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ᕙ GAELᕗ

Já era de manhã, a claridade entrava pela janela aberta do quarto, me levantei da cama e fui tomar um banho pra tirar aquele cheiro de caipirinha mostrada do meu corpo. terminei meu banho, coloquei minha samba canção e fui pra cozinha ver se tinha algo pra comer. Os barulhos das tampas das panelas batendo me afirmava que dona Rita já estava na casa, provavelmente pensando o que iria fazer pro almoço.

    — Bom dia.

     — Bom dia, filhão.— disse meu pai enquanto mexia no telefone. — vou precisa de uma ajuda tua lá no bar.

    — Mal cheguei e já começou o trabalho escravo?.— falei dramaticamente fazendo dona Rita rir.

    — Para de drama, garoto.— disse Dona Rita acertando um tapa leve na minha cabeça. — seu pai não pode cuidar daquele lugar sozinha, tem quase 40 anos nas costas e acha que pode ficar carregando peso.

    — O dona Rita, eu malho pra isso.— disse meu pai. — olha meus, bíceps...

    — Vou olhar pra eles quando tu tiver travado lá na cama por que pegou peso.— disse dona Rita seria. — Gael, meu bem, vai trocar de roupa pra ir junto com ele.

Nem debati com dona Rita, apenas voltei pro meu quarto e coloquei uma roupa confortável. Quando voltei pra cozinha meu pai já estava na porta me esperando. Ele pegou a chave e a gente desceu um pouco o morro. Franzi a testa ao ver que o bar já estava aberto e que havia um monte de velho sentando bebendo, e ainda era terça-feira.

    — Quem é o menino?.— perguntou um velho barrigudo. — não sabia que gostava de novinho

    — E meu filho.— disse meu pai sério.— não sou que nem tu que fica tentando pegar as meninas do morro, até a hora que os pais delas te derem um pau.

  Sentei em frente o balcão e fiquei servindo as doses de pinga quando um velho aparecia, e eles ainda por cima tinham a coragem de melhor com segundas intenções achando que iam conseguir alguma coisa.

  Já era 11hrs da manhã e aquele lugar ainda estava cheio, agora eu entendia por que gente velha morre cedo, não sai do bar, parecem que moram aqui. A minha sorte foi que levei um sanduiche que dona Rita havia preparado pra mim, se não, eu já estaria desmaiando de fome.

  Mais velhos aparecerem atrás de pinga, certeza e outras cachaças que haviam lá. Vê-los beber daquela forma que dava uma puta agonia, fiquei pensando se eu ficaria assim quando fosse velho.

   — Gael, leva um litrão pro barriga.— gritou meu pai  passando pro mim.

Eu peguei o litrão de cerveja e caminhei em direção ao barriga, um velho de cabelos grisalhos sentado na mesa na calçada. Ele estava conversando animadamente com outro velho que estava sentado com ele.

   — Oh, Barriga! Meu pai mandou um litrão pra você.— falei colocando a garrafa na mesa e abrindo.

Barriga sorriu.

    — Obrigado, garoto! Teu pai já te colocou aqui, né? Também, um garoto bonito como você vai atrair várias pessoas.— disse Barriga, pude vê um sorriso malicioso no seu rosto. — se eu fosse mais novo...

    — Nem se tu fosse...— falei.

    — Ah, menino, o velho aqui ainda dá no couro.— disse Barriga, se ajeitando na cadeira. — te mostrar que a pipa desse vovô aqui ainda sobe. 

  Fechei minha cara com nojo, só de imaginar o que aquele velho havia dito me dava ânsia de vômito.

   — Eca, nem se você fosse o último velho da terra.— falei sério. — preferia morrer virgem, se me der licença...

O bandido - Hiatus Onde histórias criam vida. Descubra agora