7 Aurora

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Aurora estava inquieta. Já fazia pelo menos meia hora que o pai falava sem parar, dando espaço apenas para pequenos comentários de Leila e também do duque, deixando-a cada vez mais impaciente e ansiosa, rezando para que o homem fosse logo embora da casa Crawford e ela pudesse finalmente voltar a respirar normalmente.

Decidida a apostar sua última carta antes de aceitar seu terrível fim sentada no sofá da sala de chá, Aurora encarou a mãe e, com um simples sorriso, resolveu que tentar definitivamente não custaria nada.

— Mamãe, será que... eu posso ir dar uma volta no jardim? A tarde está muito bonita.

Manteve o sorriso para a mais velha, na esperança de que um "sim" saísse dali, mas o que surgiu foi bem mais do que ela esperava.

— Claro, querida! O que acha de levar vossa graça para conhecer nossas belas roseiras?

Aurora piscou algumas vezes, tentando se convencer de que a mãe não estava fazendo aquilo novamente. Ela não poderia estar jogando-a para cima do duque tão descaradamente pela segunda vez em menos de vinte e quatro horas.

— Oh... Creio que vossa graça e papai ainda têm muito o que conversar sobre suas incríveis viagens.

Ela tentou mais uma vez, em um único fio de esperança, mas, diferente do que esperava, não foi sua mãe quem se pronunciou dessa vez, e sim o homem ao seu lado, que se levantou com um sorriso presente nos lábios.

— Tenho certeza de que eu e lorde Crawford teremos bastante tempo para falar sobre nossas viagens. Eu adoro plantas e me agradaria muito uma volta pelo jardim.

Ela observou ele desviar os olhos de seus pais e a encarar com aquele maldito sorriso cínico que dizia "quero ver você sair dessa agora", fazendo-a suspirar e então ficar de pé também.

— É claro, vossa graça. Será uma honra poder acompanhá-lo. — respondeu após um suspiro cansado, realmente não iria escapar de mais uma situação embaraçosa.

Sem Medo de AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora