ᕙ GAELᕗ
Talvez fosse a maior merda da minha vida, sempre ouvi que não deveria entrar pra vida do crime, não entrei, mas agora me relaciono com um bandido, não qualquer bandido, mas sim o dono do morro. TK ficou completamente feliz por eu ter aceitado sua declaração nada delicada, eu podia fazer o que ? Também gostava dele. Mas era claro que o medo tomava conta da minha mente, nada me dava a total certeza que Tk não iria tentar fazer nada contra mim.
Gabriel voltou, terminamos o café da manhã e eu cuidei dos machucados dele, ele tinha tantos machucadas que eu queria matar o pai dele na porrada. Quando terminei, Gabriel subiu para seu quarto, estava muito cedo e ele estava com sono.
— Preciso ir embora.— falei olhando a hora. — meu pai deve tá achando que eu morri.
— Vai mais tarde...— disse Tk me segurando por trás.
— Eu tenho que ir, e você tem coisas pra resolver.— falei e ouvi som de fogos. — olha aí, carregamento chegou, foi um só, então é drogas.
— Como sabe disso?.— pergunto TK, surpreso.— Não sou burro, Thiago.— revirei os olhos. — eu realmente tenho que ir agora.
— Que tal a gente ir comer um podrão de noite?.— perguntou TK enviando o rosto no meu pescoço. — aqueles completão.
— Hum... Posso pensar...— deu um pequeno sorriso.
Me afastei dele e corri para o quarto, tudo estava virado de cabeça pra baixo ainda. Me arrumei rapidamente e deu uma passada no quarto do Gabriel, ele dormia profundamente, só faltava roncar. Desci as escadas e o Tk estava parado ao lado da porta como um cachorro abandonado.
— Para de graça, eu vou voltar. — falei sorrindo. — você faz muita drama pra um dono do morro.
— Sou um dono de morro emocionado, me respeita.— disse Tk fazendo charme. — vou sentir saudades.
— Pelo amor de deus, Thiago.— revirei os olhos.
Ele riu e me deu um beijo rápido, sorri e abri a porta, caminhei para o portão e olhei para trás antes de sair. Tk estava parado na porta com um sorriso enorme nos lábios, aquele sorriso me derrete todinho.
Sorri de volta e sai da casa, tava um calor desgraçado, sai correndo até em casa e dei sorte do portão estava aberto, caminhei devagar pela parte de trás da casa e fui para cozinha, assim que abri a porta dei de cara com a dona Rita.
— Oi, dona Rita.— dei um sorriso. — tá bonita...
— Tava aonde?.— perguntou cruzando os braços.
— Na casa do Allan, dormi lá...— falei a primeira coisa que veio na minha cabeça.
— Dormiu tanto que eu nem me lembro.— disse Allan levantando do sofá. — quer tentar de novo, Princesa?
— Porra, nem pra me ajudar.— resmunguei. — estava no TK...
— Virou amigo dele agora? E por que você tá andando estranho?.— perguntou Allan, em seguida, arregalou os olhos. — Ah não...
— Pergunta logo o que vocês querem saber!.— falei.
— Você deu pra ele?.— perguntou dona Rita.
— Dei.— gritei. — satisfeitos?
Allan ficou me olhando com os olhos arregalados e dona Rita fazia o mesmo, os dois estavam chocados.
— Eu falei! Passa, allan.— gritou dona Rita sorrindo. — você pode ser bandido, mas não tem minha malandragem.
— Caralho, perdi um galo.— resmungou irritado.
Pisquei os olhos, confuso.
— O que ??? Vocês apostaram?!.— gritei, indignado.
— Óbvio, eu sabia que estava certa.— disse Dona Rita. — mas agora, me diz, doeu muito? Ele te machucou? Preciso de uma cadeira?
— TK tem cara de soca forte.— disse Allan de repente.
— Eu não vou responder mais nada de vocês, que vergonha.— falei. — eu vou tomar um banho e vou pro meu quarto, por favor, pensem que não existo por hora.
Eu comecei a subir as escadas quando ouvi Allan cantar:
— Ela sobe o morro pra dar pra bandidooo.
— Vai se foder, Allan!.— gritei irritado.
ᕙTKᕗ
Eu não sabia o que estava sentindo, Gael realmente havia aceitado ser meu fiel, aquilo parecia um sonho.
Deixei Gabriel dormindo em casa, coloquei um bilhete avisando onde estava e que iria voltar com o almoço pra ele não ficar assustado. Eu estava sentado na boca olhando a movimentação, mas minha cabeça estava totalmente em Gael, eu não conseguia parar de pensar naquela noite.
— Tá dormindo aí?.— perguntou Russo sentando do meu lado. — tá com essa cara por causa de que?
— Que cara?.— ergui a sobrancelha.
— Essa cara de idiota apaixonado.— disse Russo.
— Pior que tô mermo.— falei sorrindo. — falando nisso, tenho que contar uma parada pra vocês.
— Fala aí.— disse Cauã chegando perto a gente. — aconteceu alguma parada?
— Solta a fita aí.— disse Tavares.
— Bom...— fiz uma pausa. — Gael agora é meu fiel.
Eles se olharam por alguns minutos, como se estivessem processando a informação. Cauã se sentou e começou a olhar para o chão, Tavares estava de boca aberta e Russo estava virando uma garrafinha de água. Antes que eu pudesse falar algo, Allan chegou correndo e se jogando do meu lado, ele encarou todos confusos.
— Que cara de cu é essa?.— perguntou. — quem morreu?
— TK... Ele...— Tavares parou de fala.
— Que? Tá morrendo chefinho?.— gritou Allan.
— Não, porra!.— falei. — contei que o Gael é meu fiel.
— Só isso?.— Allan deu de ombros.
— Você sabia?.— perguntou da boca.
— Gael me contou agora pouco, tava lá visitando a velha da Dona Rita.— disse Allan se sentando. — felicidades aí chefinho, Gael é gente finíssima.
— Pode pá.— disse Tavares. — fiquei em choque porque não esperava isso.
— Eu tendo um homem como fiel?.— perguntei.
— Não, só o fato de tu ter alguém pra chamar de fiel me deixa em choque.— disse Tavares rindo.
— Vai se foder.— gritei, rindo também.
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Esse capítulo foi curtinho, Sorry
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O bandido - Hiatus
FanfictionApós ser expulso pela mãe, Gael Torres é obrigado a voltar a morar com o pai, que o abandonou quando ainda era criança, em uma das comunidades do Rio de Janeiro. Com uma língua afiada e o costume de não baixar a cabeça para ninguém, Gael acaba arrum...