Capítulo Oito

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Drake Timberg:

Parei em frente ao meu armário verde de metal, o último sinal do dia havia tocado, indicando o término das aulas. Meu armário ainda exibia as mesmas recordações do ano anterior, cuidadosamente afixadas - um pôster de um dos meus filmes de faroeste favoritos, um lembrete constante de uma paixão que eu compartilhava com meu pai; uma fotografia de meu pai e eu, rindo juntos enquanto usávamos roupas sujas de massa, uma lembrança das aventuras culinárias que costumávamos ter; e outra imagem com Dawn e Nicky, capturando o momento em que nos conhecemos em nossa primeira festa juntos. Nicky exibia um sorriso travesso para a câmera, Dawn enviava um beijinho no ar, e eu os puxava para mais perto de mim, em um gesto de amizade e camaradagem.

Bobby, meu amigo não-verbal que se comunicava por meio de cadernos de anotações, parou ao meu lado.

— Como foi o seu dia? — Perguntei a ele, sabendo que ele demoraria um pouco para responder.

Ele refletiu por um momento antes de pegar seu caderno e começar a escrever sua resposta. Era uma cena familiar, um reflexo da forma como nossa amizade era construída na paciência e na compreensão mútua.

Enquanto aguardava a resposta de Bobby, observei os detalhes em meu armário, cada item contando uma história diferente. A foto do meu pai me lembrava dos momentos felizes que tínhamos compartilhado antes de sua partida. O pôster do filme de faroeste era uma conexão com minha paixão por histórias de bravura e aventura, algo que meu pai me transmitira.

Bobby terminou de escrever em seu caderno e me mostrou a mensagem. Suas palavras eram curtas e diretas, como sempre, mas carregavam significado.

— Foi um dia tranquilo. Aula de arte. Ajudei o Sr. Mitchell.

Assenti com um sorriso. Bobby tinha um talento excepcional para a arte e frequentemente ajudava o professor de arte da escola. Era inspirador ver como ele canalizava sua criatividade e habilidades.

— Isso é ótimo. — Respondi, sentindo-me grato por nossa amizade silenciosa e pelo apoio que compartilhávamos.

Enquanto organizávamos nossas coisas no armário, fiquei pensando em como a vida na escola era apenas uma parte de nossa existência. Por trás da fachada de estudantes comuns, nós três, Dawn, Nicky e eu, éramos agentes secretos em uma missão complexa. Era uma dualidade que mantínhamos com cuidado, sabendo que nosso papel como protetores da joia era um compromisso que ultrapassava as preocupações escolares. E, à medida que o dia chegava ao fim, sabíamos que logo estaríamos de volta ao nosso mundo secreto, enfrentando os desafios que ele nos reservava.

— Pronto para irmos para casa? — Perguntei a Bobby, olhando para ele com um leve sorriso.

Seus dedos ágeis se moveram no caderno, escrevendo sua resposta meticulosamente: "Você não tem trabalho hoje?"

— Não, meu amigo, só vou trabalhar amanhã. — Respondi com um aceno de cabeça, apreciando o cuidado que ele tinha em se comunicar comigo, apesar de sua limitação na fala.

Fechei meu armário e, junto com Bobby, comecei a caminhar em direção à saída da escola. O sol estava se pondo lentamente no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Era um daqueles momentos que me lembravam da simplicidade e beleza da vida cotidiana, um contraste vívido com o mundo de segredos e missões que eu enfrentava como agente secreto.

Enquanto nos afastávamos da escola, Bobby e eu compartilhamos um momento de tranquilidade, cientes de que nossos deveres como agentes secretos estavam apenas começando. Mas por agora, no final de mais um dia, estávamos prontos para voltar para casa, para as rotinas familiares e a sensação de normalidade que nos aguardava.

— Drake! — Alguém chamou meu nome.

Sobressaltei-me quando Ryan reapareceu ao meu lado com um sorriso, pegando-me de surpresa. Ao lado dele, Bobby observou-o com curiosidade evidente.

— Você é parente do Drake, certo? — Ryan perguntou, estendendo a mão para cumprimentar Bobby. — Sou o Ryan, da turma do Drake.

Bobby respondeu com um aceno de cabeça e imediatamente começou a escrever em seu caderno, depois apontou para mim. Sua mensagem estava clara: "Ele é seu amigo?"

— Conhecido. — Respondi, não querendo aprofundar muito em nossas conexões.

Ryan parecia um pouco confuso, mas logo se recompôs.

— Alguma coisa do Wawa? Eu estava pensando em passar lá agora. — Ele sugeriu. Seu casaco da equipe de natação de Rosewood pendia de forma casual em seu corpo magro e musculoso, e seu cabelo louro estava um tanto desgrenhado.

— Não, estamos bem. — Respondi, agradecendo pela oferta, mas não querendo incomodá-lo.

Era comum que os membros da equipe de natação de Rosewood ficassem na escola após as aulas, fazendo pedidos na lanchonete Wawa, antes de irem para o treino. Eles costumavam se abastecer com sanduíches gigantes, chás gelados, lanches variados e chocolates com creme de amendoim para ter energia suficiente antes do treino exigente que os aguardava.

Ouvi um cantarolar e Sierra estava vindo na nossa direção.

— Querido — Cantarolou.

— Temos que ir — Falei, puxando a mão de Bobby que acenou para Ryan.

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O trajeto até em casa transcorreu em total silêncio. Eu estava absorto, concentrado em mexer no sistema da agência por meio do acesso remoto. Enquanto meus dedos habilmente digitavam comandos em meu dispositivo, eu me perguntava sobre os segredos que a joia e seu poder magnético escondiam. Era uma responsabilidade enorme que recaía sobre nossos ombros, uma que poucos podiam compreender.

O mundo da escola e as interações com os colegas pareciam ter ficado distantes, à medida que eu mergulhava mais fundo nas complexidades da minha segunda vida. Sabia que, mesmo que a normalidade da vida escolar continuasse, as ameaças que enfrentaríamos como agentes secretos só aumentariam. Era um equilíbrio delicado que eu tinha que manter, navegando entre duas vidas que pareciam cada vez mais interligadas e separadas ao mesmo tempo.

Quando chegamos em casa, Bobby entrou silenciosamente e subiu para o quarto, enquanto eu fui para o meu próprio refúgio.

Ao entrar em meu quarto, joguei-me na cama com um suspiro profundo. A pressão da escola e da missão da jóia começava a pesar em meus ombros. Eu precisava de um momento para recarregar antes de mergulhar novamente na miríade de desafios que a vida estava me apresentando.

Olhando para o teto, deixei minha mente vagar, tentando encontrar algum escape nas atividades do dia seguinte ou em qualquer coisa que não estivesse relacionada com a escola ou nossos segredos como agentes secretos. A sensação de normalidade que meu quarto proporciona era reconfortante, e eu a agarrei com gratidão, desesperado por um breve respiro antes de enfrentar as complexidades de nosso mundo secreto novamente.

Por um tempo, vasculhei meu quarto em busca de algo que pudesse distrair minha mente da agitação do dia. Livros, quadrinhos, até mesmo alguns quebra-cabeças estavam empilhados em minha escrivaninha, mas nenhum deles me atraiu naquele momento.

O relógio na parede continuava a contar os minutos, lembrando-me de que, por um tempo, seria apenas eu e Bobby em casa. Meu pai e Sage não chegariam até mais tarde, deixando-nos um espaço precioso para um pouco de paz e tranquilidade.

Lentamente, comecei a relaxar, permitindo-me mergulhar em uma breve pausa antes que as responsabilidades do mundo secreto voltassem a me envolver. Era uma calma efêmera, mas eu a abraçava com gratidão, sabendo que logo estaríamos de volta à ação e aos desafios que nosso papel como agentes secretos nos reservava.

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Até a próxima 😘

Apenas sorria, você está sendo espionado - Livro ÚnicoOnde histórias criam vida. Descubra agora