir para a frente com seu irmão. Ambos se sentaram atrás de uma mesa, ao lado da que o ex-namorado estava com o próprio advogado. Talvez fosse um instinto, mas Kiran fez questão de ficar na cadeira do corredor, entre sua irmã e a mesa onde os outros dois estavam.
Engfa mal prestava atenção no que o juiz dizia, ela não conseguia ficar direito porque todas as lembranças lhe deixavam um pouco tonta e desconfortável. Lhe deixava mais temerosa ainda a ínfima possibilidade de que ele saísse vencedor daquela situação toda.
— Eu gostaria de chamar, por favor, a senhorita Engfa Waraha para depor, meritíssimo. — o advogado do rapaz anunciou.
Após uma profunda respiração, a loira se levantou e andou até a cadeira que ficava ao lado do juiz, um pouco mais baixa que a dele, e envolta por uma mureta de madeira igualmente escura. Sentou-se ali e pôs a mão sobre a Bíblia que lhe foi extendida, erguendo a outra.
— Jura dizer a verdade, e somente a verdade, perante Deus? — o homem indagou, mecanicamente. Aquilo era parte de seu trabalho, quantas vezes ele já não repetira aquelas palavras apenas naquele dia?
— Eu juro. — e era sempre a mesma resposta.
O advogado alheio se aproximou. Seu nome era Ilsung, tinha uma estatura mediana e cabelos bem cortados e penteados. Sua aparência era melhor cuidada que o normal, o que só refletia como ganhava dinheiro. Não a surpreendia: a família de Kaden era rica e podia bancar um advogado bem renomado, o que com certeza custava caro. Kiran, já com sua estabilidade financeira, decidira dividir seu tempo entre o trabalho remunerado e o voluntário. Ganhava, sim, bastante dinheiro, mas não possuía um olho ganancioso maior do que ele próprio.
— Senhorita Engfa, poderia nos dizer a razão pela qual essa audiência está acontecendo?
— Eu processei Kaden por violência física e psicológica, além de assédio e perseguição. — respondeu, prontamente. Não via, exatamente onde aquilo daria mas precisava dizer sempre a verdade. No fim, esperava que esta ganhasse.
— Certo, e pode nos dizer há quanto tempo o relacionamento de vocês terminou?
— Quase um ano.

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Coffee Time
Hayran KurguQuando precisa voltar para Bangkok mais cedo, Charlotte acaba conhecendo Engfa, a funcionária de um café 24h no aeroporto que lhe ajuda num momento difícil. autora original: @Kordeisnglrty