The 100 -Bellamy/Roam

capitulo4

Capítulo Continuado

Os dias que se seguiram foram sombrios. A morte de Charlotte havia deixado uma cicatriz no acampamento, não só pela perda de uma vida criança, mas pelo impacto psicológico que atingiu a todos nós. O medo de cometer erros, o medo de confiar nas pessoas ao nosso redor, estava mais forte do que nunca. E, com os terrestres por perto, ninguém podia se dar ao luxo de fraquejar.

Eu e Bellamy estávamos na beira da floresta, observando o acampamento de longe. Octavia tinha voltado para descansar, e eu estava exausta mentalmente. Bellamy, no entanto, parecia mais alerta do que nunca, a mandíbula travada, os olhos fixos no horizonte.

Lilith: "Você está mais quieto que o normal. Aconteceu algo que eu deveria saber?" – perguntei, tentando quebrar o silêncio opressor.

Bellamy: "Não preciso ficar falando o tempo todo para saber que as coisas estão desmoronando." – Ele respondeu, sem desviar o olhar.

Lilith: "Você ainda acredita que estamos no controle disso tudo? Que podemos fazer com que dê certo?"

Bellamy: – Ele virou-se para mim, seus olhos duros, mas com um lampejo de vulnerabilidade que eu raramente via. – "O controle? Lilith, eu nunca tive controle. Estou tentando manter todos vivos... A cada dia, parece que estamos mais perto de perder tudo." – Ele suspirou, passando a mão pelo cabelo.

Eu fiquei quieta por um momento. Bellamy estava sempre carregando o peso de ser um líder improvável. Tentando proteger Octavia e, ao mesmo tempo, mantendo todos no acampamento de pé.

Lilith: "Você não está sozinho nisso, sabe disso, né?" – Olhei para ele, tentando lembrar que, apesar de todas as diferenças, estávamos no mesmo barco. – "Nós dois sabemos que, no final, todos aqui estão juntos. Mesmo quando parecemos mais distantes."

Ele assentiu levemente, mas sem dizer mais nada.

A tensão entre nós nunca desaparecia totalmente. Algo sobre estar tão próximos, em um mundo onde tudo podia ser tirado de nós a qualquer momento, fazia com que cada palavra e cada gesto parecessem carregados de um significado maior. Era difícil ignorar.

Bellamy: "Amanhã vamos atrás de mais suprimentos. Vai querer vir dessa vez?" – Ele perguntou, mudando de assunto.

Lilith: "Depende. Você vai continuar tentando agir como o herói solitário, ou podemos trabalhar juntos de uma vez?" – Sorri de lado, tentando aliviar um pouco o clima.

Bellamy: "Herói? Não me faça rir, Lilith. Se sou alguma coisa, é sobrevivente. E se você quiser sobreviver, vai ter que aprender a jogar do meu jeito." – Ele deu um meio sorriso antes de se afastar, deixando claro que nossa conversa havia terminado.

Eu o observei se afastar, e por mais que quiséssemos negar, sabíamos que aquela luta interna – entre depender um do outro ou continuar vivendo como se fôssemos independentes – seria um desafio constante.

No dia seguinte, a busca por suprimentos começou cedo. Bellamy, Octavia, Clarke, Finn, eu e alguns outros estávamos prontos para explorar mais longe do que já havíamos ido. O clima estava tenso, todos sabíamos que os terrestres ainda estavam por aí, e qualquer passo em falso poderia ser fatal.

Enquanto caminhávamos pela densa floresta, ouvi Clarke conversando com Finn. Eles falavam em voz baixa, mas era impossível ignorar a proximidade crescente entre eles.

Lilith: "Vocês dois estão ficando bem próximos, não é?" – Comentei casualmente, enquanto passava por eles.

Clarke olhou para mim surpresa, mas Finn apenas deu de ombros.

Finn: "Não é nada demais, Lilith. Estamos tentando descobrir como lidar com tudo isso."

Lilith: "Claro. Desde que isso não te distraia de coisas mais importantes." – Respondi, mas senti uma pontada de ressentimento.

A conversa parou por ali. Não havia espaço para discussões pessoais quando estávamos cercados de perigos tão reais. Mas a sensação de perda de um amigo, e talvez algo mais, ainda pairava no ar.

Enquanto nos aprofundávamos na floresta, encontramos sinais de terrestres. Marcas nos troncos, restos de fogueiras apagadas. Eles estavam próximos.

Bellamy: "Todos fiquem alertas. Não sabemos quantos são, nem se estão nos observando." – Sua voz soou firme, mas a tensão era palpável.

O coração acelerou. Não sabíamos se estávamos prontos para enfrentar os terrestres, mas naquele momento, precisávamos estar. A sobrevivência não era mais só uma questão de sorte, mas de estratégia e união – algo que, ironicamente, ainda lutávamos para alcançar.

Amores Como Ontem Sábado não teve capítulo como prometido irei postar Amanhã novamente segunda feira dia 30/09/24