ᕙTKᕗ
Acordei era umas sete e pouca da manhã, olhei pro lado e vi Gael dormindo. Lembrei do que tinha rolado de noite e um sorriso apareceu no meu rosto, havia sido uma noite do caralho.
Me levantei devagar pra não acordar ele, peguei minha carteira e a chave da moto, subi na mesma e desci até o mercadinho. Andei pelos corredores, peguei aqueles bolo de laranja em pacote, duas caixa de suco, mortandela, queijo, 3 reais de pão e até umas frutas que havia lá.
— Bom dia, dona Ana.— falei pra velha no caixa. — tranquilidade?
— Sim, meu filho.— ela sorriu, colocando minhas compras na sacola. — quer mais alguma coisa?
— Não, valeu.— deu uma nota de duzentos pra ela. — pode ficar com o troco
— Orbigada, meu filho.— disse sorrindo. — Deus te abençoe.
Subi na minha moto, estava prestes a subir pra casa quando ouvi um grito, olhei para os lados e vi que vinha da viela que tinha do outro lado da rua. Desci da moto e fui caminhando devagar, vi um homem que parecia bater em algo, de longe reconheci que era o drogado do pai do Gabriel. Meus olhos se arregalaram e eu fui correndo até lá, não estava armado, mas eu podia dá uma boa surra naquele homem.
— Seu filho da puta! Jogou tudo fora, seu pirralho!.— ouvi ele gritar e acerta um chute em algo.
— Você sempre some, não quero que suma mais. — ouvi a voz do Gabriel.
— O filho da puta! Sai de cima dele, porra!.— gritei empurrando ele para longe. — tá maluco, caralho? Quer morre nessa merda?
— Qual é, TK.... Esse filho da...— antes que ele pudesse terminar, acertou um soco em sua boca.
— Vou te mandar o papo reto agora, tu vai ficar longe dele, tá me ouvindo?.— apontei o dedo pra ele. — tu não chega mais perto do Gabriel, beleza?
— Ele meu filho!.— gritou.
— Teu filho é minha pica.— rosnei. —pai não faz isso que tu fez não, caralho!
Me aproximei do Gabriel, ele estava com os olhos vermelhos e cheio de marquinhas vermelhas. Eu sabia que ele batia no menino, deveria ter interferido a anos, mas eu fui um otário. Peguei ele no colo e apoiei sua cabeça em meu ombro, antes de sair andando.
— Tá doendo muito?.— perguntei alisando o cabelo dele.
— só um pouquinho, mas eu sou forte. — disse Gabriel. — Thiago, você disse aquelas coisas pro Papai, se ele não me quiser mais?
— Bom, então eu quero.— falei. — vamos indo, preciso cuidar desses machucados e vamos tomar café com uma pessoa.
— Que pessoa?.— perguntou Gabriel curioso.
— Tio Gael tá lá em casa. — falei.
Ele levantou a cabeça rapidamente pra me encarar.
— Sério?!.— sorriu animado.
— Sim.— coloquei ele sentado na moto e me sentei.— segura firme, beleza?
Ele balançou a cabeça e se segura firme, coloco as bolsas uma de cada lado e subi o morro a mil da forma que Gabriel gostava. Chegamos em frente a minha casa, desci o Gabriel entreguei uma sacola leve pra ele e me seguida desci, abri o portão e mandei ele colocar as coisas na cozinha. Gael parecia que ainda estava dormindo então comecei a preparar o café da manhã pra ele, fiz suco, café, coloquei o bolo na mesa, pão, presunto e tudo que tinha direito.
— fica sentado que vou buscar o Gael.— falei e ele assentiu. — e nem pensa em mordiscar o bolo que te conheço.
— Pode deixar!
Sorri e subi as escadas, Gael ainda dormia com a bunda toda virada pro alto. Me aproximei dele devagar e comecei a beijar suas costas e ele soltou um gemido.
— Não vou te dar.— murmurou sonolento e se virou pra me encarar.— bom dia...
— Já acorda assim?.— ri. — bom dia, vamos tomar café? tem alguém querendo te ver.
— Quem?.— Gael se sentou na cama, confuso.
— Você vai ver.— falei.
Gael pegou minha blusa que estava presa na cama e vestiu, amarrou o cabelo de qualquer jeito e pulou no meu colo pra leva-lo. Não reclamei, segurei Gael da mesma força que seguraria uma criança e desci as escadas com ele no colo, chegando na cozinha, coloquei ele no chão e Gabriel correu até ele.
— Tio Gael!.— gritou animado.
— Gabriel? O que você tá fazendo aqui?.— perguntou Gael pegando-o no colo.
— Thiago me trouxe pra morar com ele, ele vai ser meu papai!.— disse Gabriel sorrindo.
— O que?.— Gael olhou para Tk. — Thiago...
— Depois eu explico, vamos comer!.— falei sorrindo e indo até a mesa.
Fomos para mesa, Gael colocou as coisas em um prato para Gabriel e por um milagre colocou pra mim também. Gabriel não parava de falar do desenho novo que estava assistindo e Gael estava dando toda a atenção do mundo pra ele.— E esses machucados, Gabriel?.— perguntou Gael.
— Papai ficou irritado porque joguei o negócio que faz ele sumir fora.— disse Gabriel inocentemente.— ai o Thiago me pegou e disse que vou morar com ele.
Eu pude ver uma veia saltar da testa do Gael.
— Entendi.— disse Gael. — que tal você ir tomar um banho? Vai arde um pouco nos machucados, mas pode ficar um machucado pior.
— Tá booom!.— Gabriel sorriu. — não comam tudo sem mim!
— pode deixa.— Gael sorriu.
Gabriel sai da mesa e saiu correndo para o banheiro, quando ele bateu a porta, Gael me encarou sério.
— Você come merda?!.— perguntou Gael me batendo com uma colher.— você não sabe cuidar de si mesmo, como pode pegar o Gabriel?!
— Princesa, olha...— tentei falar, mas Gael me bateu de novo com a colher. — quer parar? cacete!
— Você não pode criar ele sozinho, não vou deixar.— disse Gael. — vamos ter que colocar umas regras.
Piscou algumas minutos confusos, Gael tinha acabado de deixar entre linhas que iria cuidar do Gabriel junto comigo...
— Vai me ajudar a cuidar do pivete?.— Perguntei.
— Você não cuida nem de si mesmo, Gabriel vai morrer em um dia sozinho com você.— disse Gael pegando um pão. — e vocês precisam de alguém pra coloca-los na linha.
— E esse alguém é você...— falei sorrindo. — meu fiel.
— Ah, eu sou teu, agora?.— Gael ergueu a sobrancelha com um sorriso de lado.
— Achei que tava ciente, já.— falei e me aproximei dele. — tu eu desde daquele dia lá, que tu jogou bebida em mim.
— Correção, você derrubou a bebida.— Gael sorriu e se aproximou. — sinto que essa vai ser a maior merda que vou fazer, mas por que não né...
— Então tu é meu?.— perguntei.
— Sou, Thiago.— disse Gael. — inteiramente seu.
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O bandido - Hiatus
FanfictionApós ser expulso pela mãe, Gael Torres é obrigado a voltar a morar com o pai, que o abandonou quando ainda era criança, em uma das comunidades do Rio de Janeiro. Com uma língua afiada e o costume de não baixar a cabeça para ninguém, Gael acaba arrum...