Capítulo Três

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° Capítulo 3 °

Bella

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Um bando, uma família, pessoas para se confiar, para amar. Tudo isso sempre foi tão complicado de se ter, tão arriscado... pessoas mentem o tempo todo. Elas mentiam sobre quem elas eram, sobre o que elas realmente sentiam e eu mentia para
mim mesma, me cegava para não ver. A confiança era para mim como se jogar de um penhasco, como em La Push, porém não saber a profundidade da água.












Eu corri até minhas pernas cansarem, até meu corpo mais forte ceder e minhas quatro pernas voltarem a serem duas. Não gostava da floresta, não gostava do cheiro da mata ou do ar sendo cortado pela minha velocidade. Eu desaprendi a ver beleza no verde quando comecei o associar com quem eu era, com quem me tornei, com o desconhecido, imprevisível e incontrolável. Comigo mesma. Voltei para minha casa por volta das duas da manhã, completamente suja e nua. Não havia ninguém me esperando, podia ouvir a respiração descompassada de meu pai que ainda estava acordado, mas porém sabia que ele não iria falar comigo no momento, ele sabia que eu não queria conversar com ninguém, muito menos com ele.

Ao chegar no meu quarto, abri minha mala colocando qualquer roupa sem me importar com a sujeira, se entrasse em um banheiro agora a possibilidade de eu desmaiar de exaustão seria enorme. Olhei para minha cama e apesar de todas as falas de meu pai eu senti um enorme embrulho em meu estômago e logo me joguei no chão e apaguei totalmente.





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Acordei por volta das quatro horas da tarde com meu corpo já menos dolorido e minha mente menos embaralhada. Ao levantar passo meus olhos pelo quarto, dessa vez tentando não ver as cenas do acontecimento, apenas meu quarto. Havia desenhos por toda a parte, a maioria eram de Jake pequeno, amava o desenhar tanto quanto amava desenhar ela, minha mãe. Ela era minha musa, meu Sol que não aquecia meu corpo, mas minha alma, então quando seu coração deixou de bater todo o calor se foi com ela.

Me aproximo de um dos desenhos, era ela de costas para o mar em um nascer do Sol, é quase inevitavelmente não sorrir mesmo com a tristeza de não tê-la mais, era como se mesmo com sua ausência ela me intima-se a rir. Quando sinto lágrimas interromperem o sorriso solto o desenho imediatamente caminhando em direção ao banheiro. Tomo um banho demorado colocando uma roupa qualquer, a mais confortável possível, logo depois vou em direção a cozinha tentando não pensar muito em tudo.

Onde está Jacob? - Pergunto sem encarar meu pai, não queria demostrar que estava acessível para qualquer tipo de conversa complicada no momento. O que com certeza eu não estava.

Terminando de concertar a camionete de Bella. - Ele fala se virando para mim. Discursos paternos de um homem que a anos não era seu pai são um tanto irritantes, não?

Deixe Sam ao menos tentar, você sabe dos Cullen e insiste em estudar naquela escola, então precisa de proteção, precisa de ajuda. Não teve contato com os sangue-sugas ainda, pode perder o controle... - Ao ouvir essa frase sinto meu corpo ficar trêmulo por um momento. Até quando serei vista como incapaz?

Eu sei me controlar, Billy. Quero continuar sendo a única que faz isso. Não quero outra pessoa vigiando minhas ações e minhas atitudes, não fui feita para abaixar minha cabeça e enfiar meu nariz na lama deixando um homem me rebaixar, deixando Sam me rebaixar, pelos deuses, nunca! - Minha voz soava indignação enquanto meu pai me olhava com seu olhar repreendedor. Eu odeio o fato de sempre querer agrada-lo, mesmo subconscientemente.

Alma Quente E Pele Fria - Rosalie Hale Onde histórias criam vida. Descubra agora