Capítulo 11 - Parte 2

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POV - Jennifer

Meus braços viviam cortados, poderia está um sol de 40° e eu estava de casaco, minha mãe não poderia ver isso, mas eu sempre recebia esporros das minhas amigas quando sem querer elas viam. Fazer o que? Elas me viam bêbada e acabava olhando o braço. E mesmo se minha mãe visse, depressão para ela era falta de "deus".
Assumo que eu ainda ficava atrás da minha ex ( a de 2017, lembra? ), pedi para ela voltar para eu, mesmo eu levando essa vida, eu ainda gostava um pouco dela. Acabou que ela decidiu voltar para eu, só que em menos de 3 semanas, eu vi a rua da escola MUITO movimenta e eu fui ver o que estava acontecendo e uma amiga minha que fazia parte de "namorada por uns dias" ( sim, ela me pediu e eu aceitei, só que depois eu terminei e ela decidiu ficar do meu lado como amiga. Posso fazer nada se eu tinha um jeito canalha e gostava de iludir ) ela não estava deixando eu ir porque ela acabou vendo o motivo daquilo, mas eu fui. Adivinha? A pessoa que decidiu por vontade própria voltar para eu, estava me traindo com um garoto na frente de várias pessoas, legal, né? Eu não acreditei naquilo e comecei a andar para trás, minha amiga me puxou porque quase tinha sido atropelada, mas a mágoa e raiva me dominaram e eu não prestei atenção mais em nada, só prestava atenção no que estava na minha frente. Essa minha amiga me trouxe até em casa, e ficamos conversando e etc, e no dia seguinte o ser humano quis vir conversar comigo, só que terminamos e foi isso. Depois daí conversávamos raramente e ficamos apenas como "amizade colorida", só que não era mais a mesma coisa. E o que eu sentia por ela, virou apenas mágoas.

Em 2018 foi a primeira vez que eu usei maconha, Kailane não queria me deixar ir, mas infelizmente eu fui. Depois da primeira vez, eu continuei fazendo, quando não dava para usar a maconha, eu ficava substituindo por cigarros, sempre tinha que ter cigarro comigo, sempre perturbava o meu amigo para buscar maconha para eu, só que ele me controlava e só trazia as vezes e para eu usar junto com ele, somente. Todo dia era isso, bebida, cigarro e as vezes maconha. Acabou que depois Kailane e dois primos meus começaram a usar também.

Várias coisas aconteceram comigo e eu realmente fui tirar minha vida, tentei pelo pulso só que nada fez e tentei me enforcar no meu quarto, já estava tudo pronto, mas não sei o que aconteceu que o banco caiu de um jeito que meu corpo não desabou, e depois daí eu tirei o fio do pescoço e só sabia chorar, comecei a entrar em desespero quando vi o fio amarrado no varão da cortina e o banco caído, a ficha caiu do que eu tinha feito, e literalmente só chorava. Eu estava sozinha, sem ninguém, então serie eu e eu.

Nessa época eu fiz amizade com algumas pessoas da igreja, então minha mãe tinha confiança neles, mal sabia ela que todo final de semana ou até mesmo depois da escola, eles me chamavam para beber e etc, eu sempre ia, íamos mais para piscina e ficávamos lá bebendo, e nisso eu quando estava sozinha e bêbada sempre ficava tentando me matar afogada, mas um ex amigo meu sempre me agarrava e ficava comigo nos seus braços tentando me controlar.

Duas professoras ( prof de matemática e prof de português ) minha começaram a pegar no meu pé e teve uma que chamou meu responsável na escola, minha mãe pediu para meu pai ir e disse para ele ver minha presença nas aulas, meu pai com certeza descobriu que eu faltava, eu tranquei pacas, mas ele não contou nada para minha mãe e só falou que as professoras falaram que eu era muito inteligente só estava dando alguns moles.
Meu deus! Eu e meu grupinho ficava bebendo dentro da sala de aula quando não dava para matar aula, e teve uma vez que não estávamos conseguindo beber direito porque a professora de português estava mirando a gente, mas continuamos bebendo, até que teve uma hora que ela viu e acabou pegando a bebida dentro da mochila do meu amigo, triste, só que não aconteceu nada não. Sim, eu era nesse nível.

Ah, minha mãe descobriu que eu beijei uma menina aqui na rua, sim, alguém viu e explanou, mas eu nem liguei se alguém iria ver. Depois daí minha vida virou um inferno, juro! Minha mãe me obrigava a ir para igreja, principalmente quando tinha palestra de pessoas que eram lésbicas e hoje não são mais e tals. Acreditam que minha mãe chamou pessoas da igreja aqui em casa por causa disso? Eles queimaram a minha bijuterias, e eu amava, eu tinha TODOS os tipos daqueles cordão de pedra, tinha VÁRIAS pulseiras, e ela sabia que eu amava e simplesmente queimou tudo na minha frente.. eu tentei até esconder um e ela veio atrás de mim, o moço que estava queimando veio atrás também, pegaram de mim e queimaram também, falaram que era isso que estava me deixando "oprimida". Nesse dia eu fiquei com tanto ódio da minha mãe, sério! Minha mãe me afastou de várias pessoas, ela já rasgou umas das minhas roupas preferidas porque disse ela que eu estava querendo deixar ela maluca, que eu estava querendo agir como um homem, e simplesmente só puxou o meu casaco junto com um cordão meu e os dois foram arrebentados e depois desse show me fez trocar de roupa e ir para igreja com ela. Que legal, né? Ela até me proibiu de sair para alguns lugares, só deixava eu ir para saídas de igreja, então eu tive a brilhante ideia de se envolver com um garoto da igreja para poder sair, minha mãe gostava dele, então foi de boas, mas depois de um tempo eu estava mexendo no meu messenger pelo celualar dele, porque minha mãe depois dessas coisas, ficava sempre me colocando de castigo do celular, acabou que ele precisou do celular e o meu messenger apareceu que estava saindo, só que nao saiu totalmente e ele viu conversas minhas com outras garotas e decidiu acabar com algo que nem tínhamos começado. Fazer o que? Eu tive que usar ele para ter minha liberdade! E ele não era igual os outros, ele era literalmente todo certinho, dava até nervoso, juro!
Cara, eu tinha apenas 13 anos, já tinha uma saúde fodida e depois disso as coisas só pioraram mais, juro! Único refúgio meu era ficar no computador escutando músicas e desenhando, era um alívio, passava horas assim.

Depois de algum tempinho  coisas aconteceram com meu irmão e eu e minha mãe acabamos vendo ele tentando tirar a própria vida. Depois daí que ela começou a perceber que depressão não era falta de "deus", procurou psicóloga e psiquiatra para ele, e ela começou a notar o meu comportamento e decidiu conversar comigo, eu disse tudo para ela e ela marcou algumas sessões com a Lorena, que era psicóloga, era a mesma do meu irmão, ela era da igreja que minha mãe frequentava. E sim, ela só mudou esse pensamentos em relação a depressão depois que viu o filhinho dela fazendo isso.

Dei uma resumida de muitas coisas, mas o meu 2018 terminou assim.

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