Epílogo - parte 01

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Visitante inesperado

Numa manhã ensolarada de primavera, Isabella apreciava o canto dos pássaros enquanto fazia tarefas domésticas. Aurora, uma linda criança de cinco anos, brincava com a boneca sob a sombra de uma grande árvore, imersa em seu mundo infantil. Seus cabelos escuros dançavam ao vento, contrastando com a pele clara e os olhos verdes herdados de sua mãe, ela irradiava uma beleza natural e inocência encantadora.

Um homem se aproximou silenciosamente, observando os arredores com cautela. Ele trajava um chapéu preto de abas curvadas, que sombreava seu rosto austero. Sua camisa vermelha, visível por baixo do colete preto, destacava-se em contraste com o couro escuro de sua calça. Botas empoeiradas, ligeiramente envelhecidas, completavam seu aspecto rústico e determinado. Seus olhos, profundos e penetrantes, varriam o ambiente com uma intensidade que denotava experiência e vigilância.

Ele continuou se aproximando vagarosamente, até a menina perceber sua presença. Aurora levantou os olhos devagar, acompanhando o formato do corpo do homem, até fixar o olhar em seu rosto.

Confuso e ansioso, limpou a garganta e perguntou:

— O-olá... menina, você mora aqui?

— Sim, por que?

— É... queria apenas saber se uma mulher chamada Isabella Sullivan ainda mora aqui.

— Sim, é minha mamãe.

— E... ela... estaria ocupada?

Aurora respondeu educadamente, apesar da curiosidade.

— Não sei, quer que a chame?

Inseguro, ele assentiu. Aurora deixou a boneca encostada na árvore, suas pequenas mãos tremiam levemente de ansiedade, ao se dirigir para dentro de casa, chamando por Isabella.

— Mamãe, mamãe! Tem um homem lá fora que quer falar com você. Parece importante!

Isabella sentiu uma pontada de preocupação enquanto ouvia a voz de Aurora. Ela rapidamente agarrou a carabina que estava pendurada na parede, preparando-se para proteger a si mesma e à sua filha.

— Fique aqui, querida, e não saia por nada enquanto eu não voltar. Vou lá ver quem é.

Aurora concordou, fixando os olhos na figura da mãe enquanto se afastava. Isabella saiu para o exterior com passos cautelosos, alerta para qualquer ameaça em potencial. Ela não esperava visitantes, especialmente não um homem estranho.

Com olhos atentos e passos silenciosos, se preparou para confrontar o forasteiro, mantendo a carabina apontada na cabeça dele. O incidente anterior com Joseph Fox a deixara profundamente traumatizada, e desde então, Isabella aprendera a manejar uma variedade de armas para proteger a si mesma e a filha. O brilho em seus olhos revelava a coragem de uma mulher que não hesitaria em defender sua casa e sua família.

— Ei, quem é você, o que quer na minha propriedade?! — Isabella perguntou, imponente.

O homem permaneceu em silêncio por um momento, observando-a com cautela. Então, com um gesto lento, retirou o chapéu que cobria parcialmente seu rosto, revelando traços familiares e olhos que brilhavam com uma mistura de emoções.

A expressão rígida de Isabella se suavizou ao reconhecê-lo. Era Dutch, o homem que havia amado e acreditado ter perdido para sempre. Uma onda de choque e emoção a inundou, fazendo com que suas mãos tremessem levemente enquanto a arma baixava lentamente.

Lágrimas começaram a encher seus olhos e seus lábios formaram o nome dele em um sussurro trêmulo.

— Dutch... é você mesmo?

A maldição de Van Der LindeOnde histórias criam vida. Descubra agora