Cap. 12 - A Beacon of Hope

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Hey! 

Liberando o cap faltante! Leiturinha soft (muhaha) pra um sábado a noite, hehe.


Pra situar o andamento da história e resgatar a memória de vocês, esse spin-off deve trazer respostas de algumas pontas soltas de Hey, Professora e nesse ínterim, esse capítulo em específico terá aviso de <possíveis gatilhos>, portanto leia com ciência das temáticas presentes abordadas:

- RedFlags
-Homofobia
-Kinky
-Assédio
-Preconceito internalizado
-Crise de ansiedade
-Misoginia/Machismo
-Possível Síndrome de Estocolmo


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Como não fosse uma noite qualquer em que em um minuto raro de paz da vida conformada que já levava, a mulher de meia idade tentava relaxar os ombros. Era mais um extensivo dia de trabalho na empresa do homem que arruinou sua vida anos atrás, e com quem possuía uma relação que perpassava os limites apenas do profissional. Ela encarava aquilo como uma espécie de punição divina por ter falhado na tarefa do cuidado materno.

Estendeu as mãos para começar a passar o mouse pelo site de notícias de sua cidade natal e foi meio inevitável não sorrir e sentir vontade de chorar ao ver as informações que preenchiam sua tela. Então, pelo menos em uma de suas metas fracassadas, tornar-se a melhor advogada da cidade, uma de suas filhas parecia havido ter sucesso no que ela falhou anos atrás. Clicou avidamente no link que logo a levou a um site com recomendações dos melhores advogados de First Ones, e onde o nome de Mara Hope Grayskull aparecia em destaque. Para seu infortúnio, contudo, aquele orgulho que desejava esbanjar num abraço caloroso parecia só um sonho mais distante, ainda mais agora após tantos anos fora. Acreditava que passaria o resto da vida ali, de dia na sede da empresa de seu chefe e Senhor, e à noite, na mansão parisiense altamente luxuosa que não lhe enchia os olhos. Embora pudesse caminhar livremente pelo casarão e até pelas ruas da suntuosa Cidade das Luzes, sentia-se tão presa quanto um pássaro em uma gaiola, daqueles que são belos ao olhar até a realização da tristeza em seu cativeiro. E essa percepção não estava tão distante de sua realidade. Chorou internamente porque sabia que seu contratante invadiria a sala a qualquer momento para exigir-lhe uma companhia especial que ela aprendeu com anos de disciplina a não mais recusar para não perder o direito total à liberdade.

Havia feito um acordo perigoso para não pôr em risco o futuro das filhas, já que o seu estava perdido desde que o decepcionou naquela audiência tão importante, que julgou ser uma causa ganha. A falta de respostas dos cartões postais e e-mails que enviava quase que diariamente em segredo para casa a fazia ter quase a certeza de que se abandonara a família, então sua família teria feito o mesmo. E era uma dor excruciante admitir... Começava a devanear, lembrando-se daquele maldito dia. Tudo deu errado a começar pelas horas anteriores à audiência, a briga com a caçula e a agressão que não aceitava ter sido capaz... Se só tivesse sido menos incrédula e aceitado de bom grado os conselhos do astrólogo, quem sabe poderia ter sido só uma viagem de férias com suas meninas...

Deu um suspiro resignado, mergulhando nas memórias que não saíam de sua cabeça por um mero segundo sequer...

.....

Naqueles dias estava muito tensa, havia sido selecionada a dedo para tratar de um caso grande que já estava na mídia local, e como advogada mais experiente e CEO do escritório, já considerava a causa ganha, mas por insegurança e algumas intercorrências familiares que era o que mais lhe tiravam o foco, achou por bem aceitar a proposta de um aconselhamento diferente oferecido pela sua confidente Angella. A amiga lhe sugeriu que fosse se consultar com um jovem astrólogo promissor em outra cidade. E mesmo cética, decidiu tentar. Quem sabe as estrelas ou o universo não lhe trariam alguma luz para seu atual momento tão conturbado?

Hey, Domme - (Spin-off Hey, Professora)Onde histórias criam vida. Descubra agora