06 - A maldição de Van Der Linde

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Nos dias que se seguiram na casa de Isabella, Dutch pareceu mais à vontade e em paz. Sua maldição não havia manifestado de maneira evidente, mas ele ainda a sentia como uma presença obscura ao fundo de sua mente. Enquanto isso, sua companheira tinha ido à cidade comprar suprimentos. Ele então aproveitou e saiu para procurar lenha na floresta.

Após escolher as melhores madeiras, o cavaleiro voltou para a cabana com as lenhas. Quando entrou, encontrou Isabella preparando o almoço. O cheiro dos temperos no ar começaram a abrir o seu apetite.

— O que você está preparando de bom para nós? — Perguntou enquanto depositava as lenhas perto do fogão.

Isabella virou-se com um sorriso afetuoso no rosto.

— Estou fazendo a sua comida favorita: frango assado com batatas e uma torta de maçã para a sobremesa.

— Como você sabe exatamente do que eu gosto? — Dutch coçou a testa, intrigado.

— Sabe, não sei se você se lembra. Mas quando namorávamos há alguns anos antes de você entrar para a gangue. Você havia me dito uma vez qual era a sua comida favorita e eu nunca mais esqueci.

Dutch inclinou a cabeça, lembrando-se vagamente daqueles tempos mais simples.

— Eu disse isso mesmo, hein? Bem, então parece que você estava prestando muita atenção.

— Claro que estava. Você me ensinou muitas coisas naquela época e agora, estou usando esse conhecimento para garantir que tenhamos mais proximidade.

— Você é uma mulher especial, porém acho que não mereço o seu melhor. Eu fui e ainda sou um péssimo homem.

— Pare de dizer essas coisas. — Repreendeu. — É claro que merecemos uma segunda chance.— Ela virou-se em seus braços, encarando-o com ternura.

— Uma segunda chance... — Murmurou, como se estivesse testando as palavras em seus lábios. — Eu quero acreditar nisso, mas é difícil para mim.

— Bem... eu pelo menos acredito que você pode ser um homem melhor. — Isabella acariciou o rosto dele, passando sua mão pela barba por fazer.

Ele abaixou o rosto, colando seus lábios nos dela num beijo suave e cheio de promessas.

— Eu vou fazer o meu melhor, Bella. Por você e por nós.

— É claro que vai. Agora sente-se, vamos comer. — Isabella sentou-se ao lado de Dutch, trocando olhares.

Após a simples refeição, Dutch sentiu a necessidade de ir até Saint Denis ver como as coisas estavam. Enquanto caminhava pelas ruas movimentadas, o cavaleiro notou que um homem estava sendo assediado por um grupo de arruaceiros e a situação estava prestes a ficar tensa.

Então, ele se aproximou da cena, onde sua presença imponente não passou despercebida pelos agressores. Com um olhar severo e a postura de um verdadeiro líder, Dutch interveio, exigindo que eles recuassem e deixassem o homem em paz. Entretanto, um dos rapazes não deixou quieto e decidiu provocá-lo.

— Olha só quem temos aqui, um cachorro velho que ainda late. Você pensa que pode fazer a diferença, mas a verdade é que não passa de um bandido hipócrita.

Dutch olhou firmemente nos olhos do agressor e respondeu:

— Talvez eu seja velho, mas pelo menos aprendi a não morder sem necessidade. Agora, sugiro que você e seus amigos desapareçam antes que isso fique pior.

— Você pode ser valente agora, mas só porque tem uma arma na mão. Sem isso, tenho certeza de que é só um cachorro velho sem dentes!

Dutch franziu a testa e respondeu com firmeza:

A maldição de Van Der LindeOnde histórias criam vida. Descubra agora